3 de setembro de 2017

Governo do Estado vai atender pleitos de produtores, empresários e moradores de Santa Rita e melhorar estradas e pontes do município

Os serviços de terraplanagem das estradas vicinais de Santa Rita, situadas no entorno da Bacia do Gramame, por onde escoa boa parte da produção agrícola do município, serão realizados de imediato, já a partir da próxima semana. Além disso, o Governo do Estado vai elaborar o estudo e projeto de construção de quatro pontes e do asfaltamento da PB 016, que liga a BR 101 até o distrito de Odilândia, passando por Cicerolândia. Essas ações foram acordadas durante reunião realizada nesta quinta-feira (31), na sede do Departamento de Estradas e Rodagens (DER), entre o secretário de Estado dos Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia, João Azevedo e representantes do DER, com produtores, empresários e políticos de Santa Rita, a exemplo do deputado José Paulo.

O vice-presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Raimundo Nonato, que é produtor de cana-de-açúcar em Santa Rita, também participou da reunião e disse que ficou satisfeito com as respostas e encaminhamentos do secretário. “Ele se comprometeu a solucionar os problemas que levantamos no menos tempo possível e reiterou a importância dos pleitos que levamos”, destaca Nonato. Ainda segundo o dirigente da Asplan, a melhoria da infraestrutura das estradas de Santa Rita é de fundamental importância, já que as vias são utilizadas para o escoamento da produção agrícola, no deslocamento dos habitantes das localidades e dos trabalhadores que lá atuam, no transporte de água mineral, já que a região tem grandes fontes, além da areia que é utilizada pela construção civil e indústrias cerâmicas.

Atualmente, as estradas vicinais estão em péssimas condições de tráfego, com muitos buracos e pontes precárias, que vêm sendo recuperadas, de forma amadora e voluntária, pela comunidade local. Durante a reunião foi debatida a necessidade de construção de pontes no Rio Gramame, mais conhecido como Rio da Geladeira, outra na Mumbaba, mais uma na Mumbaba Pinicho e ainda outra ponte sobre o Rio Mamuaba. Santa Rita é o maior produtor de cana-de-açúcar da Paraíba, além de produzir inhame, abacaxi, macaxeira, milho e batata.

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Criação de alíquota sobre importação do Etanol anunciada pela Camex semana passada beneficia toda a cadeia produtiva

A escalada de importação do Etanol, de forma especulativa, começou a ter um enorme crescimento em outubro do ano passado. Isso fez com que o fornecedor de cana-de-açúcar recebesse menos pela cana. O preço da matéria-prima caiu a partir de outubro cerca de 20% e isso fez com que o Nordeste, em plena safra, mesmo tendo uma safra menor, que na Paraíba foi de 4,9 milhões de toneladas, se visse obrigado a ficar com Etanol no tanque das usinas sem conseguir vender para as distribuidoras, que viam comprando o produto dos importadores. Diante desta situação, em dezembro, a Paraíba começou a elaborar um pedido para a Câmara do Comércio Exterior (Camex) para criar uma alíquota sobre a importação do produto como defesa comercial. Essa solicitação, depois encampada por outras entidades em nível regional e nacional, foi acatada na semana passada, com a criação da cota de importação de 600 milhões de litros de etanol ao ano livre de tarifa. A importação acima desse volume passará a ser tarifada em 20%. A medida terá duração de 24 meses e, após esse prazo, será novamente avaliada pela Camex. A medida beneficia toda a cadeia produtiva.

O presidente do Sindicato da Indústria de Produção do Álcool da Paraíba (Sindalcool), Edmundo Barbosa, confirma que a criação da cota de importação só foi acatada pela Camex depois de muitas articulações e com o apoio dos fornecedores, de parlamentares, da Unida, da Feplana, de todos os sindicatos e associações, inclusive da Única. “De fato, a proposta da Paraíba, apreciada na Camex acabou sendo aprovada no último dia 23 com uma restrição, ou seja, com uma cota livre de importação de 600 mil metros cúbicos”, explica Edmundo. Ele ressalta que somente este ano, a importação de Etanol já alcançou 1,4 bilhão de litros, com aumento de 320% em relação a 2016, quando foram importados 832 milhões de litros, prejudicando não só os produtores do Nordeste, mas de todo o Brasil. “A definição dessa alíquota é extremamente benéfica e nós estávamos lutando para que isso acontecesse”, destaca Edmundo.

De acordo com o presidente do Sindálcool, a medida beneficia toda a cadeia produtiva, inclusive os produtores de cana. “A criação dessa alíquota não beneficia somente o setor industrial. Ela também é positiva para os produtores. “Os fornecedores de cana se beneficiam na medida em que, como o Brasil é o maior exportador de açúcar e o açúcar está com os preços muito abaixo do custo de produção, já que ele não está remunerando nem o custo de produção, isso em função da pouca atenção do governo, já que o Brasil é o maior produtor mundial de açúcar e o segundo de etanol. Portanto, o fornecedor de cana se beneficia, a partir de agora, com uma provável elevação no preço do açúcar e também por uma provável elevação do preço do etanol em função do programa RenovaBio”, reitera ele.

O presidente do Sindalcool, no entanto, faz uma ressalva em relação à outra frente de trabalho que é na regulamentação da Resolução Nº 11, do Conselho Nacional de Política Energética. “Nós não estamos conseguindo avançar na defesa comercial no tocante a Resolução Nº 11, que estabelece que em qualquer importação, o importador deve guardar, ou seja, deve ter tancagem para armazenar pelo menos uma parcela da importação. Isso depende da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e nós estamos vendo um enorme favorecimento das distribuidoras nesta área e isso seria um ponto muito importante que precisa ser resolvido também a partir de uma decisão de governo”, argumenta Edmundo Barbosa.

O presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Murilo Paraíso, reitera que essa criação da cota e do limite de importação, com alíquota zero, reequilibra o mercado interno e traz alívio para toda a cadeia produtiva. “Essa decisão da Camex que, oportunamente, começou a ser solicitada pela Paraíba não apenas reequilibra o setor sucroenergético nacional, como é uma demonstração de sensibilidade do atual governo que reconheceu que era hora de estancar os prejuízos, que essa desastrada medida estava causando”, destaca Murilo.

O dirigente da Asplan lembra que essa redução para zero da tarifa da importação foi uma decisão intempestiva do governo da presidente Dilma. “Na época, o Nordeste foi contra, mas, mesmo assim, houve essa medida. Havia uma hipótese, no Centro Sul, de que os EUA também reduziria a zero a sua tarifa, o que nunca aconteceu, já que até hoje a tarifa dos Estados Unidos é 2,5%”, explica Murilo.

O presidente do Sindalcool lamenta que embora a medida tenha sido aprovada pela Camex, na semana passada, ainda é possível obter licenças de importação de Etanol Anidro. “Isto mostra que a Secretaria de Comércio Exterior está aceitando ainda pedidos de importadores. Há empresas com grandes volumes de produto já importado e ainda fazendo pedidos para os próximos meses. A influência dos Importadores e o interesse das distribuidoras em se auto abastecerem tem prejudicado a todos os produtores no Brasil”, afirma Edmundo, lembrando que é preciso requerer maior urgência do Governo e dos Parlamentares para a defesa da região Nordeste. “Há leniência na sistemática de internação / nacionalização do etanol importado, principalmente no porto de Itaqui, no Maranhão. Vai ser difícil controlar a tal cota de importação se eles ainda continuam permitindo requerer licenças”. Finaliza Edmundo.

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