O estudo avalia um aumento dos atuais 25% para 27,5%, já a partir de maio
O governo federal está avaliando a possibilidade de aumentar de 25% para 27,5% a mistura de álcool anidro na gasolina, a partir de 1º de maio deste ano. A proposta está sendo avaliada pelo Ministério da Fazenda. Há pouco mais de um ano, o governo autorizou o aumento de 20% para 25%, do álcool na gasolina. Os entendimentos entre os ministros da Agricultura, Neri Geller, e das Minas e Energia, Edison Lobão, estão avançados, segundo fontes ligadas ao governo.
Desde que passou a praticar uma política de preço político para a gasolina — com prejuízos para a Petrobras e o país —, o governo acabou inviabilizando a progressão do etanol da cana e de outras origens. O hidratado (aquele que vai da bomba para o tanque dos carros) é rejeitado pelo consumidor quando o preço passa de 70% do da gasolina. Nos últimos anos, as vendas do biocombustível caíram bruscamente, pela incapacidade do produto de concorrer com o preço subsidiado do derivado do petróleo.
“É lamentável que depois de criar, em 1975, o Pró-Álcool, o Brasil chegue à vergonhosa situação atual de comercialização do álcool, um combustível limpo que é produzido da cana-de-açúcar, chegando até a importar álcool dos EUA para suprir a demanda interna”, argumenta o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Murilo Paraíso. Ele lembra que, recentemente, foi feita uma pesquisa pela empresa Ecofrotas e pela consultoria KPMG que comprova que o etanol é muito mais competitivo do que se propaga. “O etanol, na verdade, apresenta um rendimento médio de 79,52% do desempenho da gasolina, comprovou essa pesquisa, além do que a produção e uso dos biocombustíveis sempre foram uma genuína opção de crescimento sustentável deste país. Então, porque não estimular o seu consumo?”, questiona Murilo, lembrando que o etanol é uma alternativa confiável, mais barata e menos poluente.
O presidente da Asplan torce para que o governo decida favorável a esse aumento. “Com a ampliação do percentual de álcool à gasolina, as indústrias serão incentivadas a produzir mais etanol, serão mais bem remuneradas e, consequentemente, quem fica na ponta da cadeia produtiva, que somos nós, os fornecedores de cana, também seremos beneficiados por causa do melhor equilíbrio do segmento”, finalizou Murilo Paraíso.