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Informe Climático – Janeiro de 2025

01/2025 - 08 DE JANEIRO DE 2025

FENÔMENO LA NIÑA E ATLÂNTICO MAIS QUENTE DEVERÃO FAVORECER A EVOLUÇÃO DAS PRECIPITAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2025

CLIMA - CONDIÇÕES ATUAIS

Figura 01 – Anomalia da Superfície do mar sobre o Oceano Pacífico – Temperatura média dezembro/2024. Em azul resfriamento (Evento La Niña) e vermelho aquecimento. (Fonte: Climate Prediction Center / NCEP).
Sobre a bacia do Oceano Pacífico Tropical, figura 01, as águas superfíciais permanecem mais frias do que a média, tons em azul, e, dão força a atuação do fenômeno La Niña, embora se apresente desconfigurado, evolução muito lenta e com fraca intensidade. Mas, no decorrer deste trimeste, janeiro, fevereiro e março, o fenômeno La Niña deverá amplificar sua intensidade e atuação e favorecer o período mais chuvoso da região semiárida do Nordeste do Brasil (NEB) e, também. sobre o litoral nordestino, em particular sobre o litoral do estado da Paraíba.
Figura 02 – Anomalia da Superfície do mar sobre o Oceano Atlântico em 07/01/2024. Em azul resfriamento e vermelho aquecimento. (Fonte: https://www.tropicaltidbits.com).

Deste modo, as condições climáticas Oceanicas e Atmosfericas, sobre o Oceano Pacífico tropical continuam evoluindo favoravelmente ao período mais chuvoso do Nordeste do Brasil, que se inicia, e vai se configurando de forma a auxiliar a aumentar a regularidade das chuvas sobre o semiárido nordestino e, deste modo, trazendo um período mais úmido, com mais nebulosidade e aumento das precipitações pluviométricas no litoral paraibano.

Com relação ao Oceano Atlântico tropical, figura 02, a Temperatura da Superfície do Mar (TSM), sobre a área oceânica da costa leste da América do Sul, começam a apresentar redução das anomalias negativas, ou seja, estão apresentando um relativo aquecimento em nas últimas semanas (manchas em tons amarelho/laranja) e que deste modo, começam a apresentar uma condição mais favorável ao clima sobre o Nordeste do Brasil, em particular sobre o litoral paraibano, regiões do Agreste, Brejo e Litoral, onde deverá trazer impactos mais favoráveis a manutenção da nebulosidade e, apesar da região do litoral estar em pleno período de estiagem, este aquecimento das TSM sobre o Atlântico Tropical poderá induzir a ocorrência de precipitações pluviométricas mais regulares e com totais mais representativos no decorrer do trimestre.  Essa condição de aquecimento deverá também manter altos índices de nebulosidade sobre toda a faixa litorânea da Paraíba

TENDÊNCIA TEMPO E CLIMA

Figura 03 – Previsão climática para a precipitação pluviométrica para o trimestre janeiro a março. Fonte: www.ciiffen.org

Conforme a evolução favorável do fenômeno La Niña e permanecendo a manutenção de águas mais quentes sobre a costa leste do Nordeste do Brasil, o quadro climático evolui para favorável e as condições atmosféricas atuam de modo a melhoria da qualidade do período mais chuvoso sobre o Nordeste do Brasil (NEB), inicialmente sobre a região semiárida do NEB, trimestre janeiro a março e posteriormente sobre o litoral leste do NEB, em particular sobre o litoral paraibano.

Conforme, tendência de previsão climática de diversos modelos para o trimestre janeiro a março, a exemplo do modelo de previsão climática do ECMWF/CIIFEN, figura 03, a tendência climática para o estado da Paraíba converge para totais pluviométricos dentro da normalidade, ou seja, valores acumulados no trimestre dentro da média histórica, com maior probabilidade de precipitações acima da média em estados mais ao norte do NEB. 

Com relação ao litoral nordestino, a permanência do aquecimento anômalo das águas do Oceano Atlântico tropical, deverá melhorar a regularidade das precipitações pluviométricas e com tendência a totais pluviométricos também na categoria normal.

Com a intensificação do fenômeno La Niña e um maior aquecimento das águas do Oceano Atlântico deve haver uma maior consolidação da previsão climática e as precipitações pluviométricas torna-se-ão mais regulares e os totais se consolidarão mais dentro da categoria prevista.

Figura 04– Previsão da precipitação pluviométrica para o período de 10 a 16 de dezembro. Em azul, previsão de precipitações mais representativas. Fonte: ECMWF/CIIFEN.

Com a evolução do período chuvoso sobre toda a região semiárida do Nordeste do Brasil, as precipitações pluviométricas, no decorrer do mês de janeiro de 2025,  começam a evoluir gradativamente em praticamente toda a região, com sistemas predominantes de oeste da leste e precipitações concentradas no setor centro oeste do Brasil.  Sobre o litoral, precipitações pluviométricas mais fracas e esparsas, mas que condizem com a climatologia desta região.

Conforme indicativos de diversos modelos de previsão do tempo à médio prazo, neste mês de janeiro, há bons indicativos de ocorrência de precipitações representativas, e os modelos estão prevendo que as precipitações pluviométricas sobre o NEB, se apresentem com totais dentro da normalidade, conforme exemplo do resultado do modelo regional do ECMWF/CIIFEN, figura 04, em que mostra a previsão de 10 a 16 de janeiro de 2025 sobre todo o Brasil, em particular para o Nordeste, mostrando um período de concentração de precipitações pluviométricas mais representativas na região centro norte, mas com boas perspectivas de precipitações sobre a faixa litorânea no range médio previsto de 25-75 milimetros para o período.

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Informe Climático – Novembro de 2024

07 DE NOVEMBRO DE 2024

FENÔMENO LA NIÑA COMEÇA A SE RESTABELER E MODELOS CLIMÁTICOS APONTAM TRIMESTRE MAIS ÚMIDO NA FAIXA LITORÂNEA DA PARAÍBA

CLIMA - CONDIÇÕES ATUAIS

Figura 01 – Anomalia da Superfície do mar sobre os Oceanos Pacífico e Atlântico – 06/11/2024. Em azul resfriamento e vermelho aquecimento.

Nestas últimas duas semanas, o fenômeno La Niña voltou a ganhar força, com as anomalias de temperaturas da superfície do mar reduzindo gradativamente (resfriamento da temperatura do oceano) e se estabelecendo em toda a bacia tropical do Oceano Pacífico, figura 01.

Assim, as condições climáticas sobre o oceanos Pacífico continua evoluindo favoravelmente e apresentando configurações vantajosas para o ínicio do período mais chuvoso do semiárido nordestino e trazendo um período mais úmido, com nebulosidade variável e chuvas isoladas, porém de fraca intensidade, para a região do litoral nordestino, em particular no litoral da Paraíba.

Deste modo, as Temperaturas da Superfície do Mar (TSM), sobre o Oceano Pacífico Tropical, apresentam predomínio de anomalias negativas da TSM dando indicativo do reestabelecimento do fenômeno La Niña e com isso um favorecimento gradativo para a evolução de sistemas convectivos sobre o Nordeste do Brasil (NEB).

Sobre o Oceano Atlântico tropical, figura 01, as TSM sobre a área oceânica da costa leste da América do Sul, começam a apresentar redução das anomalias negativas, ou seja, estão apresentando um relativo aquecimento em nas últimas semanas e que deste modo, começam a apresentar uma condição mais favorável ao clima sobre o Nordeste do Brasil, em particular sobre o litoral paraibano, regiões do Agreste, Brejo e Litoral, onde deverá trazer impactos mais favoráveis a manutenção da nebulosidade e, apesar da região do litoral estar em pleno período de estiagem, este aquecimento das TSM sobre o Atlântico Tropical poderá induzir a ocorrência de precipitações pluviométricas isoladas neste final de 2024, embora de fraca intensidade, mas mantém o tempo mais amêno, e com temperaturas oscilando próximo a média histórica.

Figura 02– Previsão da anomalia de evolução das Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) sobre os Oceanos Pacífico e Atlântico. Tons em azul indicam resfriamento e em tons laranja aquecimento. Fonte: NCEP`/NOAA.

TENDÊNCIA CLIMÁTICA

Figura 03 – Anomalia de tempertura da superfície do mar sobre o Oceano Atlântico Tropical – média das últimas 04 semanas – 09/10/2024 – 30/10/2024.

Conforme a previsão da modelagem atmosférica observada na figura 02, com relação as Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) sobre os Oceanos Pacífico e Atlântico, observa-se a previsão de expansão e aumento das anomalias negativas de TSM sobre toda a bacia leste do Oceano Pacífico Tropical mostrando o estabelecimento do fenômeno La Niña, pelo menos, até o trimestre março a maio de 2025, e sobre a bacia do atlântico tropical oeste, observa-se uma tendência de previsão para padrão de neutralidade à aquecimento das anomalias de TSM sobre a costa leste do Nordeste do Brasil (NEB) garantindo assim, um quadro oceânico em evolução favorável ao início do periodo chuvoso com boas perspectivas na região semiárida do NEB e uma pré-estação favorável sobre o litoral paraibano.

Uma análise mais apurada sobre o Oceano Atlântico Tropical, figura 02, mostra que neste último mês de outubro as Temperaturas da Superfície do Mar (TSM), sobre o Oceano Atlântico Tropical, evoluiram para um quadro mais positivo em relação aos meses anteriores, e as anomalias negativas de temperatura, temperaturas abaixo da média, evoluiram para um padrão de neutralidade, ou seja, estão aquecendo, fator esse que melhora a condição atmosférica para evolução de precipitações pluviométricas sobre o setor leste do Nordeste do Brasil (NEB).  Condição esta que, também contribui para um maior transporte de umidade do Oceano Atlântico para o continente aumentando a umidade atmosférica e melhorando as possiblidades de precipitações na faixa leste do NEB, em particular sobre o litoral paraibano.

TENDÊNCIA DO TEMPO

Figura 04– Previsão da anomalia de precipitação pluviométrica sobre a América do Sul para o período de 07 a 20 de novembro. Tons em azul indicam precipitações acima da média, em vermelho abaixo. Fonte: CPTEC/INPE.

Com a evolução do período de estiagem, ainda permanece o quadro de ausência de precipitações representativas em todo o estado da Paraíba.

Conforme indicativos de diversos modelos de previsão do tempo à médio prazo, neste mês de novembro, ainda não há indicativos de ocorrência de precipitações representativas, e os modelos estão prevendo que as precipitações pluviométricas sobre o NEB, apresentem totais dentro da normalidade, conforme exemplo do resultado do modelo regional do CPTEC/INPE, figura 04. 

Particularmente para o litoral paraibano, as pecipitações devem se manter dentro do padrão de normalidade para o período de estiagem e não devem apresentar chuvas representativas, apenas precipitações pluviométricas passageiras e isoladas. As temperaturas devem se manter em torno da média e teremos nebulosidade variável sobre a região no decorrer desta primeira quinzena do mês.

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Informe Climático – Setembro de 2024

Nº 09/2024 - 16 DE SETEMBRO DE 2024

APESAR DA REDUÇÃO DAS PRECIPITAÇÕES, PERÍODO CHUVOSO DE 2024 FECHA COM TOTAIS ACIMA DA MÉDIA EM TODA A FAIXA LITORÂNEA

PRECIPITAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS

ACUMULADO JANEIRO A AGOSTO
Figura 01 – Precipitação acumulada no período de 01/01/2024 a 31/08/2024 – Fonte: www.aesa.pb.gov.br

Em boa parte do ano de 2024, as precipitações foram regulares e com totais predominantemente acima da média histórica. Sobre toda a faixa litorânea foram observados totais bem representativos com valores totais acumulados de janeiro a agosto que ultrapassaram os 1.500,00 mm, a saber: João Pessoa: 1.848,1 mm, Baia da Traição: 1.803,9 mm, Caaporã: 1.746,5 mm, Lucena: 1.730,8 mm, Cabedelo: 1.706,9 mm, Marcação: 1.589,6 mm, Alhandra: 1.578,2 mm e Pitimbú: 1.548,9 mm.  Conforme distribuição espacial, observada na figura 01, predominantemente os maiores valores deste período do ano, foram concentrados sobre toda a faixa litorânea.  Vale a pena observar, que apesar da redução das precipitações pluviométrica observadas a partir do final do mês de julho e ao londo do mês de agosto, que todos os principais municípios do setor leste da Paraíba, mesorregião da Mata Paraiba, apresentaram totais acima da média histórica, tabela 01.

Podemos observar na tabela 01, que o maior índice relativo (variabilidade da precipitação) ultrapassarou 20% de superavit, no município de Baia da Traição: 20,3%, seguido do município de Pedro Régis: 18,4%, ambos acima da média.  Os menores índices, acima da média, foram observaos nos municípios de Alhandra: 2,3% e no Conde: 2,7 %, mesmo assim, totais bem representativos que chegaram a 1.578,2 mm, 1.454,5 mm, respectivamente.

Vale salientar, que o ano de 2024 teve particularidades no clima que, evoluiram desde um El Niño, tipo MODOK, a predomínio de temperaturas acima da média sobre todo o Oceano Atlântico tropical e que trouxe uma condição favorável a evolução das precipitações pluviométricas no decorrer de quase toda a estação chuvosa do setor leste da Paraíba, regiões do Agreste, Brejo e Litoral, onde fechamos o período mais chuvoso com totais predominantemente acima da média, conforme observado na tabela 01.

TABELA 01 – PRECIPITAÇÃO ACUMULADA DE JANEIRO A AGOSTO

TENDÊNCIA CLIMÁTICA

Figura 02 – Perfil vertical da Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar sobre o Oceano Pacífico (tons em vermelho representam temperaturas da água acima da média, em azul abaixo). Fonte: NOAA/CPC.

Sobre o Oceano Pacifico Tropical, ainda persistem condições oceânicas para padrão de continuidade da evolução do fenômeno La Niña, que conforme figura 02, ainda permanece predominando anomalias negativas de temperatura em boa parte da bacia tropical, ou seja, temperaturas abaixo da média.  Assim, a temperatura do Oceano Pacífico tropical (área de desenvolvimento e atuação do fenômeno La Niña), continua resfriando gradativamente, mas de forma lenta e, deste modo, ainda teremos neste próximo bimestre a ressurgência do fenômeno, agora de forma mais concreta.

Embora as condições convirjam para uma evolução mais concreta do fenômeno La Niña, a região do litoral paraibano inicia seu período normal de estiagem e não deveremos ter impactos representativos sobre o clima da região.  Com a evolução fenômeno La Niña deveremos ter uma condição mais favorável a manutenção de nebulosidade mais variável e assim, um período de estiagem com temperaturas de normal a abaixo da média, em virtude da condição climática que o fenômeno traz para o Nordeste do Brasil.

TENDÊNCIA TEMPO

Figura 03 – Previsão da estimativa dos totais de precipitação de 15/09 a 30/09/2024.  Fonte: https://www.cptec.inpe.br

Com a chegada da primavera, no dia 22 de setembro de 2024, e a passagem do equinócio de primavera, instante que o sol ultrapassa a linha do equador, e desloca-se gradativamente a posições mais ao sul, e o Sol atinge com maior intensidade as regiões próximas à linha do Equador, particularmente sobre o Nordeste do Brasil, e, climatologicamente apresenta dias e noites com a mesma duração. 

Neste momento, a primavera marca o período normal de estiagem sobre a faixa litorânea e áreas adjacentes, trazendo tempo quente e seco, mas, com a atuação do fenômeno La Niña, em plena evolução, teremos uma estação com temperaturas mais amênas e precipitações pluviométricas passageiras e em dias isolados, mas sem representatividade para o período, apenas eventos próximos a climatologia, como padrão de normalidade.

Com relação a previsão de precipitações pluviométricas para o restante do mês de setembro, conforme apresentado no modelo de previsão da figura 03, neste mês não estarão previstas a ocorrência de precipitações pluviométricas representativas, apenas eventos isolados e com precipitações esparsas e fracas, fator normal para o período de estiagem que se consolida, oscilando com totais próximo a média climatológica.

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