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Produtores de cana conhecem experiências com o eucalipto no aproveitamento de solos pobres e descobrem novo investimento

encontro tecnico2Com a tensão vivida pelo setor sucroalcooleiro nos últimos anos, principalmente em função das secas no Nordeste e pela falta de políticas públicas de proteção à cultura da cana-de-açúcar, alguns produtores já estão investimento em outras atividades no campo. O plantio do eucalipto, conforme apresentação feita pelo Doutor em Ciências Florestais, Ricardo Matos, da empresa RM Florestal, durante o I Encontro Técnico de Produtores de Cana-de-Açúcar do Estado da Paraíba, realizado na semana passada na Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), é uma delas. A planta, segundo Ricardo, além de agregar valor às porções de terras não aproveitadas para a cana, ainda pode alavancar a cadeia produtiva do agronegócio madeireiro no Brasil com a expansão de plantações industriais na Paraíba.

Durante o evento, o pesquisador e empresário, Ricardo Matos, explicou aos produtores de cana a base dos gastos com a produção, o ganho real e o período para retorno do investimento. Sendo obtido um ótimo plantio adaptativo em diversos solos e áreas, inclusive em solos degradados, o eucalipto também recupera o solo, devolvendo nutrientes mesmo com pouca água.

 “O manejo do eucalipto é ótimo, ele se fixa em terras onde a cana não se dá, aguenta seca e, se precisar de irrigação, o produtor gastará cerca de R$ 1.500,00 por hectare e a água durará para o eucalipto quatro meses. Temos experiências nas quais o eucalipto já aguentou 10 anos sem água. Essa é a visão do futuro”, disse Ricardo, frisando que o produtor pode separar cerca de 20 hectares de suas terras onde geralmente não dá para plantar cana. “Só precisamos fixa-lo. Depois disso, não precisamos mais nos preocupar com água ou adubação, ele ficará ali e crescerá. Depois de cerca de cinco anos ele estará pronto para o corte”, concluiu.

Segundo o estudioso, que tem graduação em engenharia química e fez seu Doutorado em Ciências Florestais no Canadá, o custo para a implantação da cultura é muito parecido com o custo da cana-de-açúcar. “Investe-se de quatro e cinco mil reais por hectare para plantar. Já o retorno é mais vantajoso com o mercado gesseiro e cimenteiro em pleno desenvolvimento. Além disso, nunca ouvi falar em crise do setor de celulose, ao contrário, pelo que se sabe, o país ainda precisa de cerca de 130 mil hectares para atender à demanda atual por energia”, ressaltou Ricardo, aguçando o interesse dos produtores de cana.

Conforme a Associação Brasileira de produtores de Florestas Plantadas estatísticas, a produtividade do eucalipto, dado ao seu rápido crescimento, pode ser considerada como um dos principais fatores que determinaram sua expansão no mercado de papel e celulose e, também, para serraria. Embora a produtividade média anual, considerada em torno de 35 m³ por hectare, seja relativamente baixa, existe plantios com uso de eucaliptos melhor adaptados, com uso de boa tecnologia que atingem rendimentos próximos a 60 m³ /ha ano.

Para o presidente da Asplan, Murilo Paraíso, a produção de eucaliptos é interessante para quem deseja diversificar as culturas em sua propriedade. “Hoje a cultura de florestas plantadas junto com a cana-de-açúcar é um ótimo negócio, mesmo que não sejam tão imediatistas na obtenção da primeira receita porque o tempo de desenvolvimento do eucalipto pode ser um pouco maior, dependendo da finalidade para a qual foi plantado, mas em geral tem um ciclo de produção de cinco anos, ou seja, é um investimento para o futuro”, salientou o dirigente da associação, agradecendo as informações trazidas pelo Doutor Ricardo Matos.

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Asplan debate atividade canavieira no I Encontro Técnico de Produtores de Cana-de-Açúcar do Estado da Paraíba

encontro tecO evento trouxe personalidades do setor que expuseram temas técnicos e políticos. Entre os temas técnicos estiveram o manejo do solo, melhoramento de variedades e irrigação.

Um perfil do setor canavieiro nordestino, com seus problemas e desafios, bem como algumas soluções para a sustentabilidade do segmento foram abordados no I Encontro Técnico de Produtores de Cana-de-Açúcar do Estado da Paraíba, realizado nesta quarta-feira (05) na Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), em João Pessoa. O evento reuniu cerca de 150 produtores de cana e estudantes para a exposição de importantes personalidades da cultura sucroalcooleira como Paulo Leal, presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana); Gregório Maranhão, Consultor especialista em questões do segmento; Iêdo Teodoro, professor ligado à Ridesa; Gilson Moura Filho, engenheiro agrônomo; dentre outros.

Ao lado do presidente da União Nordestina de Produtores de Cana (Unida), Alexandre Lima, do presidente da Feplana, Paulo Leal, do secretário de Estado da Agricultura, Rômulo Montenegro, e do presidente da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas (Asplana), Lourenço Lins, o presidente da Asplan, Murilo Paraíso, abriu o encontro explicando que o objetivo do evento era o de atualizar os produtores quanto ao que está acontecendo em âmbito nacional em defesa da atividade e repassar informações técnicas para o aumento da produtividade dos campos. “Quero agradecer a presença de todos e dizer que este evento é justamente para que possamos entender o que se passa em âmbito nacional, no Congresso e também no Governo Federal, e tentar ver o que podemos fazer para salvar nossa plantação e aumentar nossa produtividade”, disse o dirigente.

As duas primeiras exposições do dia, uma realizada pelo presidente da Feplana, Paulo Leal, e outra pelo consultor Gregório Maranhão, trataram do perfil e importância econômica da atividade no Brasil e na região nordestina. Já no início de sua palestra, Paulo Leal, da Feplana, mostrou a importância da atividade afirmando que para cada  R$ 1,00 investido na atividade canavieira, outros R$ 13,00 são gerados. Além disso, ele apresentou dados que comprovam que o setor emprega mais de um milhão de pessoas. “Mesmo assim, o setor ainda sofre com a falta de uma política pública que o regulamente e proteja. Os custos subiram 25% nos últimos 4 anos e das 460 unidades industriais que processam a cana no país, já houve a quebra financeira de 87 e outras ainda estão por quebrar”, alertou Paulo Leal.

Gregório Maranhão, por sua vez, destacou que 6 milhões de habitantes no país vivem da cultura da cana. A Paraíba, disse ele, possui 35 municípios dependentes da cultura canavieira. “No estado, são cerca de 700 mil habitantes que sobrevivem da cana e hoje vemos que a Paraíba só tem oito unidades industriais. Quinze anos atrás eram 16 Esses são registros fundamentais para compreender a atividade hoje”, disse o consultor, lembrando também a necessidade de uma agencia reguladora. “Temos que lutar por uma reguladora para garantir que os absurdos cometidos pela Petrobras de importar essa quantidade de gasolina não volte a se repetir”, afirmou.

Palestras técnicas

As palestras técnicas tiveram início com a apresentação do pesquisador da Estação Experimental de Carpina/UFRPE, Francisco Dutra, que tratou dos desafios do setor diante do aumento significativo dos custos. Segundo ele, as principais questões estão relacionadas à baixa produtividade da cana, ao aumento dos salários dos funcionários, à difusão de tecnologias, ao crescimento da demanda, à falta de crédito e, mais uma vez, à falta de políticas públicas. “Na Paraíba temos uma capacidade de moagem de pouco mais de oito milhões de toneladas, mas temos uma média de safras de pouco mais de cinco milhões. se tivéssemos condições de investir mais nos campos, o setor poderia gerar mais 34 mil empregos”, frisou o pesquisador.

Após a palestra de Dutra, seguiram com suas apresentações Antônio Rosário, engenheiro agrônomo da Ridesa, que expôs sua experiência com o melhoramento de algumas variedades na usina Coruripe, em Alagoas; Gilson Moura Filho, engenheiro agrônomo da Ridesa, que falou sobre o manejo do solo; e Iêdo Teodoro, professor ligado à Ridesa, que tratou de irrigação. Os temas abordados mostraram ao produtor de cana a importância de se investir no campo adquirindo-se mudas de qualidade, fazendo irrigação e cuidando do solo. “A gente vê que o produtor que investe, ele cresce. Um exemplo disso é que prestamos consultoria para um produtor nessa ultima safra para o manejo do solo e ficamos um segundo lugar em Alagoas em quantidade de cana”, disse Gilson Moura, engenheiro agrônomo especializado em manejo do solo.

Além disso, também expuseram seus temas o engenheiro agrônomo, Thiago Falcão, que apresentou soluções de irrigação com Alas Móveis da empresa Raesa, e o Doutor em Ciências Florestais, Ricardo Matos, da RM Florestal, que fez uma exposição sobre as vantagens do Eucalipto como investimento para longo prazo para o produtor de cana. Para o estudante de agronomia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Josevaldo Ribeiro, o evento atingiu seu objetivo de atualizar as pessoas quanto aos principais temas que envolvem a atividade. “O encontro foi muito bem aproveitado. Gostei especialmente das palestras que trataram do melhoramento das variedades e sobre o manejo do solo”, afirmou o estudante, parabenizando a iniciativa da Asplan.

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Asplan enfatizará temas importantes que envolvem a atividade canavieira durante I Encontro Técnico de Produtores

encontro tecnico prodEvento acontece nesta quarta-feira (05), no auditório da Asplan, em João Pessoa

A Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) realizará, nesta quarta-feira (05), o I Encontro Técnico de Produtores de Cana-de-Açúcar do Estado da Paraíba. O evento, que acontecerá no auditório da Associação a partir das 9h, tem o objetivo de discutir a sustentabilidade da atividade canavieira na Paraíba, bem como a importância da cultura para a economia do Nordeste e do país. Na programação do Encontro estão previstas palestras sobre irrigação, manejo do solo, custos operacionais, bioenergia, melhoramento de variedades, assim como apresentações do perfil do setor sucroalcooleiro da Paraíba e do contexto da atividade no país.

As exposições serão feitas por nomes importantes do setor como Paulo Leal, presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana); Francisco Dutra, pesquisador da Estação Experimental de Carpina/UFRPE); Antônio Rosário, engenheiro agrônomo da Ridesa; Iêdo Teodoro, do professor ligado à Ridesa; Thiago Falcão, engenheiro agrônomo; Ricardo Matos, da RM Florestal; Gilson Moura Filho, engenheiro agrônomo; e Gregório Maranhão, Consultor especialista em questões do setor sucroalcooleiro.

O presidente da Asplan, Murilo Paraíso, que abrirá aos trabalhos no dia, adianta que o evento tem tudo para deixar o produtor ainda mais informado sobre o que se tem feito para melhorar a qualidade da cana plantada na região e o cenário econômico da cultura canavieira.  “Acredito que nossos associados comparecerão em grande número ao evento porque, na oportunidade, eles assistirão a palestras importantes para o desenvolvimento da atividade no nosso estado, que já foi tão castigado com essa última seca”, comenta o dirigente, que dará as boas-vindas aos participantes do evento a partir das 9h.

Às 9h15, o encontro terá início com a palestra Atuação da Feplana no Contexto do Setor Canavieiro (Paulo Leal – Presidente da FEPLANA). Em seguida os participantes assistirão às palestras Importância da Cultura da Cana-de-açúcar para o Nordeste (Dr. Manoel Gregório Maranhão – Consultor, às 9h30; Perfil do Setor Sucroalcooleiro do Estado da Paraíba (Francisco Dutra Melo – Pesquisador da Estação de Experimental de Cana de Açúcar de Carpina/UFRPE), às 10h; Variedades Melhoradas como Fator de Sustentabilidade (Antônio Rosário de Sousa – Engenheiro Agrônomo do PMGCA – RIDESA CECA-UFAL), às 10h30; e às 11h20 acontecerá a palestra Manejo Físico-Químico do Solo (Prof. Gilson Moura Filho – Engenheiro Agrônomo D.sc – RIDESA-CECA-UFAL, solos e nutrição).

Após o almoço, às 13h40, a programação continua com mais três exposições: Uso da Irrigação na Cultura Canavieira (Dr. Professor Iêdo Teodoro – RIDESA-CECA-UFAL, irrigação); RAESA – Custos Operacionais do Sistema de Irrigação (Thiago Falcão – Engenheiro Agrônomo); e Produção de Bioenergia a Partir da Cultura do Eucalipto (Ricardo Matos – RM Florestal). O encerramento do encontro está previsto para às 16h10.

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