O Circuito de Negócios Agro BB na Expofeira Paraíba Agronegócios 2024, que acontece de 15 a 22 de setembro, no Parque de Exposições Henrique Vieira de Melo, em João Pessoa, teve como uma das atrações, nesta quarta-feira (18), a participação de integrantes do Departamento Técnico da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) que fizeram apresentações sobre ações desenvolvidas pela entidade canavieira. O geotecnólogo, Thybério Luna, falou sobre o uso de drones e o agrônomo, Luis Augusto, abordou Safra, Projeto Campo Futuro, Renovabio e Preço de Cana. As apresentações dos Profissionais da Asplan aconteceram na Carreta Agro do BB, uma às 15h e a outra às 16h. Acompanharam o evento produtores canavieiros e profissionais do banco.
A apresentação do geotecnólogo focou na importância, agilidade e vantagens do uso do drone para identificar falhas no campo, manchas, matas, mapear áreas de APPs, etc. “O uso do drone agiliza muito a identificação de questões importantes numa propriedade propiciando ganhos para quem o utiliza”, disse Thybério. Ele lembrou que muitas vezes o proprietário anda no canavial, vê um paredão muito bonito de cana, mas quando se faz o voo com drone se identifica que há falhas ou manchas no talhão e isso tem um impacto significativo na produtividade.
A Asplan, explicou Thybério, começou a mapear áreas com GPS em 2005 e de lá para cá evoluiu esse trabalho de geoprocessamento com a aquisição de drones e outros programas. O primeiro drone da associação tem capacidade para mapear 50 hectares por voo. Já o segundo equipamento, que é bem mais sofisticado e detém melhores recursos tecnológicos, faz de 120 a 130 hectares por voo. Cada voo demora, em média, 15 minutos.
A apresentação de Luis Augusto iniciou com uma breve apresentação histórica da Asplan, que tem mais de 60 anos de atuação na defesa dos produtores canavieiros paraibanos, com cerca de 1.300 associados, sendo a maioria de pequenos e médios produtores. Ele lembrou ainda que houve na safra 2023/24 um recorde de produção, mas, também uma queda de ATR, com cerca de 10 kg de perda por tonelada de cana, fato que ele atribuiu a interferência climática, mas também a falhas na colheita que termina destinando muitas impurezas junto da matéria-prima. “E isso se deveu muito pela dificuldade de disponibilidade de mão de obra, fato que vem se agravando safra a safra”, afirmou ele.
Sobre a previsão de moagem da safra atual, ele disse que não houve precipitações que estavam sendo esperadas e que o cuidado agora é para a cana não perder tanto peso. “O recorde de safra que a gente esperava alcançar novamente, de 7,6 milhões de toneladas na safra passada, não deverá se concretizar e trabalhamos com a estimativa de perca de 10% a 15% em relação à safra anterior, caso esse verão se prolongue mais”, disse Luis. Em seguida, ele falou da metodologia desenvolvida pela PECEGE que, anualmente, levanta junto a Asplan os dados de produção para elaboração dos resultados da safra. Na apresentação, ele mostrou a simulação de como os dados são tabulados e fixados os custos operacionais do produtor. “A melhoria da produtividade, com o uso de tecnologia, de irrigação, a renovação de canaviais, etc, impacta diretamente nos resultados”, enfatizou o agrônomo que também abordou as vantagens do Programa Renovabio.
O diretor do Departamento Técnico da Asplan, Neto Siqueira, teve uma participação no evento, destacando o uso dos bioinsumos produzidos pela Asplan pelos produtores canavieiros paraibanos. “Os bioinsumos, aliados às tecnologias disponíveis no mercado, o uso de drones e pulverizadores, de adubos foliares, também impactam na produtividade, tendo produtores conseguindo chegar até 70 toneladas por hectare, conseguindo também aumentar seu ATR”, disse Neto, lembrando que hoje o produtor não vende mais tonelada de cana por hectare, mas açúcar por hectare. Neto destacou ainda a disponibilidade do DETEC para ajudar o produtor associado nas suas mais variadas demandas no campo. “Estamos à disposição”, finalizou Neto Siqueira.
A produtora canavieira Ana Cláudia Tavares, que participou do evento junto com seu esposo, também produtor, Marcos Américo, elogiou a iniciativa das palestras e destacou a importância do evento ter sido realizado no espaço da carreta Agro do Banco do Brasil. “A gente sabe que o Banco do Brasil é a maior instituição quando se fala em fomento ao agronegócio e sem os recursos para financiamento de compra de insumos e equipamentos e aquisição de novas tecnologias, nós, produtores não teríamos condição de ter acesso a todos esse bens, então foi importante esse evento ter sido realizado em parceria com o BB porque fortalece os vínculos da instituição com a Asplan e, consequentemente, isso traz benefícios para os associados”, disse ele.
E por falar em benefícios, há uma parceria em andamento entre a Asplan e o BB que vai mudar as regras de operações de crédito entre as duas instituições, com ganhos muito significativos para os produtores associados à Asplan. “Em breve, vamos divulgar essa novidade”, afirma a Assistente Técnica da Asplan, Fernanda Vasconcelos, que também estava presente ao evento da Expofeira, junto com o Engenheiro de Segurança do Trabalho da Asplan, Alfredo Nogueira Neto. O segundo vice-presidente, Raimundo Nonato, e o diretor tesoureiro da Associação, Oscar de Gouvêa, também acompanharam as apresentações.