ClimaTempo

Informe Climático – Novembro de 2024

07 DE NOVEMBRO DE 2024

FENÔMENO LA NIÑA COMEÇA A SE RESTABELER E MODELOS CLIMÁTICOS APONTAM TRIMESTRE MAIS ÚMIDO NA FAIXA LITORÂNEA DA PARAÍBA

CLIMA - CONDIÇÕES ATUAIS

Figura 01 – Anomalia da Superfície do mar sobre os Oceanos Pacífico e Atlântico – 06/11/2024. Em azul resfriamento e vermelho aquecimento.

Nestas últimas duas semanas, o fenômeno La Niña voltou a ganhar força, com as anomalias de temperaturas da superfície do mar reduzindo gradativamente (resfriamento da temperatura do oceano) e se estabelecendo em toda a bacia tropical do Oceano Pacífico, figura 01.

Assim, as condições climáticas sobre o oceanos Pacífico continua evoluindo favoravelmente e apresentando configurações vantajosas para o ínicio do período mais chuvoso do semiárido nordestino e trazendo um período mais úmido, com nebulosidade variável e chuvas isoladas, porém de fraca intensidade, para a região do litoral nordestino, em particular no litoral da Paraíba.

Deste modo, as Temperaturas da Superfície do Mar (TSM), sobre o Oceano Pacífico Tropical, apresentam predomínio de anomalias negativas da TSM dando indicativo do reestabelecimento do fenômeno La Niña e com isso um favorecimento gradativo para a evolução de sistemas convectivos sobre o Nordeste do Brasil (NEB).

Sobre o Oceano Atlântico tropical, figura 01, as TSM sobre a área oceânica da costa leste da América do Sul, começam a apresentar redução das anomalias negativas, ou seja, estão apresentando um relativo aquecimento em nas últimas semanas e que deste modo, começam a apresentar uma condição mais favorável ao clima sobre o Nordeste do Brasil, em particular sobre o litoral paraibano, regiões do Agreste, Brejo e Litoral, onde deverá trazer impactos mais favoráveis a manutenção da nebulosidade e, apesar da região do litoral estar em pleno período de estiagem, este aquecimento das TSM sobre o Atlântico Tropical poderá induzir a ocorrência de precipitações pluviométricas isoladas neste final de 2024, embora de fraca intensidade, mas mantém o tempo mais amêno, e com temperaturas oscilando próximo a média histórica.

Figura 02– Previsão da anomalia de evolução das Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) sobre os Oceanos Pacífico e Atlântico. Tons em azul indicam resfriamento e em tons laranja aquecimento. Fonte: NCEP`/NOAA.

TENDÊNCIA CLIMÁTICA

Figura 03 – Anomalia de tempertura da superfície do mar sobre o Oceano Atlântico Tropical – média das últimas 04 semanas – 09/10/2024 – 30/10/2024.

Conforme a previsão da modelagem atmosférica observada na figura 02, com relação as Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) sobre os Oceanos Pacífico e Atlântico, observa-se a previsão de expansão e aumento das anomalias negativas de TSM sobre toda a bacia leste do Oceano Pacífico Tropical mostrando o estabelecimento do fenômeno La Niña, pelo menos, até o trimestre março a maio de 2025, e sobre a bacia do atlântico tropical oeste, observa-se uma tendência de previsão para padrão de neutralidade à aquecimento das anomalias de TSM sobre a costa leste do Nordeste do Brasil (NEB) garantindo assim, um quadro oceânico em evolução favorável ao início do periodo chuvoso com boas perspectivas na região semiárida do NEB e uma pré-estação favorável sobre o litoral paraibano.

Uma análise mais apurada sobre o Oceano Atlântico Tropical, figura 02, mostra que neste último mês de outubro as Temperaturas da Superfície do Mar (TSM), sobre o Oceano Atlântico Tropical, evoluiram para um quadro mais positivo em relação aos meses anteriores, e as anomalias negativas de temperatura, temperaturas abaixo da média, evoluiram para um padrão de neutralidade, ou seja, estão aquecendo, fator esse que melhora a condição atmosférica para evolução de precipitações pluviométricas sobre o setor leste do Nordeste do Brasil (NEB).  Condição esta que, também contribui para um maior transporte de umidade do Oceano Atlântico para o continente aumentando a umidade atmosférica e melhorando as possiblidades de precipitações na faixa leste do NEB, em particular sobre o litoral paraibano.

TENDÊNCIA DO TEMPO

Figura 04– Previsão da anomalia de precipitação pluviométrica sobre a América do Sul para o período de 07 a 20 de novembro. Tons em azul indicam precipitações acima da média, em vermelho abaixo. Fonte: CPTEC/INPE.

Com a evolução do período de estiagem, ainda permanece o quadro de ausência de precipitações representativas em todo o estado da Paraíba.

Conforme indicativos de diversos modelos de previsão do tempo à médio prazo, neste mês de novembro, ainda não há indicativos de ocorrência de precipitações representativas, e os modelos estão prevendo que as precipitações pluviométricas sobre o NEB, apresentem totais dentro da normalidade, conforme exemplo do resultado do modelo regional do CPTEC/INPE, figura 04. 

Particularmente para o litoral paraibano, as pecipitações devem se manter dentro do padrão de normalidade para o período de estiagem e não devem apresentar chuvas representativas, apenas precipitações pluviométricas passageiras e isoladas. As temperaturas devem se manter em torno da média e teremos nebulosidade variável sobre a região no decorrer desta primeira quinzena do mês.

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Informe Climático – Setembro de 2024

Nº 09/2024 - 16 DE SETEMBRO DE 2024

APESAR DA REDUÇÃO DAS PRECIPITAÇÕES, PERÍODO CHUVOSO DE 2024 FECHA COM TOTAIS ACIMA DA MÉDIA EM TODA A FAIXA LITORÂNEA

PRECIPITAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS

ACUMULADO JANEIRO A AGOSTO
Figura 01 – Precipitação acumulada no período de 01/01/2024 a 31/08/2024 – Fonte: www.aesa.pb.gov.br

Em boa parte do ano de 2024, as precipitações foram regulares e com totais predominantemente acima da média histórica. Sobre toda a faixa litorânea foram observados totais bem representativos com valores totais acumulados de janeiro a agosto que ultrapassaram os 1.500,00 mm, a saber: João Pessoa: 1.848,1 mm, Baia da Traição: 1.803,9 mm, Caaporã: 1.746,5 mm, Lucena: 1.730,8 mm, Cabedelo: 1.706,9 mm, Marcação: 1.589,6 mm, Alhandra: 1.578,2 mm e Pitimbú: 1.548,9 mm.  Conforme distribuição espacial, observada na figura 01, predominantemente os maiores valores deste período do ano, foram concentrados sobre toda a faixa litorânea.  Vale a pena observar, que apesar da redução das precipitações pluviométrica observadas a partir do final do mês de julho e ao londo do mês de agosto, que todos os principais municípios do setor leste da Paraíba, mesorregião da Mata Paraiba, apresentaram totais acima da média histórica, tabela 01.

Podemos observar na tabela 01, que o maior índice relativo (variabilidade da precipitação) ultrapassarou 20% de superavit, no município de Baia da Traição: 20,3%, seguido do município de Pedro Régis: 18,4%, ambos acima da média.  Os menores índices, acima da média, foram observaos nos municípios de Alhandra: 2,3% e no Conde: 2,7 %, mesmo assim, totais bem representativos que chegaram a 1.578,2 mm, 1.454,5 mm, respectivamente.

Vale salientar, que o ano de 2024 teve particularidades no clima que, evoluiram desde um El Niño, tipo MODOK, a predomínio de temperaturas acima da média sobre todo o Oceano Atlântico tropical e que trouxe uma condição favorável a evolução das precipitações pluviométricas no decorrer de quase toda a estação chuvosa do setor leste da Paraíba, regiões do Agreste, Brejo e Litoral, onde fechamos o período mais chuvoso com totais predominantemente acima da média, conforme observado na tabela 01.

TABELA 01 – PRECIPITAÇÃO ACUMULADA DE JANEIRO A AGOSTO

TENDÊNCIA CLIMÁTICA

Figura 02 – Perfil vertical da Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar sobre o Oceano Pacífico (tons em vermelho representam temperaturas da água acima da média, em azul abaixo). Fonte: NOAA/CPC.

Sobre o Oceano Pacifico Tropical, ainda persistem condições oceânicas para padrão de continuidade da evolução do fenômeno La Niña, que conforme figura 02, ainda permanece predominando anomalias negativas de temperatura em boa parte da bacia tropical, ou seja, temperaturas abaixo da média.  Assim, a temperatura do Oceano Pacífico tropical (área de desenvolvimento e atuação do fenômeno La Niña), continua resfriando gradativamente, mas de forma lenta e, deste modo, ainda teremos neste próximo bimestre a ressurgência do fenômeno, agora de forma mais concreta.

Embora as condições convirjam para uma evolução mais concreta do fenômeno La Niña, a região do litoral paraibano inicia seu período normal de estiagem e não deveremos ter impactos representativos sobre o clima da região.  Com a evolução fenômeno La Niña deveremos ter uma condição mais favorável a manutenção de nebulosidade mais variável e assim, um período de estiagem com temperaturas de normal a abaixo da média, em virtude da condição climática que o fenômeno traz para o Nordeste do Brasil.

TENDÊNCIA TEMPO

Figura 03 – Previsão da estimativa dos totais de precipitação de 15/09 a 30/09/2024.  Fonte: https://www.cptec.inpe.br

Com a chegada da primavera, no dia 22 de setembro de 2024, e a passagem do equinócio de primavera, instante que o sol ultrapassa a linha do equador, e desloca-se gradativamente a posições mais ao sul, e o Sol atinge com maior intensidade as regiões próximas à linha do Equador, particularmente sobre o Nordeste do Brasil, e, climatologicamente apresenta dias e noites com a mesma duração. 

Neste momento, a primavera marca o período normal de estiagem sobre a faixa litorânea e áreas adjacentes, trazendo tempo quente e seco, mas, com a atuação do fenômeno La Niña, em plena evolução, teremos uma estação com temperaturas mais amênas e precipitações pluviométricas passageiras e em dias isolados, mas sem representatividade para o período, apenas eventos próximos a climatologia, como padrão de normalidade.

Com relação a previsão de precipitações pluviométricas para o restante do mês de setembro, conforme apresentado no modelo de previsão da figura 03, neste mês não estarão previstas a ocorrência de precipitações pluviométricas representativas, apenas eventos isolados e com precipitações esparsas e fracas, fator normal para o período de estiagem que se consolida, oscilando com totais próximo a média climatológica.

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Informe Climático – Julho de 2024

Nº 06/2024 - 07 DE JULHO DE 2024

PREVISÃO CLIMÁTICA DA ASPLAN SE CONFIRMA E JUNHO TAMBÉM FECHA O MÊS COM TOTAIS PLUVIOMÉTRICOS ACIMA DA MÉDIA EM TODA A MESORREGIÃO DA MATA PARAIBANA

PRECIPITAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS – JUNHO DE 2024

Figura 01 – Precipitação acumulada no período de 01/06 a 30/06/2024. Fonte: www.aesa.pb.gov.bR

Conforme previsto pela ASPLAN, as precipitações pluviométricas no decorrer do período chuvoso do setor leste do estado da Paraíba, mesorregião da Mata Paraibana, teriam comportamento acima da média climatológica. Deste modo, sobre toda a mesorregião da Mata Paraíba, as precipitações pluviométricas registradas no decorrer do mês de junho de comportaram predominantemente na categoria, acima da média histórica e com boa regularidade no decorrer de todo o mês.

Conforme figura 01, em praticamente toda a faixa leste, as precipitações acumuladas no mês, na sua grande maioria, ficaram acima dos 200,0 mm mensais e os totais ultrapassaram os 400,0 mm, nos municípios de Alhandra: 431,8 mm e Pitimbu: 402,3 mm, com desvios positivos (precipitações acima da média) que chegaram, respectivamente, a 32,4% e 33,7% acima da média.

Todos os municípios da mesorregião da Mata Paraibana apresentaram índices acima da média e podem ser observados, na tabela 01 a seguir:

Tabela 01 – Totais observados em junho de 2024 – Mesorregião da Mata Paraibana, distribuidos por microrregião geográfica.

TENDÊNCIA CLIMÁTICA

Figura 02 – Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar – média mês junho/2024 (Áreas em tom azul indica temperaturas abaixo da média e em vermelho acima). Fonte NCEP/NOAA
Com o início do fenômeno La Niña, sobre o Oceano Pacífico Tropical, a Temperatura da Superfície do Mar (TSM) resfria-se progressivamente e já predomina sobre a área do Pacífico leste, figura 02, e assim, a atmosfera continua respondendo favoravelmente a evolução das precipitações pluviométricas sobre o Nordeste do Brasil (NEB) e, deste modo, deveremos manter o padrão das previsões climáticas de totais na categoria acima da média histórica. 
 
Com isso, o final do período chuvoso, sobre o litoral do Nordeste do Brasil, em particular sobre o setor leste do estado da Paraíba, passa a ter grande influência das condições predominantes sobre o Oceano Atlântico Tropical, particularmente sobre as condições da temperatura da superfície do mar, próximo a costa leste do NEB.
Figura 03 – Temperatura da Superfície do Mar – média do mês junho/2024 (Áreas em tom azul indica temperaturas abaixo da média e em vermelho acima). Fonte

Deste modo, com o retorno do aquecimento das Temperaturas da Superfície do Mar (TSM), figura 03, sobre o Atlântico Tropical leste, principalmente sobre a costa leste do estado da Paraíba, há um aumento do transporte de umidade do Oceano Atlântico para o continente e que contribuem para manutenção das instabilidades atmosféricas que induzem precipitações pluviométricas na região e consequente manutenção do quadro de chuvas em todo o litoral da Paraíba.

Assim, com condições da permanência do aquecimento das Temperatura da Superfície do Mar, sobre o Atlântico tropical, permanece a garantia de precipitações regulares e totais oscilando na categoria acima da média histórica em todo o litoral paraibano.

TENDÊNCIA TEMPO

Figura 04 – Previsão da precipitação de 08/07 a 14/07 (A) e de 15/07 a 21/07 (B). Áreas em verde e amarelo indicam precipitações representativas, acima de 50 mm. Fonte: GRADS/COLA

Conforme condições climáticas predominantes na atmosfera, com a Temperatura da Superfície do Mar sobre o Oceano Atlântico Tropical acima da média, e sobre o Pacífico Tropical leste, abaixo da normalidade e, condições de regularidade das precipitações pluviométricas sobre o litoral paraibano, o tempo tende a manter condições de ocorrência de precipitações na próxima quinzena com totais semanais oscilando entre 50-70 mm, conforme figura 04, mapas de previsão semanal figuras A e B. 

Assim, a tendência, conforme modelo GRADS/COLA, figura 04, será de continuidade das ocorrências de precipitações pluviométricas no decorrer deste mês de julho, com totais moderados e uma certa variabilidade no decorrer da semana em decurso. As temperaturas, sobre a faixa litorânea, devem se manter mais amênas com máxima chegando aos 29oC e mínima próximo aos 20oC.

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