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Reuniões na Embrapa e no Ministério da Agricultura marcaram agenda de presidente da Unida e da Asplan em Brasília

Conhecer o estudo de uma nova variedade de cana que é mais resistente a seca e a uma das pragas mais temidas de canaviais, a Broca-Gigante, foi o objetivo principal de uma visita às instalações da Embrapa, em Brasília, nesta terça-feira (19), realizada pelo presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) e da Associação de Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais. Acompanhado do presidente da Federação dos Plantadores de Cana do País (Feplana), Alexandre Lima e de outras lideranças canavieiras do Nordeste, José Inácio ainda participou de uma audiência com o ministro de Agricultura em exercício, Marcos Montes, para debater a questão da apreensão de tratores pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

“Conhecer a pesquisa de uma nova variedade de cana que é mais resistente a seca e a Broca-Gigante nos dá uma alegria muito grande, pois isso significará um novo marco para a produção canavieira de nossa região tão sofrida pela escassez hídrica”, disse José Inácio, explicando que a variedade de cana em estudo não é transgênica, mas, modificada para ser mais resistente.

Sobre a questão da apreensão tratada no MAPA sobre tratores fabricados a partir de 2016, que estão passíveis de apreensão ao circularem em vias públicas, sem registro específico, segundo José Inácio, a expectativa é que a situação seja contornada para evitar prejuízos para os produtores em plena safra no Nordeste. “A Resolução 587/16 do Conselho Nacional do Trânsito, ligado ao Ministério de Infraestrutura, determina a apreensão de tratores se esses não tiverem o registro junto ao MAPA, mas, acontece que o Ministério ainda não começou a fazer o cadastramento”, explica José Inácio.

Ainda segundo o dirigente da Unida e da Asplan, o ministro reconheceu a pendência sobre os registros e mostrou preocupação com a penalização sobre os produtores rurais enquanto isso não ocorrer e assumiu o compromisso de falar com o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, responsável pelo tema, para adiar essa exigência enquanto a Ministério da Agricultura não regularizar a questão. Na ocasião,  José Inácio agradeceu e elogiou a sensatez do representante do MAPA.

Nesta quarta-feira (20), a agenda de compromissos do dirigente canavieiro paraibano em Brasília inclui o acompanhamento da votação da Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal, que vai apreciar o Projeto de Decreto Legislativo (PDC 978/18) sobre a não exclusividade da venda de etanol por distribuidoras e ainda a participação em uma reunião da Comissão Nacional de Cana-de-açúcar da CNA, que acontece no final do dia, na sede da Confederação, com vasta pauta sobre o setor.

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Diretoria da Asplan se reúne com superintendente do INCRA para debater formas de incrementar cultura canavieira de pequenos produtores da PB

Com 1.369 produtores de cana-de-açúcar em plena atividade, a Associação de Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) representa a cultura mais expressiva do estado, já que é a maior geradora de empregos no campo e renda na região. Desse total de produtores, boa parte deles, ou seja, 1.264 são classificados como micro ou pequenos fornecedores. E eles integram o universo mais vulnerável da cadeia produtiva e que precisa de políticas públicas e incentivos para ampliar sua produtividade. E foi buscando justamente essa melhoria, que a diretoria da Associação se reuniu nesta segunda-feira (11), com o superintendente do INCRA na Paraíba, Kleyber Oliveira da Nóbrega.

“Estamos pleiteando parcerias com os órgãos públicos, linhas de crédito para esse segmento, ações e políticas que possam ajudar esses pequenos produtores a terem uma melhor produtividade e ganho”, afirma o presidente da Asplan, José Inácio de Morais, lembrando que esse universo de produtores que podem ser contemplados com ações do INCRA representam uma expressiva parcela de fornecedores de cana na Paraíba. A estratificação por produtores associados a Asplan está assim distribuída: micro: 993 (72,53%), pequenos: 271 (19,80%), médios: 51 (3,73%) e grandes: 54 (3,07%).

Dados da Asplan mostram que os micro e pequenos produtores têm suas lavouras, sobretudo, em Sapé, Cruz do Espírito Santo, Rio Tinto, Marcação, Pedras de Fogo e Baía da Traição, justamente, onde se encontram grande parte dos assentamentos e aldeias indígenas da Zona da Mata e Agreste paraibano. Esse universo de micro e pequenos produtores, que representa 92,33% do total de fornecedores de cana no estado, foi responsável pela produção de 820.000 toneladas na safra passada. “Esse é um dado expressivo, que ilustra bem a importância de se desenvolver ações que contemplem esse universo de pequenos produtores”, reitera José Inácio, que agora espera respostas do INCRA às suas solicitações.

Do volume total de produção de cana na safra passada na Paraíba, terceiro maior produtor do Nordeste, somando a cana de associados a Asplan e de indústrias, se chegou a um volume de 5.675.107,870 toneladas, destes, 3.109.896 toneladas foram oriundas de fornecedores ligados à Asplan. A estimativa para a safra 2019/20, que começou em julho e deve terminar em fevereiro, é de 6,5 milhões no total.

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Renda dos produtores de cana-de-açúcar do Nordeste cai em função do baixo preço pago pela tonelada da matéria-prima

O preço da tonelada de cana-de-açúcar no Nordeste, atualmente, caiu a níveis críticos o que está preocupando os produtores da região que vêm sua renda incompatível com os custos da lavoura. O valor médio pago pela tonelada da matéria-prima entre os meses de agosto e outubro foi de apenas R$ 86,00, valor bem inferior ao da safra 2016/2017 onde o preço pago chegou a R$ 102,00. A expectativa do setor era de um preço melhor, mas a grande oferta de etanol na atual safra puxou os preços para baixo

O presidente da Associação de Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais, está preocupado com essa situação. “O valor pago, atualmente, pelo preço da tonelada de cana não remunera o produtor e não há alternativa viável para o produtor nordestino se não a cultura canavieira, porque o solo não é propício para grãos e fruticultura só dá em perímetro irrigado, o que necessita de um alto investimento em projetos de irrigação”, afirma o dirigente canavieiro.

Ainda de acordo com José Inácio, a saída para reverter a situação é aumentar a produtividade do canavial que também está abaixo do mínimo necessário para melhor remunerar quem planta cana. “O produtor precisa tirar o mínimo de 60 toneladas por hectare plantado para ter uma remuneração razoável, mas, a média que se observa hoje é de pouco mais de 50 toneladas”, destaca o dirigente canavieiro, lembrando que o aumento da produtividade passa, necessariamente, por investimentos em sistema de irrigação e em nutrição do solo, o que também requer altos investimentos por parte do produtor que recebe sua remuneração em moeda nacional, mas tem que arcar com custos de produtos importados, cujos valores são atrelados ao dólar americano.

“De fato, o produtor canavieiro é antes de tudo um forte e a cana-de-açúcar, mesmo tendo oscilações de remuneração, é a única cultura que resistiu ao tempo na região e atravessou séculos, desde o descobrimento do Brasil, sendo o principal sustentáculo econômico e social da região”, finaliza José Inácio, lembrando que uma das principais características da cultura canavieira é passar de geração a geração. Ele próprio é bisneto e neto de senhor de engenhos e seu filho, Inácinho, segue o mesmo caminho do pai e de seus ancestrais, tendo se formado em Agronomia e já atuando junto às propriedades da família no cultivo da cana e de outros negócios.

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