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Setor produtivo comemora acordo formalizado entre indústria e produtores de cana-de-açúcar sobre a divisão da receita de CBios

A Lei nº 13.576, de 26 de dezembro de 2017, instituiu a Política Nacional de Bicombustíveis (RenovaBio) visando ampliar a produção e o uso de biocombustíveis na matriz energética brasileira. E, desde então, as indústrias sucroalcooleiras do Brasil vêm sendo remuneradas com Créditos de Carbono (CBIOs) mas, a classe produtiva ainda não participava desta distribuição financeira. Essa situação acaba de ter um desfecho que fortalece todo o setor sucroenergético nacional e repara uma injustiça com os produtores. Nesta terça-feira (14) foi fechado um acordo entre as indústrias produtoras de etanol e bioenergia e os fornecedores de cana-de-açúcar do Brasil com esse propósito.

O presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida),  Pedro Neto, comemorou a decisão. “Depois de muita luta e debates chegamos a um acordo que foi bom para ambos os lados, ou seja, o setor industrial e o produtivo saem mais fortalecidos. Isso é um avanço e simboliza o amadurecimento do setor convergindo para um interesse maior que é o fortalecimento do Renovabio”, disse ele.

O presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) José Inácio de Morais, também comemorou a celebração do acordo. “Enfim, a gente vai poder ter acesso ao pagamento do CBios, a receber a parte que nos cabe dentro do Renovabio, algo que temos direito, que é justo, mas que precisava ser definido o que acontecerá agora a partir deste acordo”, disse o dirigente canavieiro.

Pelo acordo setorial, que será apresentado ao Congresso Nacional no âmbito do Projeto de Lei Nº 3149/2020, o produtor rural incluído na certificação da unidade produtora com dado padrão receberá, pelo menos 60% da receita líquida auferida pela indústria com a venda dos CBios gerados pela cana-de-açúcar do fornecedor. Já para os produtores que se certificarem com dados primários (perfil específico), o acordo define patamar mínimo de 85% da receita líquida adicional gerada na comparação com o perfil padrão.

“Os cálculos seguem uma fórmula complexa e inédita que foi acordada entre industriais e fornecedores e ela será explicada, oportunamente, a todos os interessados”, afirma o presidente da Unida. Pedro Neto. O presidente da Asplan, José Inácio, também adianta que a Associação paraibana estará, em breve, com seus técnicos aptos a explicar aos associados como se dará essa forma de pagamento. “Em breve, marcaremos uma atividade para esclarecer todos os detalhes deste acordo”, disse José Inácio, agradecendo ao senador paraibano Efraim Filho, que é o autor da Lei 3149/2020, e foi um dos principais interlocutores e mediadores para formalização deste acordo firmado hoje (14), junto com outros parlamentares.

 

 

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Representantes do BNB se reúnem com produtores canavieiros paraibanos para apresentação de linhas de crédito

Crédito mais barato ao longo do ano, com a taxa mais baixa do mercado e linhas de crédito para inovação e sustentabilidade. Esses são os diferenciais do Banco do Nordeste do Brasil S.A. que foram amplamente debatidos na manhã desta segunda-feira (13), durante evento na Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), em João Pessoa. Uma equipe de gerentes e técnicos da instituição financeira apresentou as linhas de crédito do BNB para os produtores canavieiros e falaram de perspectivas e linhas de investimento para o ano safra 2023/2024.

A abertura do evento foi feita pelo Diretor do Departamento Técnico da Asplan, Neto Siqueira, que pontuou a importância dos produtores terem acesso aos recursos do BNB. “Todo mundo sabe que os recursos do BNB são mais interessantes, mas é preciso que haja um melhor acesso aos créditos porque não adianta ter ótimas taxas, se o produtor não tem acesso aos recursos”, destacou Neto.

O Gerente Executivo do BNB, Keke Azevedo, reconheceu que a análise do banco é bem mais criteriosa que das demais instituições financeiras do mercado, porque ela interage com várias entidades reguladoras, mas, ponderou que vale a pena o produtor se adequar as exigências legais de âmbito federal, estadual e municipal, porque independente na necessidade de crédito, os produtores rurais do Brasil precisam estar atentos a agenda ASG. “De fato, o nosso tempo de análise e contratação de uma proposta é mais longo do que o de um banco privado, mas as condições do crédito compensam.”

Para ilustrar essa vantagem ele mostrou duas situações. Uma de um valor de financiamento de R$ 500 mil, com prazo de 12 meses, a uma taxa de 7,6% que no BNB, o valor do financiamento ficaria R$ 538 mil, enquanto que no Banco do Brasil, a mesma simulação, ficaria com o valor final de R$ 560 mil, já que a taxa é de 12%. A mesma operação o BNB com o prazo de 60 meses, o valor final do financiamento ficaria em R$ 721.159,55, enquanto que no Banco do Brasil, cuja taxa é 14%, esse valor aumentaria para R$ 962.707.29. “Nossa análise de acesso ao crédito é mais minuciosa, mas as taxas são melhores. Nós buscamos facilitar o processo, mas nunca negligenciar a importância do atendimento as legislações vigentes”, reiterou Keke Azevedo.

Entre as linhas de financiamento apresentadas os produtores paraibanos pelos representantes do BNB para o Plano Safra 2023/2024 destacam-se a FNE Agro Inovação, com prazo de até 15 anos, com até 5 anos de carência, que financia bens e serviços, com juos de 6,78%/ano. O FNE Agro Conectado com prazo de até 15 anos, com até 5 anos de carência, que financia tecnologia de telecomunicação, com juos de 6,78%/ano. Já o FNE Sol que tem prazo de 12 anos e carência de até seis medes, financia projetos de energia solar, com taxa de juros de 7,6%/ano.

O presidente da Asplan, José Inácio, reforçou a necessidade do BNB rever processos para que o produtor possa ter acesso ao crédito na instituição. “A gente sabe que as vezes tem o recurso e é o melhor dinheiro, mas infelizmente o produtor deixa de financiar no BNB por causa dessa burocracia complexa e que não depende do produtor”, disse ele, lembrando a questão da Sudema na Paraíba. “A gente sabe que a Sudema não é fácil, o problema é sério aqui na Paraíba onde há um fluxo que deixa a desejar em termos de agilidade”, disse ele citando exemplos desta burocracia que impede o produtor de ter acesso ao crédito do BNB. “Há de haver uma maneira mais descomplicada que a atual, porque não é fácil tirar dinheiro no BNB com todas essas exigências. É preciso rever a normativa do FNE que é antiga, engessada e difícil”, reiterou o dirigente da Asplan.

José Inácio lembrou ainda que os produtores precisam do banco e não podem perder a esperança de ter acesso ao crédito. “Vamos trabalhar. Vamos ver quais são os gargalos e saídas. A equipe técnica da Asplan está montada para atuar. Vamos ver como ter acesso ao crédito. O que precisar pode contar com a gente”, finalizou o presidente da Asplan.

A Assistente Técnica da Asplan, Fernanda Vasconcelos, que faz a ponte entre produtores associados e as instituições financeiras, junto com o consultor financeiro de entidade, Cristiano Aguiar, destacou a importância deste serviço de consultoria prestado pela Associação. “A gente está vendo aqui que não é fácil obter recursos do BNB, mas, já tivemos esse ano vários casos de aprovação de crédito na instituição”, relembrou ela que também é a responsável pelo serviço de orientação e apoio aos produtores ligados à Asplan.

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Informe Climático – Maio de 2024

Nº 04/2024 - 02 DE MAIO DE 2024

ABRIL FECHA COM TOTAIS ACIMA DA MÉDIA EM TODO O LITORAL PARAIBANO E PERSPECTIVAS CLIMÁTICAS APONTAM PARA TRIMESTRE ACIMA DA MÉDIA

PRECIPITAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS – ABRIL/2024

Figura 01 – Precipitação acumulada no período de 01/04 a 30/04/2023. Fonte: www.aesa.pb.gov.br

Climatologicamente, o mês de abril é considerado o primeiro mês do quadrimestre mais chuvoso do setor leste do Nordeste e em particular das regiões do Agreste, Brejo e Litoral do estado da Paraíba.

Desde janeiro de 2024, as precipitações sobre a todo o estado da Paraíba tem tido comportamento acima da média em todas as regiões do estado. Seguindo essa tendência, o mês de abril também apresentou precipitações acima da média, no acumulado do mês.

Em boa parte do estado, as precipitações ultrapassaram os 400,0 mm mensais, e grande parte das maiores precipitações pluviométricas foram registradas no litoral norte do estado, com totais mais representativos em Lucena: 420,6 mm, Baía da Traição: 328,2 mm, Cabedelo: 320,4 mm e Rio Tinto: 301,7 mm.

Conforme dados registrados no decorrer do ano de 2024, tabela 01, foi observado que todas as regiões do estado, no decorrer de 2024, apresentaram totais acumulados acima da média, com índices que já ultrapassaram os 50% do esperado para o ano, nas regiões do Cariri/Curimataú: 64,4% acima da média e na região do Agreste com precipitações acumuladas que chegaram a 51,3 % acima da média. Já no litoral paraibano, apesar de contabilizar apenas abril, como primeiro mês do período mais chuvoso da região (quadrimestre abril a julho), os totais registrados no ano já ultrapassaram a média histórica em 13,1%, acumulando, em média na região, o total de 670,9 mm.

Tabela 01 – Totais observados por mês e acumulado do ano para o período de 01 janeiro a 30 abril/2024.

TENDÊNCIA CLIMÁTICA

Figura 02 – Anomalias de temperatura da superfície do mar – 01/05/2024 (Em azul, anomalias de temperaturas abaixo da média, em vermelho acima). Fonte: https://www.senamhi.gob.pe

O início do período mais chuvoso sobre o litoral paraibano, também marcou o início do resfriamento das Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) sobre o Oceano Pacíficio Tropical, próximo a costa oeste da América do Sul, evoluindo assim, com o começo da atuação do fenômeno La Niña, figura 02.

Assim, sobre a costa oeste da América do Sul, as TSM sobre as áreas do Niño 1+2, Niño 3 e Niño 3.4 já apresentam anomalias negativas de temperatura. Este quadro de estabelecimento do fenômeno La Niña favorece as condições climáticas para evolução do bom andamento do período chuvoso sobre o setor leste do Nordeste do Brasil (NEB) em particular sobre todo o litoral paraibano.

Com relação ao Oceano Atlântico tropical, as temperaturas da superfície do mar permanecem aquecidas, ou seja, anomalias positivas de temperatura e, com isso, as condições oceano-atmosfera permanecem favoráveis a evolução das precipitações pluviométricas em todas a faixa leste do NEB, em particular sobre o estado da Paraíba.

Deste modo, com o resfriamento progressivo das temperaturas da superfície do Oceano Pacífico Tropical, evoluindo para o pleno estabelecimento do fenômeno La Niña e com a permanência do aquecimento do Atlântico tropical, que induz instabilidades atmosféricas para todo o setor leste, há convergência de condições climáticas para evolução, de que o próximo trimestre, apresente tendência de manutenção das precipitações pluviométricas na categoria de normal a acima da média, em toda a faixa litorânea da Paraíba e regiões adjacentes (Brejo e Agreste).

Figura 03 – Previsão da precipitação de 01/05 a 31/05, modelo BAM 1.2 CPTEC/INPE (Áreas em tom azul indica precipitações acima a média e em vermelho abaixo. Fonte: CPTEC/INPE

Com o advento do período chuvoso sobre o litoral do Nordeste do Brasil (NEB), quadrimestre de abril a julho, as precipitações, sobre o setor leste do estado da Paraíba, se tornam, gradativamente, muito mais regulares e com totais acumulados mais representativos.

Apesar do mês de maio, apresentar condições climáticas de transição entre os sistemas meteorológicos atuantes na região, a exemplo da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e, este mês normalmente ser característico de irregularidades, as condições de maior aquecimento das TSM do Atlântico Tropical, e a condição de ventos favoráveis, devem trazer maior regularidade das precipitações pluviométricas sobre o litoral nordestino.

Assim, para o mês de maio, conforme às perspectivas dos resultados de previsão da evolução da precipitação pluviométrica, de diversos modelos, e de acordo com resultado do modelo BAM 1.2 CPTEC/INPE, exemplo Figura 03, as precipitações pluviométricas acumuladas para o mês, deverão continuar com totais acumulados predominatemente acima da média. Conforme o resultado do modelo, há tendência de 60 a 90 mm de de variabilidade de anomalias positivas, ou seja, tendência das precipitações do mês ficaram em torno de 30% acima do esperado.

Neste mês de maio, as temperaturas permanecerão em redução, conforme se estabelece a estação do outono, com com previsão de temperatura mínima podendo chegar aos 20oC e máxima de 31oC.

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