Com o objetivo de fortalecer ainda mais a produção da cana-de-açúcar no estado da Paraíba, a Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) conseguiu renovar 20% da área de plantio de novas variedades conservadas na Estação Experimental de Camaratuba, uma estrutura mantida pela associação através de convênios com órgãos federais e estaduais no município de Mataraca (PB). A renovação, segundo o engenheiro agrônomo da Asplan, Vamberto de Freitas, chegou a 18,86 hectares dos quase 100 hectares cultivados na Estação. Com a seca que castigou os canaviais nordestinos nos últimos meses e a queda de cerca de 20% da produção canavieira na Paraíba, o segmento tem muito que comemorar com ao anúncio da renovação dessa área de plantio de variedades consideradas promissoras.
Através da implantação de novas variedades, em breve o produtor paraibano terá uma cana-de-açúcar ainda mais forte e mais produtiva, tendo em vista que terá uma planta mais resistente a pragas, com um bom teor de sacarose e ainda mais adaptável ao clima quente da região nordestina. De acordo com Vamberto de Freitas, dentre os clones RBs adquiridos pela Estação Experimental através de um convênio técnico com a Estação experimental de Carpina (PE), pelo menos dois clones estão apresentando ótimos resultados.
“A RB 2754 e a RB 1003 estão correspondendo às nossas expectativas e, dentro em breve, teremos variedades bastante interessantes tanto do ponto de vista agrícola quanto do ponto de vista industrial”, disse Vamberto, lembrando que algumas das novas variedades cultivadas na Estação já estarão à disposição do produtor paraibano na próxima safra. “Temos mais de seis novas variedades em ascensão em todas as áreas de canavial e estarão à disposição do produtor a partir do final deste ano”, disse o engenheiro, ressaltando que algumas variedades são ótimas na brotação, possuem crescimento rápido, alta produtividade agrícola e alto teor de sacarose.
Para o presidente da Asplan, Murilo Paraíso, é importante que a Paraíba cresça verticalmente, ou seja, aumente sua produtividade. “A tendência é que a Paraíba opte por crescer em produtividade já que a aquisição de terra para uma expansão horizontal é mais difícil. Hoje existem diversas possibilidades com o desenvolvimento de tecnologias em nosso país para aumentar a produtividade dos canaviais. Só é preciso investimento”, disse ele, frisando a importância da atividade canavieira na economia paraibana. “O poder público precisa atentar para o fato de que a Paraíba está entre os três maiores produtores de cana do Nordeste, ficando atrás apenas dos estados de Alagoas e Pernambuco. Portanto, é preciso investir prioritariamente no setor, pois ele é estratégico para a economia da região”, concluiu Murilo.