Projeto da Feplana pode mudar cenário de comprometimento de safra por causa da falta de chuvas no Nordeste
Proposta foi apresentada nesta quarta-feira (10), na Secretaria Nacional de Irrigação do Ministério da Integração
A estimativa de produção da safra 2016/2017 no Nordeste, especialmente nos estados de Pernambuco e Paraíba, pode ser alterada em função da escassez de chuva nos meses de junho e julho. É que estes meses, que costumam ter um elevado índice pluviométrico, este ano foi seco, ficando 40% abaixo da média histórica do período. Mas, um projeto que está sendo desenvolvido pela Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) e que foi apresentado pela diretoria da Federação ao secretário nacional de Irrigação, Ricardo Santa Rita, nesta quarta-feira (10), pode mudar esse cenário e minimizar ou resolver esse problema hídrico que prejudica a produção canavieira do Nordeste todos os anos.
O projeto foi apresentado pelo presidente da Feplana, Alexandre Lima, que estava acompanhado do vice-presidente e o tesoureiro da entidade, Paulo Leal e Murilo Paraíso, este último presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan). “O ciclo pluviométrico do Nordeste é marcado por bons volumes de chuva em poucos meses e o restante fica bem baixo, sobretudo quando a planta precisa de água para rebrotar. Com isso, a produção cai significativamente e promove a morte da socaria. A proposta do projeto é reter a água abundante da quadra chuvosa em pequenas propriedades através de micro barragens, evitando seu desperdício e utilizando-a durante o período mais seco. A medida, se aprovada pelo governo federal, pode dobrar a produção da cana na região e evitar a morte da planta com o armazenamento da água da chuva, otimizando o seu uso”, argumenta Alexandre Lima.
Segundo o presidente da Asplan, a água armazenada poderá, também, ser usada pelos pequenos produtores que não têm recursos para instalar as suas barragens. “Assim, além de garantir a segurança hídrica para a produção canavieira, com essa ação ainda evitaríamos que a água da chuva deságue no mar sem nenhuma função”, explica Murilo Paraíso, complementando que as barragens de salvação, como estão sendo chamadas pela Feplana, podem contribuir e até dobrar a produção da cana e evitar um prejuízo ainda maior com a morte da socaria da planta, que pode durar até seis safras se irrigadas de forma adequada.
De acordo com o dirigente da Feplana, as barragens de salvação são indispensáveis para os canaviais do Nordeste e fundamentais para as demais regiões produtores que carecem de uma segurança hídrica mínima. O secretário de Irrigação Nacional se mostrou interessado pela proposta e pediu para que a Feplana entregasse uma minuta do projeto, o que deve ser feito até o início de setembro.
A audiência na Secretaria Nacional de Irrigação do Ministério da Integração foi articulada pelo deputado federal André Amaral (PMDB/PB), que é suplente de Veneziano Vital do Rego e assumiu o mandato com a licença do titular, que disputa a eleição para prefeito de Campina Grande.
Com informações da AFCP