“O sistema contratado pela Asplan que cria o selo de qualidade ProAr, já em criação, e que tem o objetivo de melhor organizar as práticas agrícolas desenvolvidas pelos fornecedores de cana-de-açúcar da Paraíba é uma iniciativa inteligente e muito oportuna”, disse hoje (18), o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool no Estado da Paraíba (Sindalcool), Edmundo Barbosa. Ele se referia a contratação de uma empresa que irá fazer o rastreamento da produção dos fornecedores canavieiros paraibanos, desde o plantio até a colheita, disponibilizando esse banco de dados em Blockchain e propiciando que, desta forma, os produtores possam estar elegíveis para participar junto com as indústrias do mercado de créditos de descarbonização – CBIOs.
Edmundo lembra que a certificação para participar do Renovabio é imprescindível e exige das empresas que queiram participar do Programa investimentos em práticas sócio ambientais e, portanto, uma nova postura da cadeia produtiva na produção e processamento da matéria-prima. “Nós ainda não tínhamos incluído cana de fornecedores porque não havia organização no sentido de termos os dados que o Renovabio exige. Creio que com essa iniciativa da Asplan, que é pioneira em nível nacional, isso poderá ser contabilizado para efeito da elegilibilidade ao Programa por parte dos fornecedores”, destaca Edmundo, classifícando a ação da Asplan como ‘realmente inteligente’.
Edmundo lembra ainda que o valor agregado da cana no Renovabio é baseado também na quantidade de emissões que aquela cana teve ao ser produzida. “O Programa muda a relação do produtor de cana com o meio ambiente na medida em que ele quantifica e qualifica tudo o que diz respeito a produção da matéria-prima, levando em conta, por exemplo, até o tipo de adubo utilizado na lavoura e que tipo de emissão isso provocou. Quem usa nitrato de amônia no solo terá um peso diferente de quem utiliza composto orgânico, por exemplo”, reforça Edmundo.
O dirigente do Sindálcool reitera que a iniciativa da Asplan reforça a consciência dos plantadores sobre a importância de mudar a relação deles com o meio ambiente. “É preciso abraçar uma nova ótica de produção. Como bem define o Programa é fundamental ter mais cana, produzir mais etanol, mas tudo isso com menos emissões”, reforça Edmundo, lembrado que em 2021 haverá nova ressertificação das indústrias e que, com essa iniciativa do ProAr os fornecedores de cana paraibanos que aderirem ao programa de qualidade poderão ser adicionados a essa cerificação para também ter ganhos com os créditos de carbono.
O presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais reforça que já há algum tempo, os produtores estão reivindicando a participação deles neste mercado de comercialização de CBIOs e que essa iniciativa de criar o selo de qualidade ProAr e melhor organizar os fornecedores paraibanos se insere neste contexto. “Não queremos continuar tendo como avaliação de nossa produção apenas o ATR. A cana tem muitos outros valores agregados e agora mais esse dos créditos de carbono. Há muitas possibilidades de ganhos, inclusive, para o meio ambiente e queremos ser protagonistas desta história também, já que somos um elo importante desta cadeia produtiva”, finaliza José Inácio.