A matriz energética limpa do Brasil é a maior e a melhor do mundo, com 26,2% de biomassa, sendo 16,1% de Cana-de-açúcar, 8,3% lenha/carvão e 1,8% lixívia. Entre 103 países, Rússia e Brasil têm 31% de toda a área florestal do planeta, enquanto a Europa ocidental já removeu 99,7% das nativas. Essa área é de apenas 22 mil km², o que representa 0,3% do território nacional. Esse pequeno número é para alimentos, criação de cidades, estradas e indústrias. Desmatamentos programados são autorizados por lei. A maioria não sabe que 55% do oxigênio do planeta é produzido por algas marinhas e não pelas árvores. A Amazônia Legal brasileira representa 6,8% da superfície do planeta e não é o pulmão do mundo, mas sim os oceanos.
Em nosso país, desperdiça-se biomassa energética. Se fossem aproveitados os resíduos da Cana-de-açúcar por meio de uma lei que ainda não existe, geraria 20% de toda a demanda elétrica do Brasil. Isso foi descoberto em 2011, em pós-doutorado da Unicamp, e ainda não sabemos quem impede de se reduzir apagões evitando um anunciado racionamento de energia.
Estima-se um total anual de 21 milhões de toneladas de resíduos de serrarias, da indústria moveleira e madeireira, de acordo com outro doutorado, esse da UnB. Esse potencial pouco aproveitado tem 4,1 Mega TEP (tonelada equivalente de Petróleo) ou 1,4% de toda oferta interna de energia no Brasil em 2013. A razão do crescimento da biomassa é o alto preço do óleo combustível (BPF) usado nas indústrias. Assim, o preço do quilo de vapor gerado é de R$ 30 para cana; R$ 33 para eucalipto e R$ 77 para o BPF de Petróleo, 2,3 vezes mais caro e em extinção. Além da economia, a Bioenergia alivia o Desmatamento, uma vez que não é cortada lenha da mata nativa.
Para finalizar, existe o desmanche da indústria do Etanol no Brasil, pela política energética equivocada, ao não se pagar os produtores um preço mínimo nas 400 agroindústrias da cana. Foram fechadas 50 delas nos últimos anos. Esse Etanol nasceu em 1975 e atende hoje uma frota de 32 milhões de automóveis. Isso constitui grave erro de gestão pública, pois 1,5 milhão de empregos diretos e famílias dependem do setor. Em benefício da matriz energética e da sociedade, esse cenário ameaçador deve ser removido.
Segundo o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Murilo Paraíso, o artigo escrito pelo professor e Ph.D, Luiz Vicente Gentil, publicado recentemente no jornal Correio Braziliense, mostra o quanto o Brasil ainda desperdiça biomassa energética e menospreza um setor tão importante para a economia nacional. “É preciso que o governo federal defina e coloque em prática políticas públicas que fortaleçam o setor sucroenergético nacional, do contrário outras indústrias do setor fecharão e essa política energética equivocada que temos hoje refletirá, muito negativamente, no futuro próximo de nossa nação”, finaliza o dirigente da Asplan.