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Setor agrícola paraibano debate perspectivas e plano de metas estadual para o agronegócio

Setor agrícola paraibano debate perspectivas e plano de metas estadual para o agronegócio

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setor agrucolaO setor agrícola paraibano se reuniu nesta sexta-feira (13), no Centro Cultural Ariano Suassuna, anexo ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), em João Pessoa, para conhecer o plano de metas estadual para o agronegócio. Na ocasião, o ex-ministro da Agricultura (2003-2006) e coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio na Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues, também teceu palestra apresentando as perspectivas para o agronegócio no Brasil, mostrando que o país pode se tornar líder em produção de alimentos nos próximos anos.

Tendo a cana-de-açúcar como umas das atividades/cadeias produtivas a serem fomentadas pelo Governo do Estado, a Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) também participou do evento, representada pelo seu vice-presidente, Raimundo Nonato Siqueira e membros da diretoria, além de seus engenheiros agrônomos.

Intitulado de “Ciclo de Palestras”, o evento, promovido pelo Governo do Estado da Paraíba, através de sua Secretaria de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (Sedap), reforçou a necessidade de um planejamento de ações para o fomento de atividades agrícolas em âmbito estadual, federal e até mundial.

A primeira palestra foi a do Secretário de Agricultura, Rômulo Montenegro, que apresentou ao público o “Plano de Metas para a Agropecuária da Paraíba”, segundo o qual o Governo elegeu como prioridade cinco cadeias produtivas: Cana-de-açúcar e derivados; Pecuária; Pesca e Aquicultura; Grãos e forragens e Hortifrúti.

Em sua justificativa, Rômulo ressaltou que as cadeias produtivas elencadas vêm se destacando na Paraíba e no Brasil e o Estado tem que agir para fomentar o seu desenvolvimento sustentável. “Somos o maior produtor de mamão do país e também temos grande destaque na produção de leite, portanto, o estado tem que ter politicas públicas para desenvolver essas culturas já estabelecidas, até porque temos um estado com 80% de seu território localizado no semiárido”, disse o secretário, falando também sobre a cana. “Somos o terceiro maior produtor de cana do Nordeste, o segundo na produção de álcool. Não podemos ignorar isso. Termos que sair em defesa deste setor que é o que mais emprega no estado”, continuou Rômulo, garantindo o programa de distribuição de cana-semente aos produtores e o fortalecimento do setor sucroenergético.

O secretário de Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia, João Azevedo Filho, também teve uma participação no evento para apresentar as obras do “Canal das Vertentes Litorâneas”, uma ação complementar à Transposição do Rio São Francisco e que vai beneficiar 631 mil pessoas. Além dessa ação, Azevedo também mostrou outras obras hídricas do Governo. “Estamos com um  forte programa de construção de adutoras. São 730 km em adutoras em andamento”, comentou ele na oportunidade.

Para o vice-presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Raimundo Nonato Siqueira, o plano apresentado, quando posto em prática será muito bom para o setor. “Foi muito importante essa palestra para cana, que agora figura entre as cinco cadeias produtivas que deve receber apoio do governo para seu desenvolvimento. O plano de distribuição de sementes é uma ação que contenta o setor. Acho que o caminho é realmente o do planejamento de ações. Assim também ficou bem nítido na palestra do Canal das Vertentes, outra ação de grande importância para a agricultura”, destacou o vice-presidente da Asplan, que participou do evento acompanhado do diretor-adjunto da entidade, José Inácio de Morais; do diretor-secretário, Pedro Jorge Coutinho; do diretor-tesoureiro, Oscar de Gouvêa e do vice-diretor secretário, Fernando Rabelo Filho

Palestra do ex-ministro Roberto Rodrigues

Mas o ponto alto do evento foi, sem dúvida, o da apresentação do o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Ele falou durante uma hora sobre as perspectivas para o agronegócio no Brasil e mostrou-se otimista. A mudança dos Ministérios, a pujança brasileira para a produção rural, além da presença de tecnologia e de gente capacitada, para o palestrante, serão pontos de extrema importância para que o Brasil possa se tornar um líder na produção de alimentos.

De acordo com Rodrigues, um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico – OCDE mostrou que o mundo precisa aumentar sua produção de alimentos em pelo menos 20%, até o ano de 2020 para que exista paz no mundo. Para cada país, a instituição avaliou o possível crescimento, tendo alguns, logicamente, que não conseguirão e outros que chegarão a valores aproximados. Mas o Brasil é o grande destaque desse estudo. Nele, o país aparece com possibilidade de aumentar sua produção de alimentos em pelo menos 40%.

“E podemos sim produzir isso. Temos tecnologia, terra e gente capacitada e, além disso, acho que teremos politica publica. Acho que nesse segundo mandato de Dilma o setor agrícola deve mudar um pouco em função do comando da ministra Kátia Abreu. Ela conhece muito bem o setor e á uma lutadora. Estou confiante”, comentou o palestrante, frisando que o caminho para a paz é a produção de alimentos e a agroenergia, gerada através da cana-de-açúcar.

O vice-presidente da Asplan, Raimundo Nonato, assim como muitos presentes, saíram confiantes também a respeito desse panorama. “Também acredito que a produção de alimentos é o que vai garantir a paz no mundo. Esse é o caminho. Espero que os governos compreendam essa realidade porque só assim eles darão o apoio necessário ao agronegócio com a revisão de suas políticas de crédito, a realização de mais pesquisas e melhorias para o homem do campo”, defendeu o dirigente da Asplan.