Em artigo publicado no site “Poder 360”, o engenheiro agrônomo e doutor em Administração, Xico Graziano, e o professor das Faculdades de Administração da USP, Marcos Fava Neves, apresentam a sugestão de dez novos temas ligados ao agronegócio para serem trabalhados com crianças e jovens do ensino fundamental. “Esse texto precisa ser não apenas lido, mas divulgado e as escolas deveriam abraçá-lo com entusiasmo, pois nossos jovens crescem com uma idéia muito errônea sobre o universo rural quando, na realidade, deveriam ter uma visão mais atual do campo e do que é o agro brasileiro”, disse hoje (11), o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais após tomar conhecimento do material.
O texto a que ele se refere indica 10 temas interessantes e atraentes às crianças e jovens pela modernidade que expressam o agro brasileiro, tais como, o cooperativismo no agro, que mostram que as cooperativas agropecuárias e outras formas aglutinadoras de produtores rurais se destacam no mundo colaborativo da agropecuária brasileira, respondendo por cerca de 50% da produção de alimentos do Brasil, o aproveitamento dos alimentos, destacando o desperdício, suas causas e seu combate, e como isso faz fazem diferença em um mundo onde milhões ainda passam fome. Há ainda indicação sobre Matas ciliares e de como é importante preservar as áreas que margeiam os cursos de água, obrigatória com a aplicação do Código Florestal no país, está trazendo um aumento das matas que protegem a biodiversidade, sobre o Bem-estar animal, focando os novos sistemas de condução e produção de animais que se evidenciam em todo o mundo, inclusive no Brasil.
Há ainda indicação sobre os Novos alimentos, estimulando a curiosidade e a aceitação de fontes alternativas de alimentos, sobre a Bioeconomia, que foca o crescimento de cadeias produtivas baseadas em bioeconomia (biomassa, bioplástico, biocombustível, bioeletricidade, biodiversidade), sobre Agricultura digitalque consiste no trabalho de gestão remoto, fazendas inteligentes e agricultura de precisão: um novo mundo se abre com a agricultura digital, abrangendo as propriedades rurais, com equipamentos guiados por GPS, softwares de análise e equipamentos avançados. O tema Melhoramento genético é outra indicação que trata como a seleção genética, realizada desde tempos remotos, alterou as características e o comportamento de plantas cultivadas e de animais domesticados. O Agro colaborativo, que aborda as formas de agricultura circular (onde o resíduo de uma atividade é insumo para outra) e a chegada dos modelos compartilhados de produção representam uma vanguarda na dinâmica do agro moderno e ainda as Atividades secundárias, tais como, apicultura, silvicultura e florestas plantadas, piscicultura e carcinicultura (produção de camarões), floricultura e plantas ornamentais, mostrando que existem importantes atividades do agro que nem sempre recebem a atenção da opinião pública ou do ensino.
O dirigente da Asplan reforça que nessa época de pandemia, ficou clara a força decisiva do agronegócio na manutenção da oferta de alimentos e na riqueza nacional como um todo. “O Brasil conseguiu exportar ao redor de US$ 100 bilhões em produtos vindos da agricultura, em 2020 e esse volume de recursos entrou pelos portos do Brasil rumo ao interior do país, dinamizando os municípios, contribuindo para o desenvolvimento, com empregos e oportunidades de negócios”, reitera José Inácio, lembrando que é importante que o texto sugerido por Xico Graziano e Marcos Fava Neves, seja repassado às crianças e jovens do ensino fundamental, estimulando-os a refletir sobre a importância presente das relações entre o campo e a cidade. “A agropecuária brasileira é muito rica e diversificada. Se existem defeitos, históricos e atuais, que sejam expostos, afinal advém de uma minoria de produtores. Mas, é fundamental enaltecer os avanços e as virtudes e, recentemente, os benefícios trazidos pela modernização tecnológica, que configuram um novo mundo rural. É do campo que retiramos os alimentos, portanto, se não houver plantio, também não há colheita”, finaliza José Inácio.