22 de março de 2024

Expectativa é que façam uma proposta equilibrada e justa para os produtores afirma presidente da Asplan sobre pagamento de CBios

Desde que foi implantado o Renovabio, há cinco anos, as indústrias sucroalcooleiras do Brasil recebem créditos de carbono (CBios) e, durante todo este período, o programa deixou de fora os produtores de matéria-prima que são justamente o elo da cadeia produtiva que mais resgata carbono no campo, gerando uma distorção que o Projeto de Lei 3.149 pretende reparar. Essa semana, em Brasília, as negociações entre produtores e usinas avançaram no sentido de se chegar a um consenso que contemple formalmente os produtores no recebimento deste crédito. Tanto que o PL que iria ser votado na Comissão de Minas e Energia da Câmara, nesta quarta-feira (20), foi retirado de pauta para posterior apreciação, se necessário.

O presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio, esteve essa semana em Brasília, junto com diretores da Associação, onde participou de várias reuniões e voltou otimista. “As usinas já aceitam colocar em lei o nosso direito de participar do Renovabio e ter acesso ao pagamento dos Cbios, o que já é um avanço, falta agora acordar o percentual a que teremos direito”, afirma ele, lembrando que algumas usinas já pagam um percentual de 60% no Nordeste e algumas em São Paulo chegam a pagar 63% informalmente, já que não há legislação que regule esse pagamento em vigor.

Ainda segundo José Inácio, o PL que iria ser votado nesta quarta-feira (20), foi retirado de pauta por causa de um possível acordo com os industriais que está em curso. “A retirada da pauta foi aprovada em assembleia na Feplana e foi estabelecido um prazo de 15 dias para essa negociação avançar. Caso contrário, o PL segue com a votação na comissão, mas esperamos que haja um entendimento entre as partes”, afirma José Inácio, lembrando que essas negociações têm tido um apoio importante e direto do senador paraibano Efraim Filho, autor do PL 3.149, quando era deputado federal, e também do relator da matéria, deputado Benes Leocádio.

Além de José Inácio participaram das atividades em Brasília o primeiro e segundo vice-presidentes da Asplan, Pedro Neto, que é também presidente da UNIDA, e Raimundo Nonato, respectivamente, além do diretor do Departamento Técnico da Asplan, Neto Siqueira. Na mesa de negociação que aconteceu reunindo produtores e industriais estiveram ainda presentes representantes da Feplana, CNA e UNICA.

Expectativa é que façam uma proposta equilibrada e justa para os produtores afirma presidente da Asplan sobre pagamento de CBios Read More »

Informe Climático – Março de 2024

Nº 03/2024 - 21 DE MARÇO DE 2024

FENÔMENO LA NIÑA COMEÇA A SE ESTABELER E MODELOS CLIMÁTICOS APONTAM TRIMESTRE COM CHUVAS ACIMA DA MÉDIA SOBRE A FAIXA LITORÂNEA DA PARAÍBA

CLIMA - CONDIÇÕES ATUAIS

Figura 01 – Anomalia da Superfície do mar sobre os Oceanos Pacífico e Atlântico – 20/03/2024.  Em azul resfriamento e vermelho aquecimento.

 (Fonte: Servicio Nacional de Meteorología e Hidrología del Perú – SENAMHI).

Gradativamente as condições climáticas sobre os oceanos Pacífico e Atlântico Tropical continuam evoluindo favoravelmente e apresentando configurações vantajosas ao período mais chuvoso do litoral paraibano, que compreende o quadrimestre abril a julho, onde, normalmente, se concentra mais de 60% do total de precipitação pluviométrica esperado para o ano.

Com relação as Temperaturas da Superfície do Mar (TSM), sobre o Oceano Pacífico Tropical já se observa áreas com anomalias negativas da TSM dando indicativo do fim do fenômeno El Niño e o ínicio do estabelecimento de um padrão de neutralidade a evolução de um fenômeno La Niña (tons azuis sobre as áreas do Niño 1+2 e Niño 3 – indicados pelas setas vermelas), conforme se observa na figura 01.

Sobre o Oceano Atlântico tropical, retângulo tracejado, figura 01, as TSM sobre a área oceânica da costa leste da América do Sul, continuam apresentando anomalias positivas, ou seja, águas mais aquecidas e com temperaturas bem acima da média e que estão modulando favoravelmente o clima sobre o litoral nordestino, em particular sobre o litoral paraibano, regiões do Agreste, Brejo e Litoral, onde se observa boa regularidade das precipitações e totais se mantendo, neste ano de 2024, acima da média histórica e com muita representatividade para toda a região.

Assim, as condições climáticas consolidam o fim do fenômeno de El Niño, já com resfriamento de temperaturas sobre a bacia do Oceano Pacífico tropical e que já caracteriza a transição do padrão de neutralidade para a evolução contínua e favorável do surgimento do fenômeno La Niña.

TENDÊNCIA CLIMÁTICA

Figura 02 – Anomalia de tempertura da superfície do mar sobre o Oceano Atlântico tropical – 17/03/2024. Fonte: www.funceme.br

O mês de março, considerado climatologicamente a pré estação do período mais chuvoso sobre o litoral do Nordeste do Brasil, em particular sobre o litoral paraibano, tem apresentado boa regularidade das precipitações e totais que se tem mantido acima da média histórica. 

Assim, com a caracterização do fim do fenômeno El Niño, e o resfriamento das temperaturas da superfície do mar, inicialmente sobre a área do Niño 1+2 (costa oeste da América do Sul) e Niño 3, e, com a permanência do aquecimento das TSM sobre o Oceano Pacífico Tropical, figura 02, a atmosfera continuará respondendo favoravelmente a evolução do período mais chuvoso sobre o litoral nordestino e os modelos climáticos convergem para previsões favoráveis a manutenção das precipitações para o próximo trimestre.

Figura 03– Previsão da anomalia de precipitação pluviométrica sobre a América do Sul para o trimestre abril a junho.  Tons em verde indicam probabilidades de precipitações pluviométricas na categoria acima da média.  Fonte: Institutos IRI (EUA) e ECMWF (Europeu).

Deste modo, com o estabelecimento das condições favoráveis sobre as bacias dos Oceanos Atlântico e Pacífico, as presperctivas climáticas para o próximo trimestre, sobre o litoral paraibano, apresentam condições predominantes de tendência de totais pluviométricos com precipitações de na categoria de normal a acima da média.

Os modelos observados na figura 03, apresentam resultados de previsão de clima consolidados e com grande credibilidade científica, a esquerda o modelo do International Research Institute for Climate and Society (EUA) e a direita do European Centre for Medium-Range Weather Forecasts (Europa) e ambos prevêem, sobre a Nordeste do Brasil, indicativos favoráveis, com maior probabilidade de ocorrência de precipitações pluviométricas na categoria de normal a acima da média histórica, hachurados em tons verdes.

TENDÊNCIA DO TEMPO

Figura 04– Previsão da anomalia de precipitação pluviométrica sobre a América do Sul para o período de 01 a 15 de abril. Tons em azul indicam precipitações acima da média, em vermelho abaixo.  Fonte: CPTEC/INPE.

Com a evolução do período mais chuvoso do Nordeste do Brasil (NEB) e considerando o mês de abril, o primeiro mês da quadra chuvosa  (abril a julho) do setor leste do NEB, as precipitações devem evoluir com maior intensidade e melhor regularidade, caracterizando com totais acumulados sobre a faixa litorânea da Paraíba que ultrapassam, a climatologia dos 300,0 mm mensais no total acumulado do mês de abril.  

Conforme indicativos de diversos modelos de previsão do tempo à médio prazo, e de acordo com a influência favorável da passagem da Oscilação de Madden & Julian (oscilações transientes), para esta primeira quinzena de abril, os modelos estão prevendo que as precipitações pluviométricas sobre o NEB, apresentem totais de normal a acima da média, conforme exemplo do resultado do modelo regional do CPTEC/INPE. 

Particularmente para o litoral paraibano, as pecipitações devem oscilar de normal a acima da média e poderemos ter precipitações de intensidade moderada a forte, principalmente nesta primeira quinzena do mês de abril, reforçando assim a influência das tempeturas mais aquecidas sobre o Oceano Atlântico Tropical e a passagem favorável da Oscilação de Madden & Julian sobre o Nordeste do Brasil

Informe Climático – Março de 2024 Read More »