O agronegócio brasileiro está tendo um papel decisivo para evitar a deterioração ainda mais rápida da balança comercial e a desaceleração mais forte da economia. Em agosto, as exportações do agronegócio somaram US$ 8,89 bilhões e as importações, US$ 1,41 bilhão. O resultado é um saldo positivo de US$ 7,48 bilhões só no mês passado. As exportações de janeiro a agosto deste ano alcançaram US$ 67,61 bilhões. O aumento do volume exportado tem reduzido boa pane do efeito negativo da redução dos preços, de modo que os resultados do comércio exterior do agronegócio continuam muito altos, compensando largamente o mau desempenho das exportações de outros setores, sobretudo o industrial.
Nos oito primeiros meses de 2014, a balança comercial do País – resultado de tudo o que foi exportado e importado no período – acumulou um saldo positivo de apenas US$ 249 milhões. Já o superávit do agronegócio alcançou, no mesmo período, US$ 56,36 bilhões. Pela comparação desses números pode-se imaginar como estaria o comércio exterior brasileiro caso o agronegócio não continuasse a apresentar um desempenho tão positivo como tem apresentado.
Para alcançar esses resultados, a despeito da queda dos preços internacionais e, sobretudo, das persistentes dificuldades de transportes e Logística decorrentes dos atrasos dos programas de Infraestrutura do governo federal, o setor Agrícola brasileiro precisou atingir um alto nível de eficiência. A disposição do empresariado rural de assumir riscos, investindo mesmo em períodos de incertezas, resultou numa Agricultura altamente produtiva e, por isso, competitiva. A crise que afeta duramente o setor industrial continua distante do campo.
O presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Murilo Paraíso, destaca que o agronegócio nacional vem cada vez mais se fortalecendo, mas ainda carece de políticas específicas e mais efetivas, principalmente, voltadas para o setor sucroenergético. “O governo ainda falha em não priorizar a matriz energética nacional como deveria e ainda não tem políticas que privilegiem a produção de um combustível limpo e renovável como o álcool, nem dá o apoio necessário às indústrias sucroenergéticas. Quando essa falha for corrigida, o país terá outro vetor de desenvolvimento”, afirma o dirigente da Asplan.