Quem derruba mais a produtividade da cana é a falta de água afirma Dr. Emídio Cantídio durante palestra na Asplan

Quem derruba mais a produtividade da cana é a falta de água afirma Dr. Emídio Cantídio durante palestra na Asplan

“Quem derruba a produtividade é a falta de água, pois ela é fundamental para hidratar a planta e dar a ela a condição de absorver bem os nutrientes. Não adianta fazer algo se não tem o veículo de absorção. Então quando a gente começa a entender que água é importante e os manejos são dependentes dessa água, a gente começa a desenhar o canavial em função do déficit hídrico”, Essa afirmação abriu a palestra proferida pelo Professor Dr. Emídio Cantídio, sobre ‘Atualização do manejo da adubação e nutrição da cana-de-açúcar’’, nesta segunda-feira (17), na sede da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), em João Pessoa.
Dr. Emídio lembrou, na ocasião, que a planta só cresce com nutrição e mostrou vários experimentos onde a associação do manejo correto, com irrigação, surtiu efeitos positivos sobre a produtividade das lavouras. Dr. Emídio lembrou que não se pode mais pensar apenas em uma adubação simples. “A gente tem que começar a buscar alternativas e existem várias. É preciso também dar mais importância aos micronutrientes nos tabuleiros, pois eles potencializam tudo”, complementou ele, mostrando dados de adubação e seus resultados positivos baseados em experimentos de campo em várias propriedades.
Segundo ele, o que tem sido feito para obtenção de melhores resultados é aplicar auxina para estimular o crescimento, ocitocinina para deixar a folha mais verde por mais tempo, aumentando o crescimento em altura, aminoácidos voltados para estresse, ou seja, produtos que tenham ácido glutâmico ou prolina que desestressam a planta e são estimulantes voltados à produção de amido e sacarose. Sobre a necessidade de controlar o estresse, ele lembrou que as tecnologias atuam diretamente nos processos fisiológicos da planta, aumentando a eficiência de uso de nutrientes, estimulando o desenvolvimento vegetativo e amenizando os estresses ocasionados a planta pelos fatores bióticos e abióticos. “Estamos, atualmente, com o foco na planta, entendendo melhor a fisiologia dela, não mais com aquela receitinha de bolo padrão, a busca agora é por melhores respostas”, frisou ele.
Segundo o professor, é preciso tratamento, micronutrientes, adubação pré-seca (adubação foliar voltada para seca), para ela ir para o período de seca com mais biomassa, fazendo com que esse canavial passe melhor pelo período de estiagem. “Levem isso para o campo, colham os resultados e a gente vai ajustando. Isso é uma ideia a partir de um manejo novo que a gente está vivenciando no campo para ter um canavial cada vez mais produtivo”, afirmou Emídio. Sobre o consumo ideal de água, segundo estudos, 1 TCH necessita de 10 a 15mm, o que equivaleria a 100 TCH de 1000 a 1500mm, no ciclo, distribuídos de forma uniforme.
O evento, direcionado aos produtores canavieiros e que faz parte do ciclo de palestras promovido pelo Departamento Técnico (Detec) da entidade, foi aberto pelo segundo vice-presidente da Asplan, Raimundo Nonato, e pelo diretor do Detec, Neto Siqueira. Ambos destacaram a importância do momento e da iniciativa da Associação em proporcionar momentos de aprendizado e ampliação de conhecimentos para os produtores paraibanos. “Hoje tivemos duas grandes palestras, de profissionais renomados e que entendem muito do que falaram e que trouxeram informações importantes para a gente melhorar a produtividade de nossa cultura”, destacou Nonato também se referindo a segundo palestra do dia com o meteorologista Dr. Alexandre Magno, que abordou as perspectivas climáticas para 2025.