Presidente da Asplan afirma que juros do Plano Safra continuam altos para setor canavieiro e recursos para equalização são insuficientes

Presidente da Asplan afirma que juros do Plano Safra continuam altos para setor canavieiro e recursos para equalização são insuficientes

Mesmo com valores recordes, algo em torno de R$ 364,2 bilhões, o novo Plano Safra só disponibilizou 1/5 dos R$ 25 bilhões requeridos pelo agronegócio para a equalização dos juros. O setor produtivo canavieiro, por exemplo, reforça que os juros ainda estão altos e estima que os recursos equalizados deverão acabar em tempo recorde. “Ano passado, esses recursos com taxas de juros menores acabaram em menos de dois meses e esse ano isso deve se repetir ou até ser ainda mais reduzido”, acredita o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais. O dirigente canavieiro acompanhou o lançamento do Plano, em Brasília, e também reclamou dos juros altos.

José Inácio explica que o giro da cana-de-açúcar é anual, acontecendo apenas uma vez por ano e que diante desta realidade juros de 1,5% ao mês ainda ficam muito altos para o segmento. “O ideal é que a taxa oscilasse entre 5% e 8% ao ano, ao invés dos 12% propostos pelo Plano. Para a gente que só colhe uma vez ao ano, que só tem um resultado financeiro anual, esse patamar de juros é muito alto”, destaca José Inácio.

O dirigente canavieiro sugere, inclusive, que haja um olhar diferenciado para o setor e também defende a regionalização de ações. “Na elaboração destes Planos de apoio ao setor produtivo é preciso levar em consideração particularidades do segmento, tais como, as incertezas climáticas, política de preço, o prejuízo com pragas, com práticas de mercado que muitas vezes desestabilizam o negócio. Agricultura não é comércio e serviço que tem giro todo dia, por isso precisa de um olhar diferenciado do Governo”, defende ele, que acha que também deveriam ter Planos Safras por regiões. “Cada região tem sua particularidade e isso não é levado em consideração”, reforça ele, lembrando que é preciso que o governo aumente o volume de recursos equalizados, sob pena deles serem consumidos rapidamente e não serem suficientes para empréstimos a juros controlados.