Assembleia Legislativa recebe produtores rurais e representantes do Governo para debater a seca que já atinge 170 municípios da PB
Produtores rurais, sindicalistas, membros de associações e representantes do Governo Estadual se reuniram nesta terça-feira (08), na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) para discutir os problemas que o setor rural vem enfrentando em função da seca que já atinge 170 municípios paraibanos. Na oportunidade, a Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) foi representada pelo engenheiro agrônomo Luís Augusto de Lima, que acompanhou a exposição de diversos trabalhadores rurais preocupados com a falta de subsídios públicos e da forte inadimplência junto aos bancos. Na ocasião, parlamentares e produtores clamaram pela anistia das dívidas decorrentes dos empréstimos como forma de minimizar os prejuízos.No início da audiência pública, o deputado estadual Francisco de Assis Quintans, propositor da sessão, lembrou a responsabilidade dos governos em salvaguardar a agricultura no Estado, visto que, na Paraíba, pelo menos 41% da população economicamente ativa tem alguma relação com o setor rural. Segundo ele, a audiência serviu para que a Assembleia Legislativa definisse propostas para criação de um relatório que será entregue à bancadas federal (deputados e senadores) paraibana no Congresso Nacional, bem como a outras autoridades ligadas ao setor rural. A ideia é fazer com que o documento seja recebido pelos ministros e pela própria presidente Dilma Rousseff.
“Devemos agir com urgência porque se o produtor não se preparou para a seca é porque ele não teve dinheiro para investir em sua terra”, disse o parlamentar, defendendo a necessidade dos governos disponibilizarem linhas de crédito mais acessíveis para que o produtor continue investindo em sua terra, bem como o perdão das dívidas. De acordo com Quintans, o documento que deve ser redigido pela Assembleia Legislativa e, antes de ir para Brasília, ainda será entregue nas associações e outras representações para que o texto seja aprovado.
Para o presidente da Asplan, Murilo Paraíso, este é o momento de unir forças para salvar o setor de uma catástrofe maior. “É preciso que todos os que podem fazer algo pelo produtor rural entendam a complexidade da situação e se mobilize para assegurar a sobrevivência do produtor, porque a água é um elemento crucial para qualquer atividade agrícola”, declarou o dirigente, que não participou da audiência pública porque estava em Brasília para acompanhar a votação Medida Provisória 544, que trata da continuidade do programa de subvenção econômica aos fornecedores de cana do Nordeste.
A audiência pública foi realizada pela Frente Parlamentar de Combate à Seca, instalada na Assembleia Legislativa no último dia 04, que também realizará sessões itinerantes nos 170 municípios paraibanos atingidos pela seca com o objetivo de ouvir os segmentos dos produtores rurais e formular propostas para implantação de uma política agrícola no Estado. Além da representação dos produtores de cana da Paraíba, também estiveram presentes o secretário de Infraestrutura, Efraim Morais; o superintendente federal do Ministério da Agricultura, Antônio Hybernon da Silva; o secretário de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, Marenilson Batista; o presidente da Fundação Assistencial Comunitário (FAC), Ramalho Leite; o presidente da FETAG, Liberalino Ferreira de Lucena; o superintendente do Banco do Nordeste do Brasil, Francisco Carlos Cavalcanti; o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pesca, Vanildo Pereira, além de diversos trabalhadores rurais e criadores de gado.