Representantes da Asplan participaram do evento
que aconteceu nos dias 26 e 27 de novembro
A Paraíba é atualmente o terceiro estado nordestino m,ais produtor de cana-de-açúcar, superando os estados do Rio Grande do Norte, Bahia, Sergipe, Maranhão e Piauí. Com uma produção de 5,125 milhões de ton de cana, safra 2013/14, a Paraíba ainda poderia aumentar sua produtividade se existisse um maior investimento em irrigação, principal fator limitante no estado. Para conhecer mais sobre as técnicas que vem sendo utilizadas com sucesso em canaviais, os engenheiros agrônomos da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Vamberto de Freitas e Luís Augusto Lima e o diretor tesoureiro da entidade Oscar Gouvêa, foram conferir o encontro do Grupo de Irrigação e Fertirrigação de Cana-de-Açúcar (GIFC) ocorrido nos dias 26 e 27, na Fazenda São Salvador, na cidade de Sapé-PB, e na Usina Miriri, em Santa Rita.
A precipitação pluvial é a principal fonte de água dos canaviais na zona canavieira paraibana. Pesquisadores afirmam que uma precipitação pluvial anual a partir de 1.000mm, se bem distribuída, é suficiente para a cana atingir o crescimento e a produtividade potencial. A precipitação pluvial anual na zona canavieira paraibana é de 1.800 mm, sendo que nos meses de outubro a fevereiro, com chuvas inferiores a 20% do valor de referência, tem-se a ocorrência de eficiência hídrica, o que leva alguns produtores a investir em irrigação mecânica. “A irrigação na cultura da cana-de-açúcar na região se apresenta como essencial a sobrevivência da atividade”, afirma o engenheiro agrônomo Vamberto de Freitas, que também coordena o Departamento Técnico da Asplan.
Na Fazenda São Salvador, em Sapé, os convidados visitaram três sistemas de irrigação operando em campo: o de irrigação por aspersão de alas móveis; o de irrigação por aspersão via carretel autopropelido; e o de irrigação por pivô central. Além disso, o público convidado também visitou uma barragem com capacidade para armazenar um milhão de metros cúbicos de água. “A irrigação entra como prática essencial para o cultivo de cana-de-açúcar na região, que já fica um pouco afastado do litoral e, consequentemente, chove menos do que na zona mais costeira”, afirmou o engenheiro agrônomo Luís Augusto.
Ele lembrou que, segundo a AESA, a pluviosidade média anual para o município de Sapé é de 1.022 mm enquanto que na zona mais ao leste onde se cultiva cana-de- açúcar essa precipitação é próximo de 2.000 mm. “Foi possível observar que os solos da região são melhores que os tabuleiros costeiros, e a irrigação complementar mostra os seus resultados satisfatórios com bons índices de produtividade. Os canaviais possuem um aspecto vegetativo muito bom se falando das áreas de cana planta, e com um vigor e uma capacidade de rebrota elevado se falando das soqueiras recentemente cortadas”, comentou Luís, destacando que os investimentos feitos em irrigação pelo produtor realmente trouxe retorno financeiro.
Já na usina Miriri, em Santa Rita, no dia 27, o grupo assistiu à palestra do meteorologista Alexandre Magno, com o tema “Tempo e clima no Brasil e seus impactos sobre a chuva no Nordeste”. Ainda durante o dia aconteceu a apresentação do Supervisor de Pesquisa & Desenvolvimento da Miriri Alimentos e Bioenergia S/A, Carlos Henrique de Azevedo Farias; do Dr. Emídio Cantídio Almeida de Oliveira, do Departamento de Agronomia (DEPA) da Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE; do gerente de Irrigação da Japungu Agroindustrial, Alexandre Guerra; além das equipes comerciais das empresas NaanDanJain e Raesa. A tarde, os convidados visitaram o campo da Miriri, passando pela Estação Meteorológica, Viveiro de Sementes e Variedades, o Projeto Ferticana e o pivô de irrigação.
Para Vamberto de Freitas, a irrigação tem sido essencial para a cultura da cana no Nordeste. Segundo ele, é indispensável a todos os produtores, principalmente aqueles que já fazem de alguma forma o manejo da irrigação, conhecerem um pouco das técnicas que vem sendo empregadas com sucesso na região. “A Miriri deveria ser um espelho para usinas e fornecedores de cana da região que já possuem sistemas e já manejam irrigação. A prática de colocar fertilizantes na água de forma parcelada contribui com diminuição dos custos de produção e aumento da produtividade. Vale a pena conferir”, indicou Vamberto.
Outros dados
Atualmente o Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. Segundo a Conab (2014) a área de cana colhida destinada à atividade sucroalcooleira, na última safra 2013/2014, foi de 8.811.43 hectares, distribuída em todos os estados produtores. De acordo com a Asplan, o estado é o terceiro maior produtor de cana-de-açúcar do Nordeste, produzindo na safra 2013/2014 um total de 5,125 milhões de toneladas.
Sediado em Ribeirão Preto (SP), o GIFC é o primeiro grupo organizado no Brasil que se propôs tratar de irrigação. Promove a troca de informações e experiências por meio da realização de reuniões, palestras, seminários e outras iniciativas. Os interessados em participar de outros futuros encontros podem enviar e-mail para contato@gifc.agr.br“>contato@gifc.agr.br. Para se associar ao grupo, basta efetuar o cadastro por meio do site www.gifc.agr.br.