Órgãos assinarão cooperação técnica durante visita do presidente da EMBRAPA a PB

Órgãos assinarão cooperação técnica durante visita do presidente da EMBRAPA a PB

 

Com cerca de 1/4 da produção canavieira nas mãos de industriais e a pesquisa para o fortalecimento da cana-de-açúcar no país sendo desenvolvida por institutos privados, produtores de cana da Paraíba e o Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Agricultura, miram esforços visando a renovação da força do setor. A primeira ação em direção a essa retomada de vigor aconteceu, na manhã desta quarta-feira (28), na sala de reuniões da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), quando cerca de treze pessoas que representam órgãos ligados à pesquisa e o desenvolvimento tecnológico da agricultura, não só deliberaram sobre a pauta de reunião que terão com o diretor presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -EMBRAPA, Pedro Arraes, que desembarca na Paraíba no dia 19 de abril, como também decidiram firmar um acordo de cooperação técnica para o manejo do solo e o zoneamento de terras cultivadas.

Os órgãos envolvidos no acordo, ou seja, a Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa), a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético da Universidade Federal de Pernambuco (Ridesa) e a EMBRAPA, devem assinar um convênio no dia 20 de abril, quando o dirigente da EMBRAPA, Pedro Arraes, participará de uma reunião na sede da Asplan a respeito das demandas do setor canavieiro. Dentre as ações a serem desenvolvidas conforme o acordo de cooperação técnica estão os projetos que visem a fitosanidade dos canaviais, o estudo dos solos, bem como a melhoria de todo o sistema de produção dos campos paraibanos, incluindo a irrigação e a transição da colheita manual para a mecanizada, além do zoneamento das áreas de cana.

            Segundo o diretor adjunto da Asplan, José Inácio de Morais, esse é um momento único para o setor, que enxerga a possibilidade do Governo Federal retomar o controle das pesquisas sobre cana no país. José Inácio contou que em novembro de 2011 esteve com Pedro Arraes em Brasília e discutiu o assunto. Desde o fim do Planalçúcar e do IAA que a gente sente falta das pesquisas. A EMBRAPA, que é o carro-chefe de pesquisa no país não trabalha com a cana, mas agora o governo está convencido da necessidade de fortalecer o setor sucroenergético e quer auxiliar a gente nesse sentido, disse José Inácio, destacando que a ideia é fortalecer a pesquisa também no âmbito estadual através da Emepa.

            O Chefe Geral Embrapa Tabuleiros Costeiros, Ronaldo Souza Rezende, também presente à reunião, destacou a disponibilidade do órgão para agir em conjunto com as demais instituições. Temos uma unidade de pesquisa na Universidade Federal de Alagoas e lá temos uma equipe de 15 pessoas que trabalha com a cana. Embora esse grupo ainda esteja formando a sua expertise  no assunto, ele pode colaborar caso montemos uma rede de ações, explicou Ronaldo Souza, sendo acompanhado pelo presidente da Emepa, Manoel Duré, que ratificou suas palavras.

            Ao final da reunião, o secretario de agricultura do estado, Rômulo Montenegro, frisou que a preocupação do Governo do Estado é implementar o Planejamento Estratégico da Agricultura, já em fase de elaboração pela Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Durante a conferência da agricultura em 2011, elencamos cinco cadeias produtivas no estado para receber reforços e a cana-de-açúcar é uma delas. Por isso, tivemos esse contato com o diretor presidente da EMBRAPA, que também foi extremamente solicito conosco e, por isso, estamos aqui para propor uma agenda propositiva para o setor e apresentá-la no dia de sua visita, explicou o secretário.

Para o presidente da Asplan, Murilo Paraíso, o resultado do encontro foi bastante positivo, visto que o debate sintetizou as principais necessidades do setor. Essa reunião foi muito produtiva. Vimos nela que temos extrema carência de estudo no que se refere à adubação e aos nossos solos e é isso que estamos pleiteando junto aos órgãos, afirmou o presidente da Asplan.