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Conab prevê queda de 9,5% na produção de cana-de-açúcar no Brasil mas percentual na Paraíba pode chegar até a 30%

O 2º levantamento da Safra 2021/22, divulgado nesta quinta-feira (19) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), prevê uma estimativa de queda no volume de produção de cana-de-açúcar no Brasil em 9,5%. Mas, essa queda deve ser ainda mais acentuada na Paraíba devido à baixa precipitação de chuvas nos meses de junho e julho. Estimativa da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) aponta que esse decréscimo pode oscilar entre 25% a 30% o que dá uma estimativa de produção de cerca de cinco milhões de toneladas nesta safra.

O diretor da Asplan, Pedro Neto, lembra que a baixa precipitação pluviométrica nos meses que, tradicionalmente, são mais favoráveis, é a principal razão dessa queda na produção canavieira paraibana. “Historicamente, nos meses de junho e julho chove até cerca de 600 milímetros e, este ano, na região que mais choveu no estado atingiu cerca de 200 milímetros”, disse o produtor.

Ele lembra que para agravar ainda mais a situação, apenas 30% dos produtores canavieiros locais dispõe de irrigação. “Esse percentual de produtores com irrigação de salvação tem que aumentar para se prevenir, justamente, uma situação como essa e para que não tenhamos uma oscilação tão grande de safra por causa da escassez de chuvas”, reitera Pedro Neto.

O levantamento da Conab estima uma expectativa nacional de colheita de 592 milhões de toneladas, representando um volume de cerca de 62 milhões de toneladas de matéria-prima a menos em relação à safra 2020/21. Os efeitos climáticos adversos da estiagem durante o ciclo produtivo das lavouras e as baixas temperaturas registradas em junho e julho estão entre as causas da redução, que incluem ainda episódios de geadas em algumas áreas de produção, sobretudo nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. No 1º levantamento realizado pela Conab em maio, os números já mostravam queda percentual de 4% na cana em relação à safra anterior.

A pesquisa para o 2º levantamento mostra que no Nordeste, houve redução de 1,9% na área a ser colhida, mas o aumento de 4,2% na produtividade média deverá resultar em uma produção de 49,5 milhões de toneladas, 2,2% a mais que na safra passada. Na Região Norte, a tendência é de manutenção da área a ser colhida e crescimento de 7,5% de matéria prima, totalizando 3,7 milhões de toneladas.

Na Região Sudeste, principal produtora do país, houve redução de 6,6% na área a ser colhida, totalizando cinco milhões de hectares, e decréscimo de 13,3% na produção, estimada em 371,5 milhões de toneladas. Já o Centro-Oeste, com área semelhante à colhida na última safra, tem volume previsto em 135,4 milhões de toneladas, 3,2% menor que a obtida na safra anterior. No Sul, a pequena elevação de 0,2% na área cultivada não garantiu aumento na produção total, que pode chegar a 31,9 milhões de toneladas, com redução de 6,7% em comparação com o ciclo passado, devido à redução na produtividade.

Os dados completos sobre o 2° Levantamento da Safra 2021/22 de cana-de-açúcar e as condições de mercado deste produto podem ser conferidas no Boletim de Safra da Cana-de-Açúcar. Outras informações sobre os efeitos do clima nas safras são disponibilizadas regularmente nas edições do Monitoramento de Geadas e no Boletim de Monitoramento Agrícola da Conab.

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Produtores rurais pedem reforço na segurança da zona rural do litoral Sul da Paraíba e de Santa Rita por causa dos assaltos e roubos

O aumento de assaltos, roubos, furtos e até sequestros, este ano, na região de Alhandra e Pedras de Fogo e em áreas próximas e adjacentes da Bacia do Rio Gramame, além de Santa Rita, está preocupando e deixando aflitos os produtores rurais e moradores daquela região. Isto porque não há policiamento suficiente e o aparato da segurança pública naquela região quase inexiste. Só há um posto policial, assim mesmo com funcionamento precário, em Odilândia, com pouco efetivo, para atender todo o entorno da Bacia do Rio Gramame. No último sábado (14), por exemplo, um assalto com requintes de crueldade foi praticado contra trabalhadores da fazenda Imbiribeira, que foram amarrados, agredidos fisicamente e abandonados num canavial. O veiculo – um Fiat Strada – tomado pelos assaltantes e pertencente ao produtor canavieiro Oscar Barreto só foi localizado um dia depois, amassado e com vários itens faltando.

A Associação de Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), inclusive, está enviando comunicados à Polícia Militar e as demais autoridades de Segurança Pública solicitando um reforço no policiamento da região e mais patrulhamento. “Enquanto os homens de bem e trabalhadores estão em suas casas acuados e com medo, os bandidos estão agindo livremente, já que sabem que não há um aparato de segurança pública que os detenha. Da forma como estamos hoje, a bandidagem está fazendo o que bem entende”, lamenta o presidente da Asplan, José Inácio de Morais. O dirigente canavieiro lembra que os produtores estão com medo até de transitar pelas estradas vicinais que dão acesso às suas propriedades por causa das frequentes tocaias e assaltos e também não estão tranquilos quando estão em casa, pois os assaltos e roubos à residências também aumentaram este ano.

No assalto aos trabalhadores da fazenda Imbiribeira, ocorrido em plena luz do dia, por volta das seis da manhã, na zona rural do município de Pedras de Fogo, os seis homens não apenas tomaram o veículo, como bateram nas vítimas, com socos e coronhadas, fizeram tortura psicológica ameaçando matá-las e as amarraram e abandonaram no canavial.  “Aquela região está muito perigosa. No caso do assalto aos nossos funcionários foram seis homens, que também assaltaram outras pessoas que passaram pela estrada. Graças a Deus, eles não foram mortos, mas a gente tem notícia que isso já ocorreu, além de sequestros e roubos a residências”, afirma o filho do proprietário do carro roubado, Rafael Barreto.

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Presidente da Asplan participa de live sobre inclusão de produtores no recebimento de CBios e diz que Lei é fundamental para que isso ocorra

Há quase três safras, que os produtores brasileiros, especialmente, os de cana-de-açúcar, pleiteiam a justa parte que lhes é devida no pagamento do Crédito Financeiro de Descarbonização (CBios) criado pelo RenovaBio. E o setor produtivo quer regulamentar esse pagamento, através de um Projeto de Lei (3149/2020), que tramita na Comissão de Agricultura da Câmara Federal. Nesta quinta-feira (12), o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais, participou de mais uma live com representantes do setor e do Ministério da Agricultura (MAPA), para avaliar como o mercado está se comportando em relação a isso. “Até agora só há pagamentos pontuais e na base de acordos caso a caso e nós queremos regulamentar esse processo para tornar efetivo esse pagamento”, destacou José Inácio na ocasião.

Durante a live, foi abordada a necessidade de realização de uma Audiência Pública na Câmara, com a participação de representantes do Governo Federal, das indústrias e das entidades de classe dos produtores para tratar sobre o tema. Mas, antes da realização deste momento, ficou acordado que no próximo dia 19, às 15h, haverá outro encontro online para ver se haverá uma nova proposta das indústrias sobre o percentual a ser pago aos produtores. “O entendimento é sempre o melhor caminho quando há impasses a serem resolvidos, mas, é preciso deixar claro que é importante regulamentar essa questão e formalizar esse acordo em Lei”, argumenta José Inácio que também é presidente da  União Nordestina de Plantadores de Cana (Unida).

O dirigente canavieiro destaca que já tem indústrias pagando R$ 3,50 por crédito de CBios por tonelada de cana, mas que isso não está sendo uma prática na maior parte das usinas do país. “Pela proposta que estamos recebendo, ficaríamos com apenas 60% do líquido o que não é justo, uma vez que o maior processo de sequestro de Carbono é no campo, ou seja, no fundo agrícola”, destaca José Inácio, lembrando que os produtores concordam em descontar as despesas, mas a partir da fixação de 100% dos ganhos da indústria referentes ao CBios. Ele lembra ainda que, na Paraíba, usinas e destilarias estão dando cerca de R$ 35,00 de ajuda de custo para o produtor, mas se recusando a instituir o pagamento do CBios como algo permanente.

“Nós defendemos uma legislação que regulamente a situação do fornecedor de forma clara  e que não deixe margem a dúvidas no que deve ser pago ao fornecedor”, destaca José Inácio. Para ele, na atual conjuntura, infelizmente, não existe outra maneira de inserir os produtores no recebimento do CBios que não criando essa legislação. “O que a Lei determinar que deva pagar, seja lá quanto for, eles terão que cumprir e o pagamento se dará de forma igualitária para o pequeno, o médio ou o grande produtor de cana. Eu volto a dizer, nós queremos somente o que é nosso. O fato é que essa situação é muito ruim para o setor e da forma como está, atualmente, o produtor está perdendo”, afirma José Inácio.

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