Nº 09/2024 - 16 DE SETEMBRO DE 2024

APESAR DA REDUÇÃO DAS PRECIPITAÇÕES, PERÍODO CHUVOSO DE 2024 FECHA COM TOTAIS ACIMA DA MÉDIA EM TODA A FAIXA LITORÂNEA

PRECIPITAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS

ACUMULADO JANEIRO A AGOSTO
Figura 01 – Precipitação acumulada no período de 01/01/2024 a 31/08/2024 – Fonte: www.aesa.pb.gov.br

Em boa parte do ano de 2024, as precipitações foram regulares e com totais predominantemente acima da média histórica. Sobre toda a faixa litorânea foram observados totais bem representativos com valores totais acumulados de janeiro a agosto que ultrapassaram os 1.500,00 mm, a saber: João Pessoa: 1.848,1 mm, Baia da Traição: 1.803,9 mm, Caaporã: 1.746,5 mm, Lucena: 1.730,8 mm, Cabedelo: 1.706,9 mm, Marcação: 1.589,6 mm, Alhandra: 1.578,2 mm e Pitimbú: 1.548,9 mm.  Conforme distribuição espacial, observada na figura 01, predominantemente os maiores valores deste período do ano, foram concentrados sobre toda a faixa litorânea.  Vale a pena observar, que apesar da redução das precipitações pluviométrica observadas a partir do final do mês de julho e ao londo do mês de agosto, que todos os principais municípios do setor leste da Paraíba, mesorregião da Mata Paraiba, apresentaram totais acima da média histórica, tabela 01.

Podemos observar na tabela 01, que o maior índice relativo (variabilidade da precipitação) ultrapassarou 20% de superavit, no município de Baia da Traição: 20,3%, seguido do município de Pedro Régis: 18,4%, ambos acima da média.  Os menores índices, acima da média, foram observaos nos municípios de Alhandra: 2,3% e no Conde: 2,7 %, mesmo assim, totais bem representativos que chegaram a 1.578,2 mm, 1.454,5 mm, respectivamente.

Vale salientar, que o ano de 2024 teve particularidades no clima que, evoluiram desde um El Niño, tipo MODOK, a predomínio de temperaturas acima da média sobre todo o Oceano Atlântico tropical e que trouxe uma condição favorável a evolução das precipitações pluviométricas no decorrer de quase toda a estação chuvosa do setor leste da Paraíba, regiões do Agreste, Brejo e Litoral, onde fechamos o período mais chuvoso com totais predominantemente acima da média, conforme observado na tabela 01.

TABELA 01 – PRECIPITAÇÃO ACUMULADA DE JANEIRO A AGOSTO

TENDÊNCIA CLIMÁTICA

Figura 02 – Perfil vertical da Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar sobre o Oceano Pacífico (tons em vermelho representam temperaturas da água acima da média, em azul abaixo). Fonte: NOAA/CPC.

Sobre o Oceano Pacifico Tropical, ainda persistem condições oceânicas para padrão de continuidade da evolução do fenômeno La Niña, que conforme figura 02, ainda permanece predominando anomalias negativas de temperatura em boa parte da bacia tropical, ou seja, temperaturas abaixo da média.  Assim, a temperatura do Oceano Pacífico tropical (área de desenvolvimento e atuação do fenômeno La Niña), continua resfriando gradativamente, mas de forma lenta e, deste modo, ainda teremos neste próximo bimestre a ressurgência do fenômeno, agora de forma mais concreta.

Embora as condições convirjam para uma evolução mais concreta do fenômeno La Niña, a região do litoral paraibano inicia seu período normal de estiagem e não deveremos ter impactos representativos sobre o clima da região.  Com a evolução fenômeno La Niña deveremos ter uma condição mais favorável a manutenção de nebulosidade mais variável e assim, um período de estiagem com temperaturas de normal a abaixo da média, em virtude da condição climática que o fenômeno traz para o Nordeste do Brasil.

TENDÊNCIA TEMPO

Figura 03 – Previsão da estimativa dos totais de precipitação de 15/09 a 30/09/2024.  Fonte: https://www.cptec.inpe.br

Com a chegada da primavera, no dia 22 de setembro de 2024, e a passagem do equinócio de primavera, instante que o sol ultrapassa a linha do equador, e desloca-se gradativamente a posições mais ao sul, e o Sol atinge com maior intensidade as regiões próximas à linha do Equador, particularmente sobre o Nordeste do Brasil, e, climatologicamente apresenta dias e noites com a mesma duração. 

Neste momento, a primavera marca o período normal de estiagem sobre a faixa litorânea e áreas adjacentes, trazendo tempo quente e seco, mas, com a atuação do fenômeno La Niña, em plena evolução, teremos uma estação com temperaturas mais amênas e precipitações pluviométricas passageiras e em dias isolados, mas sem representatividade para o período, apenas eventos próximos a climatologia, como padrão de normalidade.

Com relação a previsão de precipitações pluviométricas para o restante do mês de setembro, conforme apresentado no modelo de previsão da figura 03, neste mês não estarão previstas a ocorrência de precipitações pluviométricas representativas, apenas eventos isolados e com precipitações esparsas e fracas, fator normal para o período de estiagem que se consolida, oscilando com totais próximo a média climatológica.