Notícias

Produtores paraibanos vão deixar de receber na safra atual R$ 12 milhões de CBIOs porque ainda continuam de fora do Renovabio

A Lei nº 13.576, de 26 de dezembro de 2017, instituiu a Política Nacional de Bicombustíveis (RenovaBio) visando ampliar a produção e o uso de biocombustíveis na matriz energética brasileira. E, desde então, as indústrias sucroalcooleiras do Brasil vêm sendo remuneradas com Créditos de Carbono (CBIOs), mas, a classe produtiva, responsável pela maior parte do resgate do carbono no campo ainda não participa desta distribuição financeira. Estima-se que o setor industrial já tenha recebido cerca de R$ 6 bilhões neste período e que, somente na atual safra, os produtores paraibanos deixem de receber R$ 12 milhões equivalentes ao CBIOs que lhes pertenceria.

O presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais já foi inúmeras vezes à Brasília, já participou de diversas reuniões com ministros e deputados federais junto com represententes da classe produtiva para solicitar celeridade na apreciação do Projeto de Lei 3149/2020, que prevê a inclusão dos produtores no programa de remuneração do CBIOs, mas, até agora o PL que tramita na Câmara dos Deputados há três anos, ainda está em apreciação na primeira, de cinco comissões da Casa. Atualmente, ele está sendo analisado na Comissão de Minas e Energia para, posteriormente, seguir para as comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça.

“Até quando a gente vai esperar que essa injustiça seja reparada? E as perdas que a gente já teve pelo não recebimento do CBIOs nas últimas quatro safras? O que falta para que essa política que estimula a produção de biocombustíveis no país contemple o elo da cadeia produtiva que mais resgata carbono no campo? Esses são questionamentos que a gente faz e que até agora não receberam a devida atenção e resposta”, afirma José Inácio.

Ele lembra que  o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, já se mostrou favorável à inclusão dos produtores na política nacional do Renovabio. O aceno do ministro à pauta da classe produtiva foi dado em maio, durante reunião com representantes da Organização das Associações de Produtores de Cana do Brasil (ORPLANA), em Brasília.

Em agosto, o deputado federal Benes Leocádio, relator da matéria que será apreciada na Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara Federal, se reuniu com representantes de associações de plantadores de cana-de-açúcar do Nordeste, em Natal (RN), e garantiu que seu relatório será favorável às reivindicações da categoria.

Segundo José Inácio, os próprios industriais, em sua grande maioria, não se opõem a repassar o percentual de CBIOs aos produtores, e algumas indústrias já pagam percentuais aos seus fornecedores de forma espontânea. “Mas, é preciso essa regulamentação em Lei porque o que a gente pleiteia não é favor, é algo que é de direito, justo e razoável e que precisa ser definido para todos, de forma igualitária. Nós não queremos nada de ninguém, apenas receber a parte que nos cabe dentro do Renovabio. O que não se pode admitir é continuarmos de fora deste rateio de CBIOs”, reitera o dirigente canavieiro.

José Inácio lembra que o cálculo do prejuízo dos produtores na atual safra leva em conta o volume estimado de cana produzido por eles ( algo em torno de 3 milhões de toneladas) multiplicado pelo valor de R$ 4,00 de CBIOs por tonelada de cana ( que seria a parte do produtor), o que daria um montante equivale a R$ 12 milhões. Ainda segundo José Inácio, na Paraíba, estão sendo prejudicados cerca de 1.600 produtores de porte grande, médio e pequeno, além de micros produtores, entre os quais se encontram assentados e indígenas. “Precisamos aprovar esse PL urgentemente, aliás, já passou da hora de aprovar essa matéria na Câmara”, finaliza José Inácio. O PL 3.149 é de autoria do atual senador Efraim Filho (União Brasil-PB), que na época de criação do projeto era Deputado Federal.

Produtores paraibanos vão deixar de receber na safra atual R$ 12 milhões de CBIOs porque ainda continuam de fora do Renovabio Read More »

Dirigentes da Asplan se reúnem com os deputados Hugo Motta e Danielle do Vale para debater ações do setor produtivo da Paraíba

Tentar agilizar na Câmara Federal a votação do Projeto de Lei 3.149 que assegura o pagamento de CBios para produtores da matéria-prima de biocombustíveis, agendar uma reunião com o governador João Azevedo para rever a diferença de alíquota na compra de produtos agrícolas fora do estado e sobre o melhor aproveitamento das águas do canal Acauã-Araçagi. Esses foram alguns dos pontos de pauta de uma reunião realizada nesta segunda-feira (4), na sede da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), em João Pessoa. O presidente da entidade, José Inácio de Morais e diretores da entidade se reuniram com o deputado federal, Hugo Motta e com a deputada estadual, Danielle do Vale.

“Foi um encontro produtivo, onde expomos para os parlamentares questões importantes para o desenvolvimento do setor agrícola paraibano, especialmente, o canavieiro e debatemos formas de melhorar a atividade produtiva”, afirma o presidente da Asplan que estava acompanhado do vice-presidente da Associação, Pedro Neto, e do diretor da entidade, Fernandinho Rabelo. O presidente do Sindicato dos Agricultores de Mamanguape, Zé João, também participou do encontro, além do esposo da deputada Danielle do Vale, Thiago Paiva.

“Vamos contribuir lutando na Câmara Federal e com Governo do Estado em busca de melhorias para os produtores que vivem do setor agrícola na Paraíba. Essa questão do CBios, por exemplo, é muito importante e o setor canavieiro pode contar com meu apoio na Câmara Federal para que ele seja votado o mais breve possível”, disse Hugo Mota.

“Debatemos sobre benefícios fiscais, regularização de barragens e o reaproveitamento das águas do canal Acauã-Araçagi, entre outras pautas importantes para o setor produtivo. Estamos comprometidos em impulsionar o desenvolvimento da nossa região e fortalecer o setor agrícola. Foi defendendo também essa bandeira que cheguei a ALPB”, reiterou a deputada.

Para o vice-presidente da Asplan, contar com o apoio de políticos que conhecem a realidade do setor e que têm compromisso com o produtor paraibano é muito importante. “A gente sabe da importância destes apoios para que as ações aconteçam e se transformem em ações concretas de melhoria na atividade agrícola, seja em nível local, regional ou nacional”, finalizou Pedro Neto.

Dirigentes da Asplan se reúnem com os deputados Hugo Motta e Danielle do Vale para debater ações do setor produtivo da Paraíba Read More »

Relator do PL dos CBios confirma que apresentará parecer favorável a reivindicações de produtores rurais corrigindo distorção de Lei

Há quase cinco anos, as indústrias sucroalcooleiras do Brasil recebem créditos de carbono (CBios) graças ao Renovabio e, neste período, estima-se que já foram pagos cerca de R$ 6 bilhões ao setor industrial. Mas, o programa deixou de fora os produtores de matéria-prima que são justamente o elo da cadeia produtiva que mais resgata carbono no campo, gerando uma distorção que o Projeto de Lei 3.149 pretende reparar. Na última segunda-feira (28), o deputado federal Benes Leocádio, relator da matéria que será apreciada na Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara Federal, se reuniu com representantes de associações de plantadores de cana-de-açúcar do Nordeste, em Natal (RN), e garantiu que seu relatório será favorável às reivindicações da categoria.

O presidente da União Nordestina dos Plantadores de Cana (Unida) e da Associação de Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais, esteve na reunião e reiterou a necessidade deste PL ser votado o quanto antes. “Já perdemos uns cinco anos de receber o que é legitimamente nosso desde que o Renovabio começou. Desde 2020 esse PL, que repara essa injustiça com os produtores, está tramitando na Câmara Federal e até agora ainda vai passar pela segunda Comissão temática da Casa. É preciso que haja maior celeridade nesta apreciação, pois, estamos falando de algo que já é reconhecidamente legítimo da gente receber, mas, que precisa ser regulamentado formalmente com esse PL”, afirma o dirigente canavieiro. Ele estima que o setor já deixou de receber cerca de R$ 2 bilhões.

José Inácio reitera que o PL corrige a injustiça contra o produtor rural em não receber o CBios pelo etanol que é oriundo da cana produzida em sua terra. “Essa injustiça é ainda maior quando a gente sabe que o maior resgate de carbono se dá no campo. Então, um Programa que leva em consideração a relação entre a eficiência energética e a redução das emissões de gases de efeito estufa, não poderia, jamais, deixar de fora os produtores de matéria-prima que produz os biocombustíveis”, ressalta o dirigente da Asplan.

Para o dirigente canavieiro não tem mais sentido esperar mais tempo para esse PL ser apreciado em plenário pelos deputados. “Neste sentido, vamos conversar também com o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira para sensibilizá-lo da necessidade de votação deste PL em plenário o mais rápido possível”, afirma José Inácio, lembrando que no setor canavieiro paraibano estão perdendo de receber recursos do CBios todos os produtores, inclusive,  muitos assentados e indígenas que integram a categoria na Paraíba.

O presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), Paulo Leal também participou do encontro que aconteceu no RN e que contou ainda com a presença de representantes das associações de Pernambuco e da Confederação Nacional de Agricultura (CNA). O PL 3.149 é de autoria do atual senador Efraim Filho (União Brasil-PB), que na época de criação do projeto era Deputado Federal.

Relator do PL dos CBios confirma que apresentará parecer favorável a reivindicações de produtores rurais corrigindo distorção de Lei Read More »