“O solo do litoral do Nordeste é muito arenoso, de baixa fertilidade e tem baixo teor de matéria orgânica, de forma que se o produtor canavieiro quiser ter bons resultados, ele precisa adotar práticas que aumentem a eficiência da adubação mineral, que incluem as etapas de calagem, gessagem, fosfatagem, além de adubação verde e orgânica do solo. Aliás, via de regra, essas etapas de manejo devem ser adotadas no preparo do solo”. Essa foi uma das dicas dadas pelo professor Dr. Godofredo Cesar Vitti, da Universidade de São Paulo, durante palestra para produtores de cana-de-açúcar, realizada nesta quarta-feira (10), no auditório da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan). O evento foi realizado pelo Departamento Técnico da Associação e contou com apoio da Heringer que, na ocasião, apresentou sua equipe de representantes e técnicos na região, além de divulgar seus produtos.
Durante a palestra técnica ‘Nutrição e adubação para altas produtividades, qualidade e longevidade da cana-de-açúcar’, o Dr. Vitti detalhou as várias etapas do manejo químico do solo, desde o preparo até as práticas corretivas, exemplificando e justificando a importância do uso correto e adequado dos micronutrientes, com ênfase para o Cobre, Manganés, Zinco, Boro, Fósforo, Potássio e Cálcio. “Só o calcário não resolve é preciso magnésio, que aumenta o transporte de açúcar. Mas, é necessário repor o calcário, se for o caso, corte o adubo, mas não o calcário”, disse o professor, lembrando que o principal fator que aumenta a produtividade é o solo. “O grande gargalo na fase de manejo do solo é o uso correto de micronutrientes que vai resultar, se bem feito, numa planta mais resistente as altas temperaturas, déficit hídrico, pragas, etc”, reforçou Vitti, que durante sua palestra também apresentou experiências nutricionais de várias propriedades do Brasil e exterior.
Segundo reforçou o especialista, é preciso ter especial atenção com os produtos a serem utilizados na correção e adubação do solo. “Às vezes, o produto é excelente, mas colocado em quantidade insuficiente ou desnecessariamente vai prejudicar a planta ao invés de contribuir para seu desenvolvimento”, disse ele, lembrando que no caso específico da cana-de-açúcar, alguns subprodutos, a exemplo da vinhaça e do bagaço devem ser utilizados no preparo do solo, já que eles promovem uma maior retenção de nutrientes, de água, entre outras vantagens.
O vice-presidente da Asplan, Raimundo Nonato, fez a abertura e o encerramento do evento, representando o presidente Murilo Paraíso, que está em Brasília, agradeceu a palestra do Dr. Vitti, enaltecendo-a como ‘extremamente esclarecedora e oportuna para melhor orientação dos plantadores de cana da Paraíba’, além de abrir o ciclo de perguntas ao palestrante. “Foi uma palestra brilhante, com informações completas e de uma abrangência muito ampla sobre nutrição e adubação, de forma que só temos a agradecer a Heringer, que patrocinou a vinda do Dr. Vitti, e que nos possibilitou ampliar o leque de conhecimentos sobre solo”, finalizou o coordenador do DETEC, engenheiro agrônomo, Vamberto Rocha.