Superintendente do BNB anuncia instalação de uma agência itinerante para atender produtores na sede da Asplan

Superintendente do BNB anuncia instalação de uma agência itinerante para atender produtores na sede da Asplan

O acesso aos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), via Banco do Nordeste (BNB), ou de outras possibilidades de linhas de crédito e financiamento da instituição estarão mais acessíveis aos produtores canavieiros da Paraíba. Isto porque, o BNB vai instalar uma agência itinerante na sede da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan). A proposta, que tem o objetivo de agilizar o atendimento aos produtores e simboliza a retomada do relacionamento com a classe canavieira, foi anunciada hoje (19), pelo superintendente do BNB na Paraíba, Jorge Ivan Costa, durante reunião com produtores na sede da Associação, em João Pessoa.

Segundo Jorge Costa, a iniciativa é uma espécie de resgate das relações entre a instituição, que é um órgão do governo federal, ligado ao Ministério da Fazenda, e os produtores canavieiros paraibanos. “De fato, nós estávamos um pouco distantes da classe canavieira, embora tenhamos 230 unidades na Paraíba, e a instalação desta agência itinerante é um passo importante no resgate deste relacionamento”, disse o superintendente do BNB na Paraíba.

De acordo com o gerente executivo do BNB, Silvio Marcos, para instalação da agência, que funcionará no horário bancário, nos mesmos moldes das demais unidades do banco, basta apenas que a Asplan disponibilize uma sala, o que já foi autorizado pelo presidente da Associação, Murilo Paraíso. “A agência vai funcionar no prédio anexo da Asplan”, autorizou Murilo à gerente administrativa da Associação, Kiony Vieira que também participou da reunião. “A partir de amanhã já daremos início aos procedimentos para cessão do espaço ao BNB”, reiterou Kiony. A expectativa é que ainda este mês a agência comece a funcionar.

Além do anúncio da instalação da agência, durante a reunião que contou com a presença do secretário de Agricultura da Paraíba, Rômulo Montenegro, do deputado federal, André Amaral, além de vários produtores canavieiros, foi debatida a questão da informalidade do setor agropecuário e suas implicações no acesso ao crédito bancário, a diferença de tratamento das instituições financeiras em relação ao setor produtivo, a necessidade de ter um tratamento diferenciado entre pequenos, médios e grandes produtores no que diz respeito às exigências de licenças ambientais. A Lei 13.340, que permite o pagamento ou refinanciamento de operações contraídas até dezembro de 2011, com descontos de até 88%, além da Resolução Nº 45.91, que contempla a facilidade de pagamentos de operações realizadas entre 2011 e 2016, também foram assuntos abordados durante a reunião.

Sobre a Resolução, foi solicitado ao deputado federal, André Amaral, que intermedie junto ao governo federal uma solicitação de maior maleabilidade da Resolução, uma vez que ela restringe os benefícios de descontos e condições especiais de negociação aos municípios e localidades onde foi decretado estado de calamidade pública ou emergência. “Como a maior parte da área de produção de cana-de-açúcar não teve o registro desta situação de calamidade ou emergência, a Resolução não contempla a grande maioria dos produtores paraibanos, embora neste período todos nós tenhamos enfrentado a pior seca dos últimos 40 anos, por isso estamos pleiteando que o deputado André Amaral interceda junto ao governo federal para que ele reveja essa questão”, explicou Murilo Paraíso. O parlamentar se comprometeu, já nesta terça-feira (19), acionar sua equipe, em Brasília, para dar encaminhamento ao pleito.

Na reunião também foi explicada as formas de utilização dos recursos do FNE, cuja taxa anual é de 5,65%. O produtor Fernando Rabelo deu um testemunho de sua satisfação em utilizar recursos do BNB, tanto para adquirir equipamentos, quanto para custeio. “Sou cliente do BNB desde 2004 e estou satisfeito com essa parceria de negócios porque no nosso ramo, especialmente, ninguém consegue trabalhar sem um banco parceiro”, disse o produtor.

Para o secretário de Agricultura, Rômulo Montenegro, a informalidade do setor agropecuário, aliado a prioridade de direcionamento que as instituições financeiras fazem para o grande produtor, em detrimento do pequeno, dificulta o acesso ao crédito para ampla maioria dos produtores. “O direcionamento de recursos ainda é muito favorável ao grande, enquanto o pequeno produtor fica de fora e isso precisa mudar. Infelizmente, ainda falta uma melhor conscientização das instituições bancárias com o setor produtivo. Se tem crédito para o setor rural, que se libere para toda a cadeia produtiva, dos grandes aos pequenos, mas, nós não vemos isso na prática”, disse o secretário, lembrando que o grande desafio é manter esse pequeno produtor em atividade, de forma equilibrada.