31 de julho de 2015

Safra 2014/2015 dos fornecedores de cana da Paraíba é marcada pela baixa remuneração

ccaminhao canaPreços defasados, seca no período agrícola e chuva na época do processamento marcaram a safra, que começou e terminou com atrasos. No total, foram produzidas 6,7 milhões de toneladas

A produção de cana-de-açúcar referente à safra 2014/2015, dos cerca de 1.800 fornecedores ligados à Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) contabilizou um resultado final de 2.499.168 toneladas. Apesar dos contratempos, a quantidade de cana-de-açúcar moída pelos fornecedores ligados à Asplan foi superior ao total contabilizado na safra anterior de 2013/2014, que atingiu o volume de 2.088.997,30 toneladas. Somando-se a cana dos acionistas de indústrias sucroalcooleiras locais, o volume total produzido na referida safra sobe para 6.723.322 toneladas. Nesta safra, as indústrias paraibanas produziram 147.849 toneladas de açúcar e 420.619 m³ de etanol. O processo de moagem no estado foi iniciado em agosto do ano passado e concluído no final de junho deste ano.

“Mesmo com um pequeno aumento na produção, de 410 toneladas em relação a safra passada, essa foi uma das piores safras que tivemos nos últimos anos”, desabafa o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Murilo Paraíso.  Ele cita que a defasagem entre o custo total para produção de um tonelada de cana atingiu o ápice  negativo de  R$ 31.98 na safra passada. “Para produzir uma tonelada de cana na safra 2013/14 investimos R$ 97,29 e recebemos o equivalente a R$ 65,31 que foi o preço pago pela tonelada da matéria-prima. Trabalhamos com uma diferença negativa que se manteve na atual safra”, argumenta Murilo, lembrando que essa defasagem entre o custo total de produção x a remuneração pelo produto já persiste há quatro safras. “Na 2009/10, a defasagem foi de R$ 10,69, na de 2010/11, chegou a R$ 5,37, e na de 2011/12 atingiu    R$ 19,61”, afirma o dirigente da Asplan, lembrando que a crise afeta todo o setor que registra o fechamento de mais de 80 unidades industriais em todo o país nos últimos 10 anos, resultado da política adotada pelo governo federal de não priorizar o combustível limpo, produzido a partir da cana-de-açúcar.

Murilo Paraíso explica ainda que além do preço da matéria-prima ter ficado defasado em relação aos custos de produção, a questão climática influenciou na produção local. “Tivemos seca no período agrícola e níveis de precipitação elevados durante a época do processamento industrial”, diz o dirigente da Asplan. Ele explica que o produtor está cada vez mais endividado, diminuindo o uso de tecnologias e se valendo do adiantamento das indústrias e do pagamento da subvenção para sobreviver. “Este ano, nem subvenção teremos, pois o governo federal, depois de nos enrolar por quase um ano, disse recentemente que não tem recursos para o pagamento”, desabafa Murilo.

Na atual safra, os micros produtores de cana-de-açúcar, que produzem até 1000 toneladas, foram responsáveis por 15,17% da produção, o equivalente a 379.052,49 toneladas. Os pequenos produtores responderam por 26,35%, com 658.483,89 toneladas. Os médios produtores ficaram com 21,13% da produção, equivalente a 528.180,08 toneladas enquanto que os grandes fornecedores ligados a Asplan responderam por 37,35% do volume produzido, equivalente a 933.451,65 toneladas. Classifica-se como micro produtor quem produz até 1000 toneladas/safra. Os pequenos produzem entre 1000 e 5 mil toneladas. Os médios se classificam entre quem produz de 5 a 10 mil toneladas, enquanto que é considerado grande produtor quem fornece acima de 10 mil toneladas. Na Paraíba, 75,53% dos fornecedores de cana associados da Asplan  são considerados micro produtores. Os grandes representam apenas 2,88% do universo de fornecedores ligados à Associação.

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Asplan já elaborou 62 projetos de custeio de safra e de investimentos

tiberio okA Associação, através de seu departamento técnico, elaborou e remeteu aos bancos a solicitação de recursos

A Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), através do Departamento Técnico (Detec), está disponível o ano inteiro para a elaboração de projetos técnico/financeiro para a aquisição de recursos direcionados ao custeio ou investimento para plantio de cana-de-açúcar na Paraíba. As propostas elaboradas, este ano, pelo Detec somam 62 projetos agrícolas, de custeio e  de investimento. As instituições financeiras que este ano receberam projetos de financiamento ou de custeio de safra de cana-de-açúcar foram Banco do Brasil (BB), Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Bradesco e Caixa Econômica Federal (CEF).

O maior volume de recursos solicitados foi destinado ao BNB. Em segundo lugar vem a Caixa Econômica, seguida do Banco do Brasil. É válido lembrar que o serviço de elaboração dos projetos de custeio de safra e de investimentos é realizado gratuitamente para os associados da Asplan. O presidente da entidade, Murilo Paraíso, destaca que para desenvolver um projeto similar a esses elaborados pelo Detec, as empresas particulares que atuam no mercado local cobram uma percentagem em cima do valor financiado. “A nossa proposta não é obter lucro, mas sim, oferecer mais esse suporte técnico-administrativo ao produtor para que ele possa, cada vez mais, investir e melhorar sua produtividade”, destaca Murilo.

O geotecnólogo da Asplan, Thybério Luna, é o responsável pela elaboração dos projetos. O Detec da Asplan funciona de segunda-feira a sexta- feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h, e fica localizado no prédio sede da entidade, na Rua Rodrigues de Aquino, 267, no Centro de João Pessoa. Maiores informações pelo telefone (83) 3241-6424.

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