Presidente da Asplan lembra que Brasil precisa ser reconhecido pelo seu histórico de manutenção da cobertura florestal e não de devastação

Presidente da Asplan lembra que Brasil precisa ser reconhecido pelo seu histórico de manutenção da cobertura florestal e não de devastação

Um estudo da Embrapa Monitoramento por Satélite sobre a evolução das florestas mundiais atesta que há oito mil anos, o Brasil possuía 9,8% das florestas mundiais. Hoje, segundo o levantamento da Embrapa, o país detém 28,3% e a América do Sul, que detinha 18,2% das florestas, agora detém 41,4%, e o grande responsável por esses remanescentes, cuja representatividade cresce ano a ano, é o Brasil. “Se o desflorestamento mundial prosseguir no ritmo atual, o Brasil – por ser um dos que menos desmatou – deverá deter, em breve, quase metade das florestas primárias do planeta”, destaca o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba, José Inácio de Morais, endossando a fala do diretor da Embrapa Territorial, Evaristo Miranda.

O paradoxo segundo José Inácio, é que, ao invés de ser reconhecido pelo seu histórico de manutenção da cobertura florestal, o Brasil é severamente criticado no exterior como sendo um país campeão do desmatamento. “O setor primário preserva a natureza até porque é dela que depende toda a atividade produtiva. Esse discurso de desmatamento não interessa ao Brasil que é uma potência no que diz respeito a reservas estratégicas naturais. Ter quase metade das florestas primárias do planeta já diz tudo sobre a nossa conduta de preservação”, reitera José Inácio, lembrando que o setor canavieiro da Paraíba, por exemplo, tem feito esforços para não apenas manter as áreas florestais, como está desenvolvendo um projeto piloto de reflorestar áreas com espécies nativas em propriedades de vários municípios do Estado.

Ainda segundo o estudo da Embrapa, dos 64 milhões de km² de florestas existentes antes da expansão demográfica e tecnológica dos seres humanos, restam menos de 15,5 milhões, cerca de 24%. Mais de 75% das florestas primárias já desapareceram. Com exceção de parte das Américas, todos os continentes desmataram, e muito. A Europa, sem a Rússia, detinha mais de 7% das florestas do planeta e hoje tem apenas 0,1%. A África possuía quase 11% e agora tem 3,4%. A Ásia já deteve quase um quarto das florestas mundiais, 23,6%, agora possui 5,5% e segue desmatando. No sentido inverso está a América do Sul, que detinha 18,2% das florestas, agora detém 41,4%.