Municípios produtores de cana na Paraíba que não constam no Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar (ZAECana) do Governo Federal devem ser incluídos no cadastro do Banco do Brasil (BB) para a aquisição de financiamentos especiais. A decisão foi anunciada durante uma reunião da diretoria executiva do BB, representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, da União Nordestina de Fornecedores de Cana – Unida, da Confederação Nacional de Cana – CNC, e da Federação dos Plantadores de Cana – Feplana, na última segunda-feira (27), na sede do MAPA, em Brasília. Além dessa, outras resoluções importantes para o setor foram debatidas durante o encontro, dentre elas, a implementação do Crédito Rotativo dentro de três meses pelo BB e a utilização da classificação do porte do produtor usada pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para a aquisição de financiamentos. O banco ficou de estudar esta última proposta.
De acordo com o presidente da Unida, Alexandre Lima, a reunião com os executivos do BB contou com grande auxílio de representes do MAPA, que mostraram ao banco como o documento do Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar (ZAECana), na parte de Diretrizes Gerais do Estudo, exclui as unidades industriais já instaladas, a produção de cana para seu suprimento e a expansão programada do zoneamento. “O Banco do Brasil reconheceu que não poderia excluir os municípios do financiamento pelo fato de eles não constarem no Zoneamento Agroecológico da cana de açúcar. Assim, ficou acordado que mandaremos a relação dos municípios dos estados Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas, além da Paraíba e Pernambuco que são produtores e que não estão incluídos no zoneamento”, afirmou Alexandre.
O presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Murilo Paraíso, que também participou do encontro como representante da Unida, comemorou o resultado da reunião. “Temos resultados bastante positivos porque com a inclusão dos municípios paraibanos no cadastro do Banco do Brasil, os produtores terão acesso a créditos especiais para o investimento em seus canaviais, mesmo sem estarem presentes no zoneamento do Governo. Além disso, caso eles paguem em dia, eles também terão seus financiamentos renovados automaticamente, sem a avaliação novamente de seus cadastros, como já acontece no Banco do Nordeste”, disse o dirigente paraibano, explanando sobre as vantagens do Crédito Rotativo, antes só disponível através do BNB.
Em relação à classificação do produtor feita pelo banco para a autorização de financiamentos, Alexandre Lima destacou que a proposta dos representantes do segmento canavieiro foi a de o BB utilizar a mesma tabela de porte do produtor usada pelo BNB. Segundo o dirigente da Unida, na tabela de porte do produtor considerada pelo BB, um mini produtor é caracterizado com uma faixa de receita anual de até R$ 18 mil, enquanto que no BNB, essa faixa para mini produtor é de até R$ 360 mil. Já o pequeno produtor, o BB apresenta o grupo como aquele que possui uma faixa de receita anual de R$ 18 mil até R$ 110 mil. No BNB esse segmento é caracterizado com faixa de receita anual de R$ 360 mil a R$ 3,6 milhões. A instituição ficou de estudar a proposta e, em breve, uma nova reunião deverá ser agendada para tratar do assunto.