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Produtores de cana ampliam conhecimentos sobre como combater melhor os fungos que atacam suas plantações

Os produtores de cana paraibanos conheceram, na manhã desta terça-feira (28), um pouco mais sobre os desafios de manter suas plantações longe de fungos como o Puccinia kuehnii, causador da ferrugem alaranjada, e o Thielaviopsis paradoxa, causador da podridão abacaxi na cana-de-açúcar. O encontro, promovido pela Centro de Treinamento da Adama – CTA e a Agromape, aconteceu no auditório da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), foi aberto pelo presidente da Asplan, José Inácio de Morais, e contou com uma palestra técnica de Álvaro Sanguino, Doutor em Fitopatologia pela Esalq – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,  e que possui mais de 50 anos de atuação no campo. Ele destacou a observação de sintomas na planta, o tempo e a aplicação certas para a primeira ação como formas importantes de lidar com as doenças.

Na oportunidade, o palestrante explicou como os fungos encontram as condições ideais para se instalar na planta e como eles atuam inibindo o desenvolvimento da cana, principalmente, a ferrugem alaranjada. “Não existe produto curativo. Temos que observar a planta para que ela receba o produto no momento certo e com as condições certas para acertar seu foco. No caso do fungicida, ele vai atuar na inibição da germinação dos esporos que pode acontecer em temperaturas amenas, mas também numa faixa muito ampla que pode ir até os 34 graus”, disse ele, destacando que isso deve ser feito logo no aparecimento dos primeiros sintomas nas folhas da cana.

“Os primeiros sintomas são pequenas pontuações amareladas que evoluem gradativamente para pústulas salientes, de cor laranja ou marrom. O ponto que mais aparece é e na superfície da folha e no ponto de inserção da folha ao colmo, afinal, é nesse ponto que se acumula água”, afirmou o doutor, mostrando uma tabela de evolução da doença na planta e que o segundo estágio já era recomendado o fungicida.

O principal agente de disseminação da ferrugem alaranjada é o vento. Assim, Álvaro também lembrou que a plantação em níveis é uma forma de controle. “Plantas em encostas mais altas que outras é uma forma de prevenção. Na parte mais alta, os ventos são mais fortes do que as que estão mais abaixo, sendo assim, as mais baixas, mais suscetíveis”, disse, apresentando imagens de cana em São Paulo com nítida diferença de coloração das folhas. “A mais alta está mais verde do que a parte mais baixa”, comentou.

Para finalizar, o palestrante deixou o que os produtores avaliassem se o custo de um fungicida valia a pena em suas plantações. “O fungo destrói a sacarose da cana. Ele ataca a parte mais rica da planta. Isso é importante vocês saberem para que vocês vejam o custo com base no prejuízo que podem ter”, frisou, salientando, porém, que o mais importante é não perder tempo quando observarem os primeiros sinais da ferrugem na planta. “O time é o que importa para não ter que fazer várias aplicações. Uma aplicação bem feita, estende o tempo para a próxima até 60 dias, mas isso deve ser feito até 10 dias de se notar os sintomas”, enfatizou.

Pesquisas para o NE

O engenheiro agrônomo Benon Barreto, que possui também anos de atividade e ampla experiência nos campos nordestinos, falou na ocasião, salientando que o Nordeste precisa de pesquisa específica, tendo em vista que em se tratando de fungos, as condições de temperatura, principalmente, são muito diferentes das encontradas no Centro-sul do pais. “Sou muito cético quando ao tratamento foliar no Nordeste.  A bainha sempre foi determinante na absorção foliar na região. Aqui temos temperatura, umidade diferente de outras regiões. Em pleno inverno mesmo, temos veranico de 20 dias”, argumentou Benon, acrescentando que existe, na verdade “dois Brasis”.

“Não podemos comparar nossas plantações com as do centro-sul. Temos que fazer nossas próprias pesquisas. Existe um enxame de produtos novos, mas é uma incoerência colocar aqui um fungicida sendo que o solo aqui das 11h às 14h a gente não aguenta no solado do sapato, de tão quente”, comentou o engenheiro, abrindo uma reflexão para o produtor de cana paraibano.

Azimut

Depois da palestra, a Adama apresentou o  Azimut, que já é um produto reconhecido no mercado pelo seu amplo espectro – usado em cerca de 20 culturas – no centro-sul do pais. Na ocasião, O engenheiro agrônomo Fábio Amaral, do setor de desenvolvimento de mercado para a cana da Adama, apresentou os resultados do Azimut em campo.  Vale destacar que a podridão abacaxi da cana-de-açúcar, causada pelo fungo Thielaviopsis paradoxa, pode causar quedas de até 50% na brotação e de 42% na produtividade de colmos. Já o Puccinia kuehnii, que causa a Ferrugem Alaranjada, interfere bastante na fotossíntese das folhas, comprometendo todo o desenvolvimento e produtividade da planta.

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Projeto de levantamento de custos da atividade canavieira mostra que remuneração de produtores de cana paraibanos está defasada

Pesquisadores do Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas – PECEGE, que estão realizando um estudo em parceria com a Escola Superior de Agricultura ‘‘Luiz de Queiroz’’ – ALQ e Universidade de São Paulo -USP, com apoio da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), voltaram a se reunir com produtores da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba, nesta terça-feira (21). O estudo, iniciado com produtores canavieiros paraibanos no ano passado, aponta um déficit significativo no valor de remuneração quando comparado os custos de produção da matéria-prima. Atualmente, essa defasagem chega a R$ 25,00 por tonelada de cana.

Segundo ficou constatado no estudo, o custo de produção por hectare de cana fica, em média, na Paraíba, por R$ 120,00, enquanto que a remuneração, hoje, é de R$ 95,00. O vice diretor do Departamento Técnico da Asplan (Detec), Pedro Neto, explica que esse estudo é muito importante pois faz um levantamento de custos de produção de cana com muitos detalhes. “A partir desse levantamento, nós temos um custo real da atividade e, a partir daí, podemos identificar o que podemos fazer para reduzir custos da porteira para dentro, porque da porteira para fora não depende do produtor”, destaca Pedro Neto.

Ainda segundo Pedro Neto, o estudo engloba custos com a mão de obra, produtividade, investimento em plantio, tratos culturais, na socaria, com mão de obra, veículos, etc. “O levantamento é muito detalhado e é norteador de novas ações no sentido de ajudar os produtores a serem mais eficientes na atividade, facilitando o processo de tomada de decisão e reduzindo, assim, esse déficit de remuneração que tem se repetido nas últimas safras”, afirma o representante da Asplan. Ele lembra que, em breve, a Associação fará um evento onde reunirá os produtores paraibanos para apresentar os resultados e as sugestões de melhorias.

Para o presidente da Asplan, José Inácio de Morais, a adesão da entidade a essa iniciativa traduz a preocupação da Associação em sempre disponibilizar para seus associados ferramentas que lhes proporcionem ganhos de produtividade e desenvolvimento. “Todo projeto que venha a agregar valor à nossa atividade será muito bem-vindo, a exemplo deste da PECEGE”, finaliza o dirigente canavieiro.

Esse estudo do PECEGE está sendo feito em nível nacional, em entidades representativas tanto dos produtores, quanto das indústrias. No ano passado, foi colhido dados e agora está sendo feito os detalhamentos. As informações sobre Custos de Produção de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Etanol no Brasil serão publicadas no portal e aplicativo Sucroenergético Pecege-Esalq/USP.

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O produtor rural brasileiro agora tem um governo que enxerga além das vias urbanas deste país’ afirma dirigente da Asplan

Depois de anunciar que enviará ao Congresso Nacional um projeto que isentará de punição os proprietários rurais que atirarem em invasores de suas terras, o presidente Jair Bolsonaro voltou a tomar decisões que agradaram o segmento produtivo nacional e e atende uma antiga reivindicação do setor que se sentia fragilizado diante da escala de violência no campo. Trata-se do Decreto 9.785, publicado no Diário Oficial da União esta quarta-feira (08), que regulamenta o porte de armas de fogo para várias categorias, entre elas, moradores de área rural.

“Quem já teve sua propriedade produtiva invadida, viu sem poder fazer nada seu patrimônio ser delapidado, plantações serem destruídas e criações serem mortas sem nada poder fazer para impedir tamanho absurdo ou viu seus familiares reféns do medo e da impunidade começam a respirar aliviados com as deliberações do nosso presidente que, ao agir assim, dá uma demonstração de que governa para além das vias urbanas, enxergando uma classe produtiva que é muito importante para o país e que estava refém do medo e de braços cruzados até então. Agora, os bandidos vão pensar duas vezes antes de invadir uma propriedade, seja para dilapidar o patrimônio, seja para cometer qualquer ato de ilicitude”, destacou o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais.

Para José Inácio, o Decreto atende os anseios da classe produtiva. “Com a legalização do porte, nós produtores que até então estávamos de aos atadas, vamos poder nos defender”, reitera José Inácio, lembrando que as regras e critérios para obtenção das armas não foram alteradas.

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