15 de fevereiro de 2021

Presidente da Asplan lembra que Brasil precisa ser reconhecido pelo seu histórico de manutenção da cobertura florestal e não de devastação

Um estudo da Embrapa Monitoramento por Satélite sobre a evolução das florestas mundiais atesta que há oito mil anos, o Brasil possuía 9,8% das florestas mundiais. Hoje, segundo o levantamento da Embrapa, o país detém 28,3% e a América do Sul, que detinha 18,2% das florestas, agora detém 41,4%, e o grande responsável por esses remanescentes, cuja representatividade cresce ano a ano, é o Brasil. “Se o desflorestamento mundial prosseguir no ritmo atual, o Brasil – por ser um dos que menos desmatou – deverá deter, em breve, quase metade das florestas primárias do planeta”, destaca o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba, José Inácio de Morais, endossando a fala do diretor da Embrapa Territorial, Evaristo Miranda.

O paradoxo segundo José Inácio, é que, ao invés de ser reconhecido pelo seu histórico de manutenção da cobertura florestal, o Brasil é severamente criticado no exterior como sendo um país campeão do desmatamento. “O setor primário preserva a natureza até porque é dela que depende toda a atividade produtiva. Esse discurso de desmatamento não interessa ao Brasil que é uma potência no que diz respeito a reservas estratégicas naturais. Ter quase metade das florestas primárias do planeta já diz tudo sobre a nossa conduta de preservação”, reitera José Inácio, lembrando que o setor canavieiro da Paraíba, por exemplo, tem feito esforços para não apenas manter as áreas florestais, como está desenvolvendo um projeto piloto de reflorestar áreas com espécies nativas em propriedades de vários municípios do Estado.

Ainda segundo o estudo da Embrapa, dos 64 milhões de km² de florestas existentes antes da expansão demográfica e tecnológica dos seres humanos, restam menos de 15,5 milhões, cerca de 24%. Mais de 75% das florestas primárias já desapareceram. Com exceção de parte das Américas, todos os continentes desmataram, e muito. A Europa, sem a Rússia, detinha mais de 7% das florestas do planeta e hoje tem apenas 0,1%. A África possuía quase 11% e agora tem 3,4%. A Ásia já deteve quase um quarto das florestas mundiais, 23,6%, agora possui 5,5% e segue desmatando. No sentido inverso está a América do Sul, que detinha 18,2% das florestas, agora detém 41,4%.

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“O novo mundo rural e a produção de alimentos no Brasil” é um texto que precisa ser lido e divulgado afirma presidente da Asplan

Em artigo publicado no site “Poder 360”, o engenheiro agrônomo e doutor em Administração, Xico Graziano, e o professor das Faculdades de Administração da USP, Marcos Fava Neves, apresentam a sugestão de dez novos temas ligados ao agronegócio para serem trabalhados com crianças e jovens do ensino fundamental. “Esse texto precisa ser não apenas lido, mas divulgado e as escolas deveriam abraçá-lo com entusiasmo, pois nossos jovens crescem com uma idéia muito errônea sobre o universo rural quando, na realidade, deveriam ter uma visão mais atual do campo e do que é o agro brasileiro”, disse hoje (11), o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais após tomar conhecimento do material.

O texto a que ele se refere indica 10 temas interessantes e atraentes às crianças e jovens pela modernidade que expressam o agro brasileiro, tais como, o cooperativismo no agro, que mostram que as cooperativas agropecuárias e outras formas aglutinadoras de produtores rurais se destacam no mundo colaborativo da agropecuária brasileira, respondendo por cerca de 50% da produção de alimentos do Brasil, o aproveitamento dos alimentos, destacando o desperdício, suas causas e seu combate, e como isso faz fazem diferença em um mundo onde milhões ainda passam fome. Há ainda indicação sobre Matas ciliares e de como é importante preservar as áreas que margeiam os cursos de água, obrigatória com a aplicação do Código Florestal no país, está trazendo um aumento das matas que protegem a biodiversidade, sobre o Bem-estar animal, focando os novos sistemas de condução e produção de animais que se evidenciam em todo o mundo, inclusive no Brasil.

Há ainda indicação sobre os Novos alimentos, estimulando a curiosidade e a aceitação de fontes alternativas de alimentos, sobre a Bioeconomia, que foca o crescimento de cadeias produtivas baseadas em bioeconomia (biomassa, bioplástico, biocombustível, bioeletricidade, biodiversidade), sobre Agricultura digitalque consiste no trabalho de gestão remoto, fazendas inteligentes e agricultura de precisão: um novo mundo se abre com a agricultura digital, abrangendo as propriedades rurais, com equipamentos guiados por GPS, softwares de análise e equipamentos avançados. O tema Melhoramento genético é outra indicação que trata como a seleção genética, realizada desde tempos remotos, alterou as características e o comportamento de plantas cultivadas e de animais domesticados. O Agro colaborativo, que aborda as formas de agricultura circular (onde o resíduo de uma atividade é insumo para outra) e a chegada dos modelos compartilhados de produção representam uma vanguarda na dinâmica do agro moderno e ainda as Atividades secundárias, tais como, apicultura, silvicultura e florestas plantadas, piscicultura e carcinicultura (produção de camarões), floricultura e plantas ornamentais, mostrando que existem importantes atividades do agro que nem sempre recebem a atenção da opinião pública ou do ensino.

O dirigente da Asplan reforça que nessa época de pandemia, ficou clara a força decisiva do agronegócio na manutenção da oferta de alimentos e na riqueza nacional como um todo. “O Brasil conseguiu exportar ao redor de US$ 100 bilhões em produtos vindos da agricultura, em 2020 e esse volume de recursos entrou pelos portos do Brasil rumo ao interior do país, dinamizando os municípios, contribuindo para o desenvolvimento, com empregos e oportunidades de negócios”, reitera José Inácio, lembrando que é importante que o texto sugerido por Xico Graziano e Marcos Fava Neves, seja repassado às crianças e jovens do ensino fundamental, estimulando-os a refletir sobre a importância presente das relações entre o campo e a cidade. “A agropecuária brasileira é muito rica e diversificada. Se existem defeitos, históricos e atuais, que sejam expostos, afinal advém de uma minoria de produtores. Mas, é fundamental enaltecer os avanços e  as virtudes e, recentemente, os benefícios trazidos pela modernização tecnológica, que configuram um novo mundo rural. É do campo que retiramos os alimentos, portanto, se não houver plantio, também não há colheita”, finaliza José Inácio.

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