ClimaTempo

Informe Climático – Fevereiro de 2024

Nº 02/2023 - 12 DE MAIO DE 2023

PRECIPITAÇÕES NO LITORAL SEGUEM ACIMA DA MÉDIA E PRÓXIMO TRIMESTRE SERÁ MARCADO PELO INÍCIO DA ATUAÇÃO DO FENÔMENO LA NIÑA

PRECIPITAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS – JANEIRO E FEVEREIRO/2024

Figura 01 – Precipitação acumulada no período de 01/01 a 31/01/2024. Fonte: www.aesa.pb.gov.br

Sobre o estado da Paraíba, as precipitações registradas em janeiro/2024 apresentaram totais predominantemente acima da média histórica, principalmente sobre o setor leste do estado, regiões do Litoral, Agreste e Brejo. Apesar do setor leste estar em pleno período normal de estiagem, em janeiro/2024 as precipitações se comportaram de forma regular e com totais que ultrapassaram os 150,0 mm, em Mataraca: 180,6 mm e João Pessoa: 174,4 mm, com desvios que chegaram respectivamente a 73,3% e 117,7% acima da média, praticamente o dobro do esperado para todo o mês de janeiro. Diversos municípios do litoral paraibano obtiveram índices acima da média e podem ser observados, totais acima de 100,0 mm, na tabela 01 a seguir: Tabela 01 – Totais observados em Janeiro de 2024 (acima 100 mm) – Setor leste da Paraíba

Em fevereiro, as precipitações pluviométricas continuaram, sobre o setor leste da Paraíba, com ocorrência de precipitações representativas e no período de 01 a 20 de fevereiro de 2024 já ultrapassaram os 100,0 mm e com totais permanecendo acima da média histórica, com maiores índices nos Muncípios do Conde: 153,5 mm (41,2% acima da média), Rio Tinto: 141,7 mm (34,7% acima da média), João Pessoa: 111,4 mm (10,2% acima da média) e Mamanguape: 104,4 mm (7,3% acima da média), índices bem representativos para o mês e que refletem uma condição muito favorável da atmosfera sobre o litoral nordestino, em particular sobre litoral paraibano.

TENDÊNCIA CLIMÁTICA

Figura 02 – Previsão da Temperatura da Superfície do Mara para trimestre março a maio (Áreas em tom azul indica temperaturas abaixo da média e em vermelho acima). Fonte NCEP/NOAA

Com o fim do fenômeno El Niño e o estabelecimento de um padrão de neutralidade, sobre o Oceano Pacífico Tropical, a atmosfera responde favoravelmente a evolução regular das precipitações sobre o Nordeste do Brasil (NEB) e assim, cessa a influência negativa sobre o clima na região, principalmente sobre o impacto da redução das precipitações. Com isso, a grande influência sobre o clima no NEB, principalmente sobre a faixa litorânea da Paraíba, passa a depender das condições predominantes sobre o Oceano Atlântico Tropical, particularmente sobre as condições da temperatua sobre o Oceano Atlântico. Assim, com a continuidade do aquecimento das Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) sobre o Atlântico Tropical, principalmente sobre a costa leste do estado da Paraíba, há um aumento do transporte de umidade do oceano para o continente e que contribuem para manutenção das precipitações pluviométricas na região e consequente melhoria do quadro de chuvas em todo o setor leste da Paraíba (regiões do Litoral, Agreste e Brejo). Assim, as perspectivas evoluem para o favorecimento climático e conforme a figura 02, deveremos já neste próximo trimestre, observar o estabelecimento do fenômeno La Niña sobre o Oceano Pacífico Tropical, com o surgimento de águas mais frias na porção leste do oceano (retângulo tracejado preto). Com isso, a atmosfera deverá responder mais favoravelmente e as precipitações devem melhorar qualitativamente.

Figura 03 – Previsão probabilista da precipitação sobre os tropicos. Fonte European Centre for Medium-Range Weather Forecasts.

Deste modo, diversos modelos de previsão climática já apontam para um trimestre com precipitações na categoria normal a acima da média. Conforme figura 03, retângulo tracejado verde, modelo do Centro Europeu de Previsão do Clima, há tendências favoráveis, apresentando probabilidades de 50 a 70% de ocorrência de precipitações na categoria acima da média para um trimestre março, abril e maio, refletindo, assim, o favorecimento atmosférico sobre o Nordeste do Brasil, com o estabelecimento do fenômeno La Niña e a permanência de águas mais aquecidas sobre o costa leste do Nordeste do Brasil.

TENDÊNCIA TEMPO

Figura 04 – Previsão da precipitação de 21/02 a 29/02/2024 (Áreas em tons verde indicam precipitações acima da média, em marron abaixo). Fonte: https://www.cpc.ncep.noaa.gov

Apesar do mês de fevereiro ainda estar enquadrado, climatologicamente, como período normal de estiagem sobre o litoral paraibano, e os índices pluviométricos tenderem a baixa magnetude, o ocorrência de precipitações pluviométricas tem se comportando de forma regular e com totais acumulados de normal a acima da média. Assim, com a permanência do aquecimento das TSM sobre o Oceano Atlântico tropical e o favorecimento das condições de vento no litoral, a tendência é que neste final do mês de fevereiro as precipitações continuem de forma regular e permanecendo com totais acumulados acima da média histórica, conforme previsão do modelo do NCEP/NOAA (EUA), de acordo com resultados convergentes para a categoria acima da média (tons em verde). Assim, espera-se, com essa tendência, a continuidade das precipitações pluviométricas neste final do mês de fevereiro e início do mês de março, quando climatologicamente se dá o início da pré estação chuvosa sobre o litoral paraibano e, normalmente, com essa nova fase, há um aumento da intensidade das precipitações sobre a região.

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Informe Climático – Janeiro de 2024

Nº 01/2024 - 11 DE JANEIRO DE 2024

PERSPECTIVAS CLIMÁTICAS INDICAM FIM DO EL NIÑO E MELHORIA DAS PREVISÕES CLIMÁTICAS SOBRE O LITORAL PARAIBANO

CLIMA - CONDIÇÕES ATUAIS

Figura 01 – Modelo de previsão da temperatura a superfície do mar para os Oceanos Pacífico e Atlântico – semana de 14 a 20 de janeiro (tons em azul representam temperatura da água abaixo da média, em vermelho acima e branco neutro).

Fonte: Australian Bureau of Meteorology.

Neste início do ano de 2024, consolida-se a dissipação do fenômeno El Niño com o aumento das áreas de resfriamento da Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) em praticamente toda a sua bacia tropical do Oceano Pacífico, caracterizando o fim da atuação do fenômeno El Niño, principalmente dos seus impatos desfavoráveis ao período chuvoso do Nordeste do Brasil (NEB).

Conforme, modelagem da previsão da TSM sobre os oceanos Pacífico e Atlântico, figura 1, retângulo tracejado preto, as perspectivas para a semana de 14 a 20 de janeiro/2024 é de estabelecimento de um progressivo resfriamento em uma grande área do Oceano Pacífico Tropical sul e que reverte, climatologicamente, todas as perspectivas e previsões climáticas desfavoráveis sobre o período mais chuvoso do Nordeste do Brasil (NEB) e, principalmente os impactos desfavoráveis, em particular, sobre as precipitações pluviométrica sobre o litoral paraibano.  Assim, com uma nova condição climática consolidada, a atmosfera e a maioria dos modelos já respondem com perspectivas favoráveis ao aumento dos totais pluviométricos e a melhoria gradativa da regularidade da precipiação.

Ainda pela previsão do modelo do Departamento Australiano de Meteorologia, figura 01, com relação a bacia do Atlântico Tropical sul, retângulo tracejado vermelho, as perspectivas para o período é de que as TSM aumentarão as anomalias positivas, ou seja, o Atlântico continuará aquecendo e, assim, sobre a bacia do Atlântico tropical está caracterizado um estabelecimento contínuo de águas mais quentes sobre a costa leste do litoral nordestino. 

Deste modo, a permanência do aquecimento sobre as TSM do Atlântico, induzem o aumento das instabilidades e que potencializam uma maior quantidade de ocorrência de precipitações pluviométricas sobre a faixa litorânea e áreas adjacentes e também melhoram a regularidade da precipitação sobre o litoral paraibano e áreas adjacentes.

Assim, a consolidação do fim do fenômeno El Niño apresenta melhores condições climáticas para o período mais chuvoso da região semiárida no Nordeste do Brasil, período de fevereiro a maio, e com a associação da evolução de temperaturas mais quentes sobre o Atlântico Tropical, devem colaborar para um horizonte de previsões mais favoráveis para o setor leste da Paraíba, regiões do Agreste, Brejo e Litoral para o período de abril a julho, quadrimestre mais chuvoso.  Tais condições devem regularizar a pré-estação chuvosa do litoral com precipitações pluviométricas mais regulares durante este período, apesar da climatologia com valores menos representativos neste período, mas que neste bimestre converge para ocorrência de precipitações de normal a acima da média em todo o litoral paraibano e área adjacentes.

Por outro lado, com o aquecimento do Oceano Atlântico tropical, as instabilidades sobre o litoral paraibano devem induzir o aumento das instabilidades na faixa litorânea e aumentar as perspectivas de precipitações pluviométricas na região.

TENDÊNCIA TEMPO E CLIMA

Figura 02– Previsão de probabilidade de precipitação pluviométrica sobre o Brasil para o mês de janeiro/2024.  Tons em verde indicam probabilidade de precipitações pluviométricas acima da média.  Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia.

Em virtude da evolução favorável das condições climáticas sobre os Oceanos Pacífico e Atlântico, principalmente, resfriamento das temperaturas da superfície do mar sobre o Pacífico tropical e aquecimento sobre o Atlântico tropical sul, os modelos climáticos, na sua grande maioria, apresentam resultados favoráveis as precitações pluviométricas na categoria de normal a acima da média. 

Assim, conforme figura 01, modelo de previsão climática do Instituto Nacional de Meteorologia, para o mês de janeiro de 2024, o mesmo indica a previsibilidade de maior probabilidade de precipitações na categoria acima da normal para o mês de janeiro, ou seja, precipitações pluviométricas acima da média, tons em verde em praticamente todo o Nordeste do Brasil.

Assim, o mês de janeiro consolida-se com precipitações pluviométricas com maior tendência de ocorrência na categoria acima da média. 

Deste modo, no estado da Paraíba, esta tendência deverá refletir em precipitações na categoria de normal a acima da média na região semiáriada do estado.  Predominantemente, sobre as regiões do Litoral Paraibano, Agreste e Brejo as pespectivas também devem oscilar em precipitações na categoria acima da média para o mês de janeiro, com previsão de um período mais representivo de precipitações no último decêndio do mês de janeiro.

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Informe Climático – Dezembro de 2023

Nº 09/2023 - 12 DE DEZEMBRO DE 2023

FENÔMENO EL NIÑO ENFRAQUECE E MODELOS CLIMÁTICOS JÁ INDICAM MUDANÇAS FAVORÁVEIS NA PREVISÃO DA PRECIPITAÇÃO

CLIMA - CONDIÇÕES ATUAIS

Figura 01 – Variação da anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) – Variação de 06/12/2023 menos 08/11/2023. Em azul resfriamento e vermelho aquecimento.
(Fonte: www.funceme.br).

Gradativamente as condições climáticas sobre os oceanos Pacífico e Atlântico Tropical estão evoluindo favoravelmente e induzindo melhoria das previsões climáticas sobre o Nordeste do Brasil, com um quadro de permanência do enfraquecimento do fenômeno El Niño e um gradativo aquecimento das águas superfíciais do Oceano Atlântico tropical sul.

De acordo com a figura 01, da variação da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) dos Oceanos Pacífico e Atlântico Tropical, há evidentes mudanças na configuração climática na bacia do Oceano Pacífico nos últimos trinta dias. As condições da TSM reduziram gradativamente em praticamente toda a bacia centro oeste do Oceano Pacífico (retangulo tracejado azul), contribuindo assim para a diminuição das anomalias de temperatura fenômeno El Niño e indicando o gradativo enfraquecimento do fenômeno. Com relação a bacia do Atlântico Tropical Sul, retângulo tracejado vermelho, nas últimas duas semanas, as TSM aumentaram gradativamente as anomalias positivas, e estão caracterizando um estabelecimento contínuo de águas mais quentes sobre o litoral nordestino, induzindo o aumento das instabilidades sobre o Oceano Tropical e que podem produzir uma maior quantidade de ocorrência de precipitações pluviométricas sobre a faixa litorânea e áreas adjacentes, ainda em 2023.

Assim, estas condições consolidam a redução do fenômeno de El Niño, com maior resfriamento sobre o setor oeste e permanencia do aquecimento na parte central da bacia, embora tenha também reduzido as TSM nos últimos 30 dias, o que ainda caracteriza e evidência as perspectivas de um fenômeno El Niño na categoria Modoki, que normalmente, é favorável a evolução das precipitações no Nordeste do Brasil.

Por outro lado, com o aquecimento do Oceano Atlântico tropical, as instabilidades sobre o litoral paraibano devem induzir o aumento das instabilidades na faixa litorânea e aumentar as perspectivas de precipitações pluviométricas na região.

TENDÊNCIA TEMPO E CLIMA

Figura 02 – Anomalia de tempertura da superfície do mar sobre as regiões de atuação do fenômeno El Niño. Fonte: Climate Prediction Center / NCEP – relatório de 11/12/2023

Nesta última semana, como indicativo do monitoramento do enfraquecimento do fenômeno El Niño, áreas de 1 a 4, representativas no Oceano Pacífico as áreas do Niño 1+2, Niño 3, Niño 3.4 e Niño 4, todas as regiões de monitoramento apresentaram queda nas anomalias de temperatura (setas vermelhas), indicando uma perda de calor em praticamento todo o Oceano Pacífico Tropical (figura 02), com reduções em torno de 1oC de perda de calor na região.

Assim, o fenômeno El Niño, nas duas útlimas semanas vem perdendo muita energia, reduzindo sua temperatura, principalmente na área do Niño 1+2 e assim, reduzindo o transporte de calor que ocorrre normalmente de oeste para leste. Essa tendência de enfraquecimento já se consolida e o fenômeno deverá permanecer em constante declínio ao longo de todo esse próximo bimestre, passando para um padrão de neutralidade e posteriormente um possível resfriamento na região, começando a configurar um novo fenômeno (La Niña).

Assim,. de acordo com essas análises, os modelos de previsão de temperatura da superfície do mar, figura 03, já indicam o fim do fenômeno El Niño para meados de março e até o prenúncio de um fenômeno La Niña ainda dentro de periodo mais chuvoso do setor leste do Nordeste do Brasil, em particular sobre a faixa leste do estado da Paraíba.

Ainda conforme a figura 03, o indicativo de um resfriamento sobre o costa oeste da América do Sul, já traria o indicativo da evolução do fenômeno La Niña e que passaria a contribuir favoravelmente nas previsões de um perído de precipitações pluviométricas mais regulares sobre o Nordeste do Brasil, em particular sobre o litoral paraibano dentro do seu período mais chuvoso, quadrimestre de abril a julho.

Figura 03 – Previsão da anomalia de tempertura da superfície do mar sobre o Oceano Pacífico tropical. Fonte: Climate Prediction Center / NCEP.
Figura 04– Previsão da anomalia de precipitação pluviométrica sobre a América do Sul para o período de 16 a 22 de dezembro. Fonte: Australian Bureau of Meteorology.

Conforme indicativos de diversos modelos de previsão do tempo para longo prazo, e de acordo com a influência da passagem favorável da Oscilação de Madden & Julian, os modelos estão prevendo uma mudança no quadro de evolução das precipitações pluviométricas, já nesta segunda quinzena de dezembro. Conforme exemplo da figura 04, há perspectivas de aumento das precipitações em toda faixa centro leste do Nordeste (manchas em tons verdes) com perspectivas de um período estendido e com precipitações acima da média. A evolução desse sistema se configura nos principais modelos de previsão e podem indicar um período mais prolongado de precipitações.

Apesar do setor leste do Nordeste do Brasil estar em pleno periodo normal de estiagem, também estão previstas boas probabilidades de precipitações pluviométricas representativas inclusive no litoral nordestino, e, em particular, sobre o litoral paraibano.

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