Mais uma vez, a Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), através de seu Departamento Técnico (Detec), cumpriu seu papel de difundir conhecimento para seus associados. Nesta quinta-feira (15), produtores paraibanos se reuniram no auditório da entidade, em João Pessoa, para reciclar conhecimento durante palestra sobre “Manejo de herbicida em cana-de-açúcar”. Durante quase duas horas, o professor doutor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Renan Cantalice, abordou esse tema focando na importância do combate eficaz às plantas daninhas que afetam os canaviais, destacando que o manejo deve acontecer em todas as fases, desde o pré ao pós-plantio, após a colheita e ainda de forma pré ou pós-emergência. “A interferência negativa das plantas daninhas nos canaviais pode causar reduções na quantidade e qualidade do produto colhido, diminuir o número de cortes viáveis, além de aumentar os custos de produção”, destacou o palestrante na abertura de sua fala.
Antes da participação do professor, o presidente da Asplan, José Inácio de Morais, deu as boas-vindas ao palestrante e falou sobre a importância da retomada gradual dos eventos técnicos presenciais na sede da entidade, suspensos por mais de um ano em função da pandemia. “Estamos retomando aos poucos nossa rotina de atividades presenciais de forma que essa palestra marca a retomada deste novo tempo e com um assunto que muito nos interessa e faz a diferença nos resultados de nossa cultura”, disse José Inácio, destacando que as palestras técnicas fazem parte de um conjunto de ações que a entidade disponibiliza gratuitamente aos seus associados.
“Todo bom resultado está ligado a bons produtos e à aplicação deles no campo, ou seja, na dose e épocas certas de aplicação”, disse o palestrante, lembrando que em se tratando de manejo de plantas daninhas é preciso que o produtor acompanhe de perto as espécies e veja de qual forma é melhor atacá-las. “Há espécies mais resistentes que requerem produtos mais específicos”, disse ele, reiterando que a escolha e o uso adequado de produtos evita a deriva do produto ou o excesso de aplicação, culminando em maior custoxbenefício para o produtor. “É preciso definir o alvo, qual planta e qual momento, e levar em consideração as características climáticas da região onde o produto será aplicado”, reforçou ele.
Renan Cantalice lembrou ainda que a recomendação do herbicida deve estar fundamentada na previsão da condição hídrica do solo após sua aplicação. “Precisamos averiguar se o solo é seco ou úmido, assim os herbicidas de socarias, por exemplo, são divididos em herbicidas de seca e herbicidas de úmido”, disse o professor. Ele lembrou ainda a importância da pulverização, advertindo que não adianta comprar o melhor herbicida se a pulverização do produto não for realizada da forma correta. “A regulagem e calibração do pulverizador faz toda a diferença na aplicação e, consequente, resposta do produto. O ideal é que essa revisão no pulverizador seja diária, mas é muito comum ela nem ser feita com frequência, o que é um erro que gera desperdícios”, disse o palestrante, lembrando que o ideal é que essa revisão do equipamento seja diária.
No final do evento, o diretor do Detec, Neto Siqueira agradeceu a participação do palestrante, enaltecendo a abordagem do tema proposto. “Foi uma palestra bastante esclarecedora, bem didática e que nos orientou melhor em relação ao uso de herbicidas, já que a ocorrência de plantas daninhas na cultura de cana-de-açúcar provoca perdas sérias na produtividade, quando não controladas adequadamente”, disse Neto, agradecendo ainda a presença do consultor técnico Rodolfo Guerra, da empresa Semear, de Alagoas, que há 14 anos atua no mercado de revenda de defensivos agrícolas. O coordenador comercial da Semear, Antônio Aquino também prestigiou o evento promovido pela Asplan, no mini auditório da entidade.