30 de junho de 2023

Presidente da Asplan afirma que juros do Plano Safra continuam altos para setor canavieiro e recursos para equalização são insuficientes

Mesmo com valores recordes, algo em torno de R$ 364,2 bilhões, o novo Plano Safra só disponibilizou 1/5 dos R$ 25 bilhões requeridos pelo agronegócio para a equalização dos juros. O setor produtivo canavieiro, por exemplo, reforça que os juros ainda estão altos e estima que os recursos equalizados deverão acabar em tempo recorde. “Ano passado, esses recursos com taxas de juros menores acabaram em menos de dois meses e esse ano isso deve se repetir ou até ser ainda mais reduzido”, acredita o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais. O dirigente canavieiro acompanhou o lançamento do Plano, em Brasília, e também reclamou dos juros altos.

José Inácio explica que o giro da cana-de-açúcar é anual, acontecendo apenas uma vez por ano e que diante desta realidade juros de 1,5% ao mês ainda ficam muito altos para o segmento. “O ideal é que a taxa oscilasse entre 5% e 8% ao ano, ao invés dos 12% propostos pelo Plano. Para a gente que só colhe uma vez ao ano, que só tem um resultado financeiro anual, esse patamar de juros é muito alto”, destaca José Inácio.

O dirigente canavieiro sugere, inclusive, que haja um olhar diferenciado para o setor e também defende a regionalização de ações. “Na elaboração destes Planos de apoio ao setor produtivo é preciso levar em consideração particularidades do segmento, tais como, as incertezas climáticas, política de preço, o prejuízo com pragas, com práticas de mercado que muitas vezes desestabilizam o negócio. Agricultura não é comércio e serviço que tem giro todo dia, por isso precisa de um olhar diferenciado do Governo”, defende ele, que acha que também deveriam ter Planos Safras por regiões. “Cada região tem sua particularidade e isso não é levado em consideração”, reforça ele, lembrando que é preciso que o governo aumente o volume de recursos equalizados, sob pena deles serem consumidos rapidamente e não serem suficientes para empréstimos a juros controlados.

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Paraíba tem aumento de produção e fecha safra 2022/2023 com um volume de 7,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar produzidas

Fechada a safra 2022/2023, a Paraíba comemora um aumento significativo no volume de produção de cana-de-açúcar, com um total de 7.429.674,490 toneladas de cana. Deste volume total, 3.971.093,051 são de cana cultivada por produtores ligados a Associação de Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan). A atual safra também foi superior a safra passada (2021/2022), com um volume de 5.687.959 toneladas, e maior que as de 2020/2021 (6.080.490) e 2019/2020 (6.059.540). A Paraíba é o terceiro maior produtor de cana do Nordeste, sendo Alagoas e Pernambuco os estados que  mais produzem.

“Essa safra foi marcada pelo aumento do preço da tonelada de cana e por boas chuvas, de forma que o resultado foi bem positivo com um patamar de produção maior que as três safras anteriores”, afirma o presidente da Asplan, José Inácio de Morais. Ele lembra que a destinação de cana produzida na Paraíba para usinas de PE e RN não estão contabilizadas como safra na Paraíba, o que evidencia que a produção no Estado pode ter sido um pouco maior que esses dados apresentados.

Do volume de 3.971.093,051 de toneladas de cana cultivada por produtores ligados a Asplan, 66,71% são oriundas de grandes produtores, 11,60% de médios, 15,49% de pequenos e 6,19% de micro produtores. Entende-se como grandes àqueles que produzem acima de 10 mil toneladas, médios os que produzem entre 5 mil e 10 mil, pequenos os que cultivam de 1 mil até 5 mil toneladas e micros os que atingem até 1 mil tonelada.

A safra da Paraíba junta a produção de cana de fornecedores ligados à Asplan à cana própria e de acionistas das sete indústrias em atividade no Estado que são a Monte Alegre, Agroval, Japungu, Giasa, Tabu, Miriri e Pemel. Todas as sete unidades industriais moeram cana de fornecedores paraibanos nesta safra. A atual safra começou em julho do ano passado e foi encerrada em maio último, mas os dados consolidados só foram divulgados recentemente.

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