Nº 05/2023 - 23 DE JULHO DE 2023

APESAR DA ATUAÇÃO DO FENÔMENO EL NIÑO E DA REDUÇÃO DAS CHUVAS NO MÊS DE JULHO, TOTAIS PLUVIOMÉTRICOS DO MÊS DEVEM FICAR EM TORNO DA MÉDIA HISTÓRICA

PRECIPITAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS – JULHO/2023

Figura 01 – Precipitação acumulada no período de 01 a 10 de julho de 2023. Fonte: www.aesa.pb.gov.br
O primeiro decêndio de julho, Figura 01, foi marcado por ocorrência de precipitações pluviométricas regulares e com totais representativos, após esta fase as precipitações reduziram gradativamente e ficaram com distribuição temporal e espacial muito irregular. Assim, neste primeiro decêndio tivemos precipitações pluviométricas acumuladas, sobre o setor leste do estado, regiões do Agreste, Brejo e Litoral, que ultrapassaram os 150,0 mm, nos municípios de: Cabedelo: 267,6 mm, Pitimbu: 264,7 mm, João Pessoa: 249,4 mm, Lucena: 239,3 mm, Alhandra: 203,0 mm, Capim: 196,7 mm, Santa Rita: 182,9 mm, Mamanguape: 157,8 mm e Rio Tinto: 150,9 mm. Totais esses que alcançaram a média histórica do mês. Assim, toda a região do litoral já apresenta totais dentro da média histórica. Nas regiões do Agreste e Brejo os totais acumulados do mês apresentam defícits que variam, na média de 30 a 50% da média histórica do mês em decurso.

TENDÊNCIA TEMPO E CLIMA

Figura 02 – Temperatura da Superfície do Mar sobre os Oceanos Pacífico e Atlântico (tons em vermelho representam temperaturas da água acima da média, em azul abaixo). Fonte: Serviço Nacional de Meteorologia e Hidrologia do Peru

A temperatura do Oceano Pacífico Tropical (área do El Niño), Figura 02, continua aquecendo gradativamente, mas ainda de forma lenta e a partir dessa segunda quinzena de julho com menor magnetude, ou seja, o aquecimento das águas do Oceano Pacífico tropical continua, mas agora de com menor evolução e menor magnetude, na prática o El Niño está enfraquecendo sua atividade. Sobre o Oceano Atlântico tropical, próximo a costa leste do Nordeste do Brasil (NEB) as águas continuam aquecidas e devem induzir instabilidades que são transportadas do oceano para o continente e deve alimentar os sistemas convectivos na região, reduzindo assim, os impactos do fenômeno El Niño sobre o setor leste do Nordeste do Brasil. Deste modo, as atuais condições dos Oceanos Pacífico e Atlântico devem, em associação a fase favorável das oscilações transientes de Madden & Jullian, evoluir para a manutenção das precipitações pluviométricas, particularmente entre o final do mês de julho e nesta primeira quinzena do mês de agosto, com uma fase de precitações mais regulares e totais acumulados mais representativos, mas que devem oscilar em torno da média histórica do mês de agosto que é bem menor do que o mês de julho, em torno de 60% do total esperado para julho.

bserva-se assim, que o fenômeno El Niño de 2023 apresenta-se com evolução lenta e magnetude moderada, não sendo observado grande evolução no último trimestre e que deva trazer prejuizos diretos ao período mais chuvoso do setor leste do Nordeste do Brasil. Praticamente restando um mês para o termino do período chuvoso da região, as precipitações acumuladas oscilaram em torno da média histórica e com boa regularidade. Assim, o indicativo climático para os próximos meses converge da continuidade da evolução do El Niño, mas de forma fraca à moderada e que não deve evoluir para 2024 como um evento representativo. Apesar do final do período mais chuvoso da região, a grande maioria dos modelos de previsão climática tem mantido perspectivas de precipitações pluviométricas oscilando de normal a abaixo da média histórica em virtude da influência do fenômeno El Niño.

Figura 03 – Previsão da precipitação de 23/07 a 31/07 (Áreas em tons verdes indicam precipitações pluviométricas fracas a moderadas. Fonte: GRADS/COLA

De acordo com a atual condição da atmosfera, temperatura da superfície do oceano Atlântico sobre a costa leste do Nordeste do Brasil (NEB) mantem-se acima da média, El Niño com fraca atuação e entrada das oscilações transientes na fase favorável as perspectivas de tempo para a próxima quinzena é de maior efetividade das precipitações para o setor leste do NEB, inclusive conforme indicação da previsão do modelo GRADS/COLA (EUA), Figura 03, as precipitações deverão ficar mais regulares e com valores mais representativos no período de 23/07 a 31/07, Figura 3, com totais acumulados, próximo a média histórica.  Essas precipitações deverão evoluir mais no final do mês a primeira quinzena de agosto. Em virtude dos ventos estarem mais intensos e com direção predominante de sudeste para sul há uma maior tendência das precipitações pluviométricas, neste período, se concentrarem mais ao sul do NEB e reduzirem de intensidade mais ao norte, estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.