Presidente da Asplan repudia invasões de terras pelo MST e diz que produtores estão apreensivos com nova onda de violência no campo

Presidente da Asplan repudia invasões de terras pelo MST e diz que produtores estão apreensivos com nova onda de violência no campo

“Essas invasões criminosas disfarçadas de pseudopolítica de Reforma Agrária, que desrespeita a propriedade privada, compromete a produção no campo, promove uma insegurança jurídica e violência desproposital precisa ter uma resposta à altura das autoridades, afinal, não podemos ficar à mercê deste movimento desrespeitoso que com essas invasões deixa apreensivo todo o setor produtivo”, disse hoje (20), o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais.
O dirigente canavieiro lembra que somente nos três primeiros meses deste ano, coincidentemente, no primeiro trimestre do atual governo federal, segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), já ocorreram 16 invasões em diversas regiões do Brasil. “Durante os quatro anos do governo Bolsonaro, tivemos 14 invasões ai perguntam porque o agro defende o ex-presidente. Porque no governo dele a gente tinha paz para produzir, nossas terras não eram invadidas, nosso patrimônio não foi dilapidado e havia segurança jurídica no campo”, reitera José Inácio.
O presidente da Asplan lembra que nos últimos dias ocorreram várias invasões de terra em diversas áreas de Pernambuco, a exemplo de Timbaúba, Jaboatão dos Guararapes, Tacaimbó, Caruaru, Glória do Goitá e Goiana, além de uma área da Embrapa. Houve ainda invasões por membros do MST em sedes do Incra nas cidades de Belo Horizonte, São Luís, Fortaleza e Natal. Em Porto Alegre eles fizeram vigília no pátio da entidade.
José Inácio discorda do argumento de que as áreas invadidas são propriedades que não cumprem a função social. “Quais os critérios que o MST tem para averiguar se uma fazenda é ou não produtiva? E como justificar a matança de animais só por maldade como acontece frequentemente nestas invasões? E como fica o produtor que fica impedido de usufruir de sua própria terra? São questões que precisam ser colocadas para a sociedade refletir sobre esse pseudomovimento disfarçado de reforma agrária”, disse ele.
A Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) lançou um manifesto em repúdio às invasões, chamando atenção para a leniência do governo federal, que ainda não se pronunciou ou tomou qualquer atitude para deter essa crescente onda de violência causada por invasões das propriedades rurais pelo MST. Em comunicado, a entidade afirma que vai cobrar do Congresso Nacional ações contra esses crimes. A manifestação da entidade, que representa 60 mil famílias pelo país de produtores de cana-de-açúcar, será enviada ao presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o deputado federal Pedro Lupion. A FPA reúne mais de 300 deputados federais e senadores. O manifesto já foi entregue inclusive ao presidente do Instituto Pensar Agro de Brasília, o ex-deputado federal Nilson Leitão.
“A Feplana reafirma o compromisso com a defesa da Reforma Agrária, mas sem invasões de propriedades rurais, pois cria insegurança jurídica e impõe o medo sobre quem produz. O açúcar da cana, por exemplo, é um dos produtos centrais de exportação na balança comercial do Brasil”, destaca um dos trechos do comunicado da entidade que não registrou ainda nenhum caso de invasões nos canaviais neste ano, mas age preventivamente para que não ocorra. “Defendemos, por sinal, a CPI do MST, contra as invasões. É preciso passar essa história a limpo e impedir a continuidade desses crimes no campo”, destaca o presidente da Feplana, Paulo Leal. Ele conta que a solicitação desta CPI por parlamentares já tem as assinaturas necessárias na Câmara Federal. A instalação está aguardando somente a decisão do presidente da Casa Legislativa, o deputado Arthur Lira.