Não queremos tirar nada de ninguém apenas receber a nossa parte de geração de créditos de Carbono diz presidente da Asplan

Não queremos tirar nada de ninguém apenas receber a nossa parte de geração de créditos de Carbono diz presidente da Asplan

A Política Nacional de Biocombustíveis, o Renovabio, que instituiu o ativo de crédito de descarbonização (CBios) deixou de fora o mais importante elo desse processo que são os produtores, uma vez que é no campo que acontece a maior parte de captura de carbono. “Como um Programa que se propõe a estimular a baixa emissão de CO2 deixa de fora quem participa diretamente dessa ação, uma vez que é no processo produtivo que isso acontece em maior escala?”, questiona o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais. Segundo ele, os produtores não querem tirar nada das indústrias, apenas receber o que lhes é de direito.

O dirigente canavieiro reitera que da forma como o Renovabio foi concebido só contemplou as indústrias deixando de fora quem, de fato, participa ativamente da redução da emissão de CO2, que é quem planta. “Não estamos pleiteando nada de ninguém, nem muito menos queremos tirar os dividendos das indústrias. Queremos o que é nosso por justiça e merecimento. Não é no processo industrial que se reduz a emissão de CO2, é em todo o processo produtivo no campo”, reforça José Inácio, lembrando que as indústrias que produzirem com 100% de sua matéria-prima  não vão precisar dividir o CBios com ninguém.

Os ganhos financeiros com o CBios, de acordo com José Inácio, precisam ser divididos para toda a cadeira sucroenergética e não apenas com as indústrias como está acontecendo agora. “Já perdemos a parte que nos cabe desse mercado de crédito de carbono na safra passada, estamos perdendo nesta também e não é justo que isso continue acontecendo. O que pleiteamos é uma justa revisão no Programa do Renovabio para que os produtores também sejam incluídos nos ganhos e contemplados com a parte que lhes é correspondente”, afirma José Inácio.

Segundo o dirigente da Asplan, a esperança da classe recai sobre o Projeto de Lei (PL 3149), de autoria do deputado federal paraibano, Efraim Filho, que tramita na Câmara e que altera a Lei do RenovaBio e garante o acesso aos créditos de descarbonização (CBios) aos canavieiros do Brasil. “Esse PL tem o objetivo de corrigir uma injustiça contra os fornecedores independentes de cana na lei do RenovaBio e esperamos que ele seja aprovado o mais breve possível. Não é possível que os deputados não votem favoráveis a uma matéria que corrige uma distorção absurda dessa”, disse José Inácio, adiantando que caso isso não ocorra, a categoria irá entrar na Justiça para corrigir essa distorção.