26 de janeiro de 2024

“O etanol substituiu entre 1975 e 2022 3,54 bilhões de barris de gasolina e no ritmo atual, a cada ano, serão mais 164 milhões de barris” diz Nastari

“Entre 1975 e 2022, o volume de gasolina substituída por etanol equivale a 3,54  bilhões de barris. E no ritmo atual, todo ano, mais 164 milhões de barris serão substituídos sem a necessidade de novos investimentos, porque o etanol é renovável, opera por fluxo e não por estoque e isso produz um impacto muito positivo no meio ambiente e na vida das pessoas”. Essa afirmativa foi feita nesta quarta-feira (24), pelo presidente da Datagro, Dr. Plínio Nastari, durante uma palestra promovida pelo Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba (Sindalcool). O evento aconteceu em João Pessoa.

Dr. Plinio discorreu sobre o tema “O papel dos biocombustíveis sustentáveis na transição energética” e iniciou sua fala afirmando que o Brasil desponta como a que tem a matriz energética mais sustentável, renovável, entre as dez maiores economias do mundo. “47% da nossa matriz energética é renovável e a titulo de comparação no mundo esse percentual fica em 14%. E dentro de nossa matriz, desponta a cana-de-açúcar, como a fonte de energia mais relevante, sendo a segundo maior fonte energética do país, ficando atrás apenas do petróleo e derivados, tendo um papel relevante dentro dessa matriz”, destacou ele.

O especialistas lembrou que como o Brasil é detentor de uma matriz energética tão renovável, deveria ser hub de produção de uma série de componentes para exportação para o mundo inteiro. “Se o  mundo quer cada vez mais descarbonizar o Brasil deveria estar em destaque porque é o país que mais detém mais matriz energética entre as maiores potências do mundo”, disse ele. Sobre o mercado veicular, ele disse que o Brasil também ocupa lugar de destaque. “O Brasil já substituiu quase metade da sua gasolina por etanol, mas brasileiro não divulga isso. Na Paraíba, por exemplo, 37% da gasolina já é substituída por etanol, o equivalente a 10% de consumo de hidratado, somando com 27% contidos de etanol na gasolina. Mas, ninguém sabe disso. Nenhum agente do poder público divulga isso. Em São Paulo esse índice chega a 63%, daí porque o ar de São Paulo ser limpo, pois a queima de etanol não gera material particulado. E foi o aumento do consumo de etanol que permitiu a expansão da produção de cana no Brasil”, disse Nastari.

Ele lembrou que essa história de produção do etanol no Brasil começou em 1924, na usina Serra Grande, em Alagoas, e se intensificou com o Proálcool, em 1975, quando o Brasil tinha uma produção de cana de 75 milhões de toneladas. Essa safra 23/24, deveremos encerrar com 718 milhões de toneladas de cana. “Foi essa ampliação que permitiu que o Brasil se tornasse ao longo deste período no maior produtor  exportador de açúcar e no segundo maior exportador de etanol e conseguir substituir esse volume impressionante de gasolina”, afirmou ele.

Dr. Plínio lembrou que essa preocupação mundial com as mudanças climáticas, criou um censo de urgência internacional que fez com que 19 nações, entre EUA, Canadá, França, Brasil, China, Alemanhã, entre outros países, emitissem uma declaração muito importante e que está válida até hoje. “Para que a gente atinja os objetivos do acordo do clima é mandatório que até 2030 a proporção da bionergia na demanda mundial de bioenergia dobre em proporção e que a proporção dos biocombustíveis sustentáveis na energia para transporte em terra, mas e ar, triplique. Isso é obrigatório. Mas, para aumentar a produção de bioenergia é necessário ter políticas públicas e práticas agronômicas apropriadas”, disse ele, lembrando que isso se traduz numa previsão de crescimento da produção global de biocombustíveis dos atuais 130 bilhões de litros para 500 bilhões em 2030 e para 1,12 trilhão de litros, em 2050, que hoje é o consumo global de gasolina. “Há um reconhecimento já consolidado de que os objetivos do Acordo do Clima de Paris de limitação do aquecimento global só serão atingidos, de forma eficaz e com custos admissíveis, se a proporção da oferta de bioenergia crescer nesta proporção”, afirmou Dr, Plínio.

E o Brasil tem grande relevância neste contexto, disse ele. O país é o terceiro maior consumidor de energia para transporte do mundo, ficando atrás apenas dos EUA e da China. A frente da India, do Japão, da Russia. E do ponto de vista de mobilidade, existem quatro polos no mundo de geração de tecnologia automotiva, EUA, Europa, Japão e Brasil e o nosso país ainda é um polo graças a tecnologia de engenharia automotiva graças ao etanol”, afirmou o especialista, lembrando que o país precisa ter a regulação adequada para medir eficiência energética e ambiental para essa indústria automobilística possa preservar investimentos no Brasil.

“O mundo está procurando soluções de sustentabilidade por causa deste censo de urgência e o Brasil é relevante neste contexto e consumo, mas ainda não definiu caminhos para o etanol, o biometano, o biodisel, o bioquerosene. Estamos atrasados nisso”, afirmou Nastaria, destacando que o Brasil também poderia estar exportando gasolina misturada com álcool para fora. Sobre os carros elétricos, ele disse que a Europa está caminhando para essa direção porque não tem o etanol e os diferenciais que nós temos. “Para um país que tem irradiação solar, tem água, tem gente capaz para produzir, tem tecnologia, área e estrutura para manter a produção de etanol, a solução do carro flex é a melhor alternativa”, disse Dr. Plínio, lembrando que do ponto de vista energético, ambiental e de operação do veículo, o uso do etanol não tem comparação e é a melhor escolha. “O Brasil está na rota para ser polo de referência nessa questão energética e de mobilidade mantendo o parque já instalado no país e temos uma regulação tão inteligente que está sendo copiada pelo EUA e Canadá, que é a do Renovabio”, finalizou ele.

O presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais, que participou da palestra saiu do evento bem entusiasmado. “Nosso setor tem muito a crescer com a produção de bioenergia, biocombustíveis, pois esse é um caminho sem volta. Há urgência em adotar práticas de  sustentabilidade. Esse é o único caminho para um mundo melhor para todos nós e não se trata apenas de equilíbrio do meio ambiente, é também uma questão econômica. A produção de etanol só tende a crescer e nós que produzimos matéria-prima também cresceremos junto”, destacou José Inácio que estava acompanhado do segundo vice-presidente da Asplan, Raimundo Nonato e associados da entidade.

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Presidente da Unida é indicado e eleito por unanimidade para presidir Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool do Mapa

O atual presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana-de-Açúcar (Unida) e Primeiro Vice-Presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Pedro Tavares Campos Neto foi indicado e eleito, por unanimidade, para assumir a Presidência da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool, do Ministério da Agricultura. Pedro Neto, que reside na capital paraibana, é neto e filho de produtores de cana-de-açúcar, vai substituir o atual presidente da SIAMIG, Mário Campos. A nomeação e posse depende da assinatura do termo pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, o que deve ocorrer até a próxima semana. O novo mandato compreende o período 2024/2027.

A Câmara Setorial é um fórum de discussões, no qual estão presentes entidades representativas do Estado e da iniciativa privada. A indicação de Pedro Neto à Presidência teve o aval de entidades como a Unica, Feplana, OCB, Embrapa, SIAMIG, entre outros órgãos de classe. “Fico muito lisonjeado de ter tido meu nome lembrado e referendado por essas entidades de classe que tão bem representam o nosso setor e agradeço a confiança, não somente pela parte dos produtores, mas, também, dos industriais. Sei da responsabilidade que é presidir a Câmara Setorial e mais ainda suceder Mário Campos, que é referência e exemplo para todos nós”, afirmou Pedro Neto.

Segundo ele, sua gestão na Câmara Setorial vai se pautar na defesa das causas do segmento produtivo e na conciliação de ações. “Na Câmara debatemos temas de interesse do setor, uns que são de interesse comuns a toda cadeia produtiva, outros que são divergentes, mas, vou tentar fazer com que os temas divergentes se tornarem de interesse geral também, porque unidos caminharemos mais fortes na defesa das pautas do setor sucroenergético” reiterou Pedro Neto, prometendo dar o melhor que puder em sua gestão, priorizando a união de propósitos.

“O setor sucroenergético celebra a indicação de Pedro Neto para presidência da Câmara Setorial. Apesar de bem jovem, Pedro Neto tem maturidade, experiência e competência, além de um profundo conhecimento do setor. Acredito que não poderíamos estar em melhores mãos. Não tenho dúvidas que sua gestão será exitosa e contribuirá com o desenvolvimento do setor. Hoje, pouca gente pode dizer que entende e debate o setor com tanta propriedade como ele”, destacou o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba, José Inácio de Morais.

“Pedro Neto desponta com um dos líderes dessa nova geração de fornecedores de cana no Nordeste, região de grande vocação canavieira, e tem muito a contribuir com o setor em nível nacional através de sua liderança na Câmara”, diz Paulo Leal, presidente da Feplana. “Pedro Neto assumirá o cargo mais importante do setor sucroenergético e contará com todo nosso apoio nesta nova missão”, reforçou o presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), Alexandre Lima.

Na pauta, o novo presidente deve encarar temas de grande importância para o segmento, a exemplo da isenção de pautas ligadas ao setor e a inclusão dos fornecedores independentes de cana em políticas públicas, como a do Renovabio, que desde que foi criado, em 2018, deixou de fora do recebimento do CBIOs os produtores, além do Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), o uso dos biocombustíveis, o Projeto de Lei nº 4.516/23, conhecido como o PL do Combustível do Futuro, entre outras pautas de interesse do setor.

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