26 de novembro de 2013

Representante da Asplan participa do 10º encontro do GIFC em Alagoas e conhece técnicas promissoras que estão sendo utilizadas

gifcFoi com o objetivo de conhecer o conjunto de técnicas para o sucesso de uma boa irrigação que o engenheiro agrônomo da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) Luís Augusto de Lima, participou, entre os dias 20 e 22 de novembro, do 10º encontro do Grupo de Irrigação e Fertirrigação de Cana-de-Açúcar, também conhecido pela sigla GIFC.  O encontro aconteceu em São Miguel dos Campos, em Alagoas e também contou com a participação de produtores paraibanos como foi o caso do fornecedor de cana Marcos Frederico Ribeiro Coutinho Filho. Na oportunidade, os participantes assistiram às palestras sobre o tema e conheceram in loco os casos de sucesso que envolve, na realidade, um conjunto de técnicas. O destaque do encontro foi a visita à fazenda Santo Antônio.

A programação teve início no dia 20 de novembro, às 14h, com a visita ao Programa de melhoramento genético Cana Energia, na Estação Experimental GranBio, na Fazenda Andorinha, em São Miguel dos Campos (AL). No dia seguinte, o grupo participou de uma reunião do GIFC, na Usina Coruripe, próxima à cidade de Maceió, capital alagoana. Na ocasião, os produtores presentes assistiram à palestra “Manejo da Irrigação na Usina Coruripe”.  Depois foi a vez da apresentação da palestra “Irrigação em Cana de Açúcar é Viável?”, seguida pelas apresentações dos temas: “Variedades de Cana de Açúcar Responsivas a Irrigação” e “Custo de Cana Irrigada em comparação com cana de Sequeiro”. Às 12h teve início a visita de campo e foi aberto o espaço para o debate dos temas abordados.

No último dia do 10º encontro do GIFC, os participantes, todos eles produtores de cana, visitaram a Fazenda Santo Antônio para conhecer o sistema de Irrigação e Fertirrigação em cana Plene Evolve, desenvolvido pela Syngenta no local. Segundo o Engenheiro Agrônomo da Asplan, Luís Augusto, esta visita foi a maior novidade do evento. “Lá nós vimos o brilhante caso de sucesso do produtor Edílson Maia, um homem inteligente com as suas invenções e sempre preocupado em inovar e superar os desafios”, disse o engenheiro, explicando que na fazenda foi implantado o sistema PLENE, em parceria com a Syngenta, e também o sistema de irrigação de alas móveis da RAESA. “O PLENE entusiasmou tanto o produtor que ele até desenvolveu uma plantadeira para mudas prontas onde a mesma sulca, planta e aduba em média 3 hectares por dia com 4 pessoas, reduzindo assim os custos de plantio”, frisou Luís, lembrando que o proprietário da Fazenda também desenvolveu um canteirizador para fazer o preparo de solo de suas áreas, o que se mostrou bastante promissor.

Para o engenheiro, o encontro foi importante para mostrar o conjunto de técnicas utilizadas para o sucesso da irrigação. “A ideia principal do evento foi enfatizar não só a importância da irrigação na melhoria da produtividade, e sim o conjunto de técnicas utilizadas, desde a escolha da variedade certa para o melhor ambiente e adubação de expectativa de produção até o sistema de plantio de mudas sadias provenientes de viveiros”, argumentou Luís Augusto.

O GIFC

O Grupo de Irrigação e Fertirrigação de Cana-de-Açúcar (GIFC) é uma associação sem fins lucrativos e apolítica que reúne empresas fabricantes de produtos e subprodutos derivados da cana-de-açúcar e produtores de cana-de-açúcar, representantes das empresas e também dos produtores supracitados, além de profissionais liberais e consultores ligados à irrigação e fertirrigação de cana-de-açúcar.

Representante da Asplan participa do 10º encontro do GIFC em Alagoas e conhece técnicas promissoras que estão sendo utilizadas Read More »

Governo provoca defasagem de preço da cana-de-açúcar

saframateriaNa atual safra, o preço da tonelada da matéria-prima caiu 20% se comparada a de 2011

Um estudo realizado pelo  Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas – PECEGE,  pela Escola Superior de Agricultura ‘‘Luiz de Queiroz’’ – ALQ e pela Universidade de São Paulo -USP, com apoio da CNA avaliou o custo de produção de cana-de-açúcar e etanol no Brasil, na safra 2011/2012 e concluiu que comparativamente  à  safra  anterior  houve  uma  redução  da  competitividade  por parte  das  unidades  produtoras  e  fornecedores  tanto do Centro-Sul, quanto do Nordeste. Naquela safra, no geral, com um valor de R$ 73,00 da tonelada da matéria-prima, os preços pagos pela cana-de-açúcar ainda foram suficientes para cobrir os custos operacionais de produção,  isto  é,  todos  os  valores  desembolsáveis  pelos  fornecedores  acrescidos  das  depreciações. Entretanto, passados dois anos, a situação não é mais confortável, pois o valor de R$ 64,00 por tonelada não remunera o produtor e acende a luz vermelha no setor.

E na região Nordeste, a situação ainda é mais grave, pois além do baixo preço pago pela tonelada, a baixa produtividade histórica, a pequena escala de produção e a intensiva utilização  da mão  de  obra  nas  operações  agrícolas,  são agravantes consideráveis  na produção regional.  “Essa queda de 20% no valor da cana na safra atual comparada a de 2011 compromete a saúde financeira do segmento e seu futuro”, argumenta o diretor da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio Morais. Para ele, o valor a ser pago pela tonelada deveria estar oscilando entre    R$ 88,00 e R$ 90,00.

José Inácio destaca que a crise que se instalou no setor vem se agravando ao longo dos últimos anos, sob a vista complacente do governo federal que não resolve o problema do preço da gasolina, o que acaba repercutindo no valor do etanol e na sobrevivência das indústrias que vêm enfrentando dificuldades com margens cada vez menores e anos de quedas nos preços. “O resultado desta política perversa foi o fechamento de  cerca de 45 unidades industriais sucroalcooleiras, nos últimos anos, o equivalente a 10% das usinas do país fecharam suas portas e quem investiu se arrependeu e quer sair do mercado”, argumenta José Inácio. Recentemente, a Usina Pumati, localizada em Joaquim Nabuco, Mata Sul de Pernambuco, também encerrou suas atividades, assim como quatro empresas em Alagoas e outras tantas estão em estado de pré-falência Brasil afora.

Na Paraíba, segundo o presidente da Asplan, Murilo Paraíso, a situação é ainda mais preocupante já que o produtor local não tem opção para mudança. “A maior e mais expressiva cultura local é mesmo a cana-de-açúcar, portanto não temos outra alternativa”, diz Murilo, destacando que o governo federal precisa intervir para estabilizar os preços dos combustíveis na Petrobras, da gasolina e, consequentemente, o do álcool, descortinando um horizonte mais promissor para o setor.

O Diretor Tesoureiro da Asplan, Oscar de Gouveia, acredita que se o Brasil não tiver preço que viabilize a atividade, o setor canavieiro nunca vai se recuperar, visto que hoje existe um grande endividamento das usinas e dos próprios fornecedores de cana, o que impediria o soerguimento da atividade por ela mesma. “O setor sucroalcooleiro no Brasil depende de incentivos do governo para se recuperar. Seria necessário, inclusive, um programa muito forte por parte do governo federal para recuperar o preço da cana e mantê-lo ao ponto dele remunerar o setor. Mas o governo, ao invés de investir em uma energia como a do etanol, prefere investir uma fortuna em um leilão de gás. Isso é um absurdo”, defende Oscar. 

Governo provoca defasagem de preço da cana-de-açúcar Read More »