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Liberação do carro a diesel no Brasil gera polêmica justificada porque aumentará a poluição e trará outras complicações

dieselA Asplan é uma das entidades que se declaram publicamente contra essa proposta

Na semana passada, sem muito alarde, ocorreu uma reunião da Comissão Mista do Congresso com o objetivo de avaliar o Projeto de Lei 1013 de 2011, que libera a comercialização de veículos leves com motor diesel no Brasil. A reunião solicitada de última hora pelo presidente deputado Expedito Netto (PSD/RO) e pelo relator, deputado Evandro Roman (PSD/PR), não constava na agenda do Congresso e reacendeu a questão que tem gerado muita polêmica. Dentre as argumentações contrárias ao PL, pode-se destacar o aumento da poluição do ar. Várias entidades, contrárias ao PL, já se manifestaram. Uma delas é a Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan).

De acordo com o presidente da Asplan, Murilo Paraíso, é preciso que a sociedade se mobilize e pressione os deputados e senadores para não aprovarem o PL. “Enquanto a Europa, EUA e outros países discutem formas de reduzir a poluição e de restringir o uso de motores a diesel, o Brasil corre o risco de pegar a contramão nessa questão com esse projeto”, argumenta Murilo. Ele lembra que a cogitada permissão para motores diesel em automóveis particulares aumentaria as emissões de CO2. “O etanol – puro ou misturado à gasolina – é praticamente neutro no seu ciclo de vida, enquanto o diesel é altamente poluente”, afirma Murilo.

O dirigente da Asplan disse ainda que a sociedade precisa reagir e ficar vigilante em relação à tramitação deste PL no Congresso. “Nesta reunião da semana passada, por pouco o relatório para a aprovação do PL não foi votado. Por pressão de várias entidades foi aprovada a solicitação de alguns deputados para a prorrogação da votação do relatório por cinco sessões. Desta forma, o PL deve ser votado até o dia 15 de junho”, afirma Murilo, lembrando que a sociedade precisa se mobilizar para barrar esse PL.

Entre os principais argumentos contra o PL destaca-se o aumento da concorrência do combustível poluente em detrimento ao renovável; o
descumprimento do acordo que o Brasil foi signatário na COP 21 para a diminuição de poluentes no ar; o aumento da emissão de poluentes de risco a saúde (NOx);
o aumento do preço do diesel devido aos custos de sua importação, além da diminuição da arrecadação tributária, principalmente estadual. Quem defende o PL argumenta que haverá ganhos econômicos importantes para o Brasil, especialmente em termos de evolução tecnológica dos motores e das exportações de carros a diesel. Atualmente, apenas picapes, vans, caminhões, ônibus e tratores movidos por diesel são liberados para comercialização no Brasil. O país proíbe automóveis abastecidos por óleo combustível.

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Temer deve sancionar MP que beneficia produtores rurais com ampliação do prazo para quitação ou renegociação de dívidas rurais

temerA Medida Provisória (MP) 707/15, que reabre prazos e concede benefícios para a quitação ou renegociação de dívidas rurais, segundo declarações do senador paraibano, Cássio Cunha Lima, será sancionada pelo presidente interino, Michel Temer. Cássio afirmou que essa decisão será anunciada no próximo dia 14, durante visita do chefe interino do executivo nacional, a cidade de Arapiraca, em Alagoas. O senador tucano deu a boa notícia para os produtores, ao sair de uma reunião de trabalho com Temer, nesta terça-feira (07).

O presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Murilo Paraíso, recebeu a notícia com muita satisfação, já que a MP afeta, diretamente, boa parte dos produtores canavieiros paraibanos. “Essa MP amplia o prazo para evitar que produtores em atraso tenham suas dívidas cobradas judicialmente e encaminhadas a Dívida Ativa da União. É um fôlego importante para quem pretende ver formas de renegociar suas pendências”, afirma Murilo.

A MP prorroga a data final de quitação ou renegociação de dívidas, de dezembro de 2015 para dezembro de 2016 e também concede anistia de multas pelo atraso na entrega da Guia de Recolhimento do FGTS (Gfip), ainda que somente informativa, no período de 27 de maio de 2009 a 31 de dezembro de 2015.

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Estudo padroniza o bagaço da cana-de-açúcar

maquinas garraTrabalho pode reacender os debates sobre mudanças no preço pago pela tonelada da matéria-prima aos fornecedores. Hoje, o preço da cana leva em conta apenas o ATR

O bagaço de cana-de-açúcar agora está caracterizado cientificamente. O estudo interlaboratorial realizado pelo Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) e o National Renewable Energy Laboratory (NREL), em parceria com sete instituições brasileiras, irá beneficiar as pesquisas na área da biomassa produzida em grande quantidade no Brasil por usinas instaladas no território nacional e também pode reacender o debate sobre o cálculo no preço da cana fornecida às indústrias.

O presidente da Associação dos Plantadores de  Cana da Paraíba (Asplan), Murilo Paraíso, lembra que o estudo sobre a caracterização científica do bagaço da cana também trará ganhos para os produtores de cana-de-açúcar brasileiros. “Atualmente, a remuneração do fornecedor de cana baseia-se, exclusivamente, na ATR, não levando em consideração outros componentes da matéria-prima, a exemplo do bagaço e da palha da cana, de forma que a partir desse estudo teremos mais subsídios para voltar a debater a inclusão desse valor na remuneração da matéria-prima e aumentar o preço pago pela tonelada da cana fornecida às indústrias”, destaca Murilo.

Publicado no Journal of AOAC International ele é a primeira publicação que apresenta uma comparação entre métodos de caracterização química desta biomassa.O artigo, intitulado “Evaluation of Brazilian Sugarcane Bagasse Characterization: An Inter-laboratory Comparison Study” apresenta os resultados da composição do bagaço da cana, obtidos por oito laboratórios utilizando técnicas semelhantes com pequenas alterações nos métodos analíticos, com o objetivo de determinar as variações esperadas nesta análise. Com a publicação do trabalho, a próxima etapa é o estabelecimento da padronização em norma ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Para a pesquisadora do CTBE e uma das autoras do artigo, Maria Teresa Borges Pimenta Barbosa, o resultado do trabalho beneficiará muitas instituições nacionais e internacionais que estão trabalhando com o bagaço da cana-de-açúcar. Na sua opinião, para a comunidade científica é muito importante ter uma base concreta de consulta das metodologias para a caracterização do bagaço de cana, uma vez que a literatura especializada reporta normas específicas para a caracterização de outras biomassas que, quando utilizadas para a caracterização do bagaço de cana, acarretam em erros experimentais que dificultam a comparação dos resultados.

A produção de energia por meio do bagaço de cana tem se mostrado eficaz e uma grande fonte de alternativa energética. Prova disso é que diversas usinas de cana-de-açúcar no país já dispõe de sistema de co-geração de energia elétrica, através da queima do bagaço da cana, muitas das quais já estão com disponibilidade de comercialização de energia. Segundo especialistas, o Brasil tem potencial para instalar 2.500 MW a mais de energia elétrica a partir da biomassa da cana-de-açúcar. Esse valor representa, por exemplo,  cerca de 20% da capacidade de produção da hidrelétrica de Itaipu, a maior do País. “Atualmente, o bagaço e a palha da cana já são considerados importantes componentes da matriz energética do Brasil, mas, infelizmente, ainda não entram na composição do valor da matéria-prima e isso precisa mudar”, afirma Murilo.

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