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Conferência da DATAGRO celebra os 40 anos do Protocolo do carro a álcool e a Asplan marca presença no evento em São Paulo

A 19ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol que aconteceu em São Paulo nos dias 28 e 29 últimos, contou com a participação da Paraíba, que marcou presença através do vice-diretor técnico da Associação de Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Pedro Neto. O evento, que também é um dos mais importantes do calendário mundial do açúcar e etanol, aconteceu no Hotel Grand Hyatt e contou com mais de 60 palestrantes e a participação de ministros, secretários de estado, empresários, presidentes de companhias importantes ligadas ao setor e diversas entidades de classe do Brasil e do mundo. Na abertura da 19ª Conferência aconteceu a celebração de 40 anos do Protocolo do Carro a Etanol (Proalcool).

Para Pedro Neto, a realização do evento, que é anual, é de extrema importância para que o setor se fortaleça na unidade e no conhecimento. Ele destacou que na Conferência o segmento tem acesso à informações estratégicas de mercado e também tem uma perspectiva de politicas públicas para o setor. “O evento tem o objetivo de disseminar conhecimento de novas tecnologias e políticas públicas voltadas para o setor do açúcar e do etanol, o que nos fortalece como segmento e nos projeta para o futuro. Assim, esse ano, também se comemorou os 40 anos da assinatura do protocolo assinado pelas empresas automobilísticas e o governo federal para a fabricação dos carros a etanol, o que nos remeteu à década de 1979 e aquele momento, mas também comparamos ao nosso atual e observamos novas oportunidades com o avanço imenso das tecnologias voltadas ao setor, basta que haja incentivo para a sua aplicação também”, resumiu o vice-diretor da Asplan, Pedro Neto.

Pedro Neto frisou que a categoria está esperançosa e tem muita expectativa em torno do programa RenovaBio, que entra em vigor no dia 15 de dezembro. “É um programa bem fundamentado, bem estudado, feito por grandes profissionais. Deixa a gente esperançoso. È um programa que tem o objetivo de estabelecer metas  nacionais anuais de descarbonização para o setor de combustíveis, de forma a incentivar o aumento da produção de biocombustíveis na matriz energética do país. A expectativa é grande para o seu início”, comentou o dirigente da Asplan, lembrando que durante o evento as montadoras de veículos já trouxeram novidades quanto a um futuro em que se deva utilizar um combustível cada vez mais limpo.

Carros “mais limpos”

No primeiro dia da Conferência, quem chegou ao evento encontrou um FIAT 147, o primeiro veículo automotor vendido em larga escala movido a álcool no Brasil. A exposição fez alusão aos 40 anos da assinatura do Protocolo do Carro a Etanol. Na ocasião, o diretor técnico da Anfavea- Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Henry Joseph Júnior, destacou que a setor pode estar diante de novas oportunidades como o surgimento do carro híbrido movido à eletricidade e a etanol. Ele salientou que o Brasil teve “marcos” na indústria automobilística que foram bem aproveitados pelo setor sucroenergético a exemplo de 1979 com a assinatura do termo, outro momento em 2003 com os carros flex e outra pode acontecer em breve com a eletrificação com biocombustíveis com o novo hibrido flex a etanol, que já é considerado o carro mais limpo do planeta.

“A introdução dos carros flex foi marcante. Hoje, temos 33 milhões de carros flex no Brasil, ou seja, 80% da frota é flex no país, então, ainda temos sim um potencial enorme para a o consumo do etanol, que é um biocombustível e tem redução de emissão de CO² na atmosfera, ou seja, é um combustível limpo e que combina perfeitamente com a ideia dos carros elétricos. Vamos combinar as duas tecnologias: a do carro a etanol e elétrico”, avaliou o dirigente da Anfavea.

Políticas públicas

Em seu discurso de abertura da Conferência, o presidente da DATAGRO, Plínio Nastari, destacou os avanços positivos que o Brasil teve com o incentivo de políticas púbicas como a de 1979. “A partir deste importante marco, se desenvolveu no Brasil não só a adição do etanol à gasolina, que evoluiu de uma mistura de 2% em 1931, para 10% a 12% em 1976, sucessivamente passando a 18%, 20%, 22%, 25%, atingindo os atuais 27% a partir de março de 2015, mas também a sua aplicação como combustível exclusivo em veículos. Este foi um exemplo de politica publica que trouxe significativos resultados positivos ao País. O protocolo estabeleceu metas ambiciosas de fabricação de carros a álcool, que foram amplamente cumpridas, não só pela indústria automotiva com a ação pioneira à época da FIAT ao lançar o primeiro carro a etanol, o Fiat 147, no que foi seguida por todas as demais grandes montadoras, mas também pelos consumidores que fizeram do carro a etanol – Você ainda vai ter um — um grande sucesso de vendas, representando mais de 96% das vendas totais de veículos em 1985, somando desde 1979 mais de 5,62 milhões de unidades vendidas”, salientou.

E não parou por aí. Plínio ainda frisou o incremento para a economia do país. “Neste período foi absorvido um contingente expressivo de mão-de-obra, absorvida por empregos gerados de forma descentralizada no interior, reduzindo de forma expressiva investimentos públicos em infraestrutura nos grandes centros, e a pressão nos cofres públicos. Posteriormente, com a mecanização do plantio e da colheita, o emprego foi reposicionado, através de um grande esforço de treinamento e requalificação. E ao longo de todo esse período ficou comprovado o impacto positivo do emprego relacionado à produção de cana”, disse.

E continuou: “Em termos ambientais, o fato do etanol de cana ser praticamente neutro em emissões de gases causadores do efeito estufa, transformou-o numa das fontes de energia mais limpas para alimentar a mobilidade eficiente do ponto de vista energético e ambiental”, destacou, lembrando que com o etanol, o Brasil tem uma opção tecnológica de mobilidade muito superior à que vários outros países tem perseguido.

Privado e público juntos

O evento da Datagro tem uma característica importante que é unir setor privado e púbico em torno das discussões que movem o setor do açúcar e do etanol no Brasil e no mundo. Assim, a Conferência contou com as participações de Ricardo Salles, Ministro do Meio Ambiente – MA; Gustavo Diniz Junqueira, Representando o Governador do Estado de São Paulo; Geraldo Alckmin, Ex-Governador do Estado de São Paulo; Décio Oddone, Diretor Geral, ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Rio de Janeiro; Arnaldo Jardim, Presidente da Frente Parlamentar de Valorização do Setor Sucroenergético; Itamar Borges, Presidente Frente Parlamentar do Agronegócio Paulista; Frederico D’Avila, Deputado Estadual, São Paulo; Luiz Carlos Moraes, Presidente da ANFAVEA, São Paulo; Mario Garnero, Ex-Presidente da ANFAVEA e Presidente da Brasilinvest, São Paulo; Duarte Nogueira, Prefeito da Cidade de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto;
João Irineu Medeiros, Diretor, FCA Group – Fiat Chrysley Automobiles, e Plinio Nastari, Presidente, DATAGRO

A primeira palestra foi do Diretor de Abastecimento e Regulamentação, PLURAL, Leandro de Barros Silva. Em seguida veio Evandro Gussi, Presidente, ÚNICA; Aurélio Amaral, Diretor, ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis; Gustavo Leite Segantini, Diretor de Vendas e Marketing, TEREOS; Miguel Ivan Oliveira, Diretor do Departamento de Biocombustíveis, Ministério de Minas e Energia, Brasília, Brasil. Na parte da tarde tiveram os temas como “As Novas Tecnologias e tendências para Sustentabilidade e Compliance Ambiental”; “Perspectivas de Proteção e Balanço Oferta e Demanda de Açúcar e Etanol no Brasil”; “Tecnologia Agrícola: Em busca dos 3 dígitos”; “Mercados de etanol em desenvolvimento no mundo”; “As Startups e a nova lei de proteção de dados pessoais”; dentre outras.

No segundo dia, 29, os participantes puderam conferir temas que trouxeram vários palestrantes como “Marcado de Capital e Crédito”; “Transformação Corporativa para alta performance”; “Regularização ambiental”; “Novas tecnologias automotivas”; Complementariedade dos biocombustíveis e dos combustíveis tradicionais”; Agenda Setorial”, com as novidades que virão em eventos e outras demandas; e, por fim, o presidente da Datagro, Plínio Nastari fez um resumo do evento.

 

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Gerenciamento das Águas é foco de debates durante Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas

Trocar ideias, apresentar experiências exitosas de boa gestão dos recursos hídricos e, fundamentalmente, conhecer os modelos, atualmente, aplicados nos estados brasileiros no que se refere ao gerenciamento das águas esse bem tão precioso e que precisa ser utilizado de maneira racional. Esses foram o foco dos trabalhos do XXI Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (Encob), que aconteceu entre os dias 21 e 25 últimos, em Foz do Iguaçu. O técnico em Meio Ambiente da Associação de Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) e um dos seis integrantes do Comitê de Bacia Hidrográfica do Litoral Sul da Paraíba, Alfredo Nogueira da Silva Neto  foi um dos participantes que representou a Paraíba no evento.

Segundo Alfredo, que viajou a convite da AESA, assim como os demais 19 representantes da Paraíba ao Encontro Nacional, o evento foi muito importante porque possibilitou que os integrantes dos Comitês de Bacias Hidrográficas identificassem as oportunidades e desafios para a promoção da gestão integrada das águas. “Essa gestão precisa ser realizada de forma participativa e descentralizada, de modo a apontar para toda a sociedade a efetiva sustentabilidade dos recursos hídricos”, destaca Alfredo.

Ele salienta que a integração de todos os organismos e segmentos que compõem e participam do Sistema Nacional de Recursos Hídricos, sejam públicos ou privados, é de suam importância. “É preciso manter uma discussão participativa e compartilhada no setor, haja vista a necessidade de se discutir os cenários futuros no que se refere aos recursos hídricos no Brasil e, a partir daí, estabelecer metas e diretrizes para a efetivação das políticas públicas que norteiam a gestão das águas que é um assunto universal e que interessa a todos”, destaca Alfredo.

Durante o evento, segundo Alfredo, também foi discutido os compromissos e responsabilidades dos entes do Sistema Nacional de Recursos Hídricos, visando a otimização das ações de preservação da qualidade e quantidade de nossas águas. “Fica cada vez mais evidente que é necessário integrar as políticas federal e estaduais, compartilhadamente, com os Municípios, apontando as ações necessárias para a implementação de programas e serviços que tragam a recuperação e conservação das águas”, reitera ele, complementando que as discussões foram bem apropriadas e demostram o quanto o Brasil está preocupado com a gestão de seus recursos hídricos.

O diretor do Departamento Técnico da Asplan (Detec), Neto Siqueira, destaca eu ter um representante da Associação no Comitê de gestão de águas é de suma importância. “A gestão dos recursos hídricos é determinante para qualquer segmento da sociedade e, mais ainda, para nós agricultores que temos a nossa atividade diretamente ligada a essa questão. Além disso, reforça o nosso compromisso com um assunto tão relevante como esse de gestão e racionalidade do uso das águas”, finaliza Neto Siqueira.

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Decisão do governo federal de normatizar entrada do etanol dos EUA tranquiliza setor no Nordeste afirma presidente da Unida

A regulação do abastecimento de etanol, sem taxação, vindo dos Estados Unidos no mercado nacional, finalmente, trouxe mais tranquilidade ao mercado, especialmente, para quem atua no Nordeste do Brasil. Essa avaliação é do presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) e da Associação de Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais. Segundo ele, ao publicar uma resolução que prevê alterações na cota de importação de etanol livre de tarifas, determinando que o produto entre na região de forma reduzida durante a safra de cana-de-açúcar, o governo atenua os prejuízos causados pela manutenção da cota sem taxa e da ampliação do volume importado que passou, em agosto último de 650 milhões para 750 milhões de litros.

As importações da cota isenta de taxa, segundo José Inácio, serão concedidas apenas aos produtores e de forma não concentrada, uma vez que haverá limite de até 2,5 milhões de litros por produtor. Já as distribuidoras e outras empresas importadoras continuarão a pagar 20% elo etanol que comprarem no exterior. “A nova resolução estabelece uma redistribuição temporal da cota de importação sem tarifa, o seja, o Nordeste receberá um volume menor durante a safra”, explica o dirigente canavieiro.

A resolução determina que 200 milhões de litros do combustível serão destinados à região Nordeste até 29 de fevereiro de 2020. Depois, de 1º de março de 2020 a 31 de maio de 2020, o volume máximo será de 275 milhões. Os outros 275 milhões de litros serão distribuídos de 1º de junho a 30 de agosto de 2020. Esses últimos 550 milhões de litros serão distribuídos na época da entressafra da cana no Nordeste. “Essa medida reduzirá os efeitos negativos para o setor sucroenergético, já que mais de 80% desse etanol americano é destinado à nossa região”, destaca José Inácio.

A mudança foi aprovada pelo Comitê Executivo de Gestão da Secretaria-Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex), nesta semana, e diz respeito à portaria divulgada no dia 31 de agosto, que aumentou a cota de importação do etanol, sem taxa, em 150 milhões de litros. “O governo foi sensato. Percebeu a tempo que era necessário resguardar o setor sucroenergético nacional, particularmente, o do Nordeste, que seria afetado diretamente com essa entrada do etanol sem cobrança de taxas”, reitera José Inácio. Ele lembra que a importação é necessária, em determinados momentos, para o pleno abastecimento do mercado, mas nunca em épocas de safra como agora. Na Paraíba, a safra 2019/2020 começou no final de julho e deve se estender até fevereiro.

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