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Pesquisador da EMBRAPA mostra como pó de rochas aumenta a fertilidade dos solos durante palestra na Paraíba

Com o objetivo de unir esforços para implantar um projeto desenvolvido pela Embrapa e que envolve a mineração para fertilização de solos na Paraíba, a Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba – ASPLAN reuniu diversos produtores e representantes da Universidade Federal de Pernambuco e da Paraíba, bem como do FAEPA/SENAR – Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, em um encontro técnico em seu auditório nesta quarta-feira (17). O doutor em Geologia, pela Universidade de Brasília e atualmente pesquisador na Embrapa, Eder de Souza Martins, chamou atenção do público na oportunidade ao expor uma pesquisa que fez sobre a adição de pó de rochas silicadas com a capacidade de alterar positivamente a fertilidade dos solos e explicou a necessidade do solo paraibano.

Na abertura da palestra, o presidente da ASPLAN, José Inácio de Morais, falou sobre a importância da Embrapa para a agricultura brasileira e de sua satisfação em ter o apoio da entidade para o fortalecimento da cultura da cana. “Essa é, sem dúvida, uma das palestras ,mais importantes que trazemos para cá. A Embrapa, para mim, é a sobrevivência do Brasil, com seu brilhante trabalho no cerrado e em todo o país. A entidade é fundamental para a agricultura no Brasil e ainda tem gente que quando fala na Embrapa lembra do algodão. Mas, nós aqui da cana somos os que mais empregam no estado, somos uma cultura sobrevivente e o governo federal, através de nossa ministra da agricultura, uma entusiasta, agora está vendo isso”, comentou o dirigente, passando a palavra para o palestrante.

O geólogo Eder de Souza Martins iniciou sua exposição mostrando como a agricultura depende de nutrientes existentes em sua esmagadora maioria, nas rochas. Segundo ele, o nitrogênio é o único que vem da atmosfera e não de rocha. “O Fosforo, o nitrato, o potássio, o magnésio, calcário, tudo vem de rochas. E uma grande notícia é que estamos em um planeta majoritariamente rochoso”, explicou o palestrante, mostrando que apenas 0,02 % da massa da terra era composta por água e que 99,98% é a soma de rochas. “Temos que aproveitar esse potencial”, disparou ele, frisando também que o MAPA já está capacitado para fazer esse acompanhamento. “Isso vem da Agrogeologia. Solos e materiais geológicos para utilizar agronomia”, destacou aos presentes.

Eder explicou que é feito uma compostagem no solo utilizando o pó de rochas ricas nos nutrientes necessários a cada tipo de solo. Nos solos tropicais, por exemplo, ele, ao mapear, observou que são solos ricos em cargas negativas (ânions) e, por isso, esses solos também tem grande potencial para perder o potássio (K). “Seguramos o fósforo, o nitrato, nitrogênio. Mas, temos que ver uma forma de reter o potássio, que perdemos aqui por lixiviação e que é rico em solos de climas temperados, onde as cargas positivas (cátions) são numerosas e conseguem segurar esse nutriente. Isso é a química dos solos”, afirmou ele, observando que o solo ideal seria a mistura do tropical e o temperado, uma espécie de balanço de cargas.

Então, como a mistura não é possível, o que fazer? O doutor pesquisou, portanto, a origem das plantas e a sua relação com os solos, mais especificamente com os silicados – um termo usado para denotar um tipo de rocha que consiste de silício e oxigênio, um ou mais metais e possivelmente hidrogênio. Assim, ele chegou à conclusão que a cana-de-açúcar tem origem em solos com depósito vulcânico, o que levou o pesquisador a observar o uso do basalto como rocha mineralizadora da cultura da cana e deu certo.

“O quartzo, por exemplo, é um mineral inerte. Não vai trazer nada do ponto de vista químico. Já o Basalto, é extremamente importante, principalmente pelo seu potencial de melhorar a atividade microbiana do solo, já que o processo de mineralização do solo através das rochas é um processo biológico. Aumentou a dose do basalto Aumentou a dose de fósforo e aumentou o magnésio, o potássio e silício na planta”, disse, comentando que essa rocha está dando ótima resposta à cana e que isso deve ser feito através de uma “peneira”, ou seja, é preciso de uma pedreira para conseguir as rochas necessárias para ser retirar o pó para a compostagem do solo.
Ele contou que o estado de Sergipe tem a maior mineradora que realiza a retirada do potássio de uma camada específica do solo. No entanto, a Vale do Rio Doce, responsável pelo empreendimento, vendeu a mineradora e agora ela está com os dias contados. Uma alternativa para conseguir as rochas necessárias para tal atividade seria em outra área no estado do Amazonas. “O problema é que no Amazonas o potássio está misturado a outros nutrientes. Para separar, é preciso um processo com água quente que transformaria os nutrientes, em outras palavras, em cloreto de sódio, o que não acontece em Sergipe, que tem seu potássio muito bem separado”, explanou Eder, dando outra solução para o problema: procurar rochas em pedreiras. “O primeiro passo é verificar esse material e saber se nos serve”, disse.

Em face à importância dessas pesquisas e à necessidade de se utilizar ao máximo os recursos naturais existentes e disponíveis ao produtor de cana ao invés de continuar importando fertilizantes, é preciso lutar para que esse projeto de mapeamento de necessidades do solo e sua revitalização através do uso de pó de rochas seja desenvolvido também na Paraíba. E é aí que entra o segundo passo: “Só tem três projetos desse sendo desenvolvidos no Brasil. Um deles é em Rondônia. Mas, vi que aqui tem grande potencial”, disse Eder, interessado em levar adiante a pauta.
Para concluir seu pensamento, o pesquisador afirmou que esse método era o mais natural e rápido para conseguir efeitos a curto, médio e longo prazo. “É mais rápido até que natural de revitalização do solo feito pela natureza. Estamos melhorando e isso servirá também para as outras gerações futuras. Através da quebra da rocha, num processo que vai peneirar todo ele para voltar ao solo, estamos devolvendo oxigênio , silício, alumínio, enfim, toda a tabela periódica.”, frisou.

Entidades se interessaram

Estiveram presentes na palestra representantes de diversas empresas do setor sucroalcooleiro, produtores, estudantes, técnicos e engenheiros agrônomos, bem como o Diretor do Centro de Ciências Agrárias (CCA) na UFPB-Areia, prof. Manoel Bandeira, alunos do CCA, e o pesquisador e professor Djalma Euzébio, da UFPE-Rural, além de representantes da FAEPA/SENAR.

Na oportunidade, Djalma falou sobre a preocupação com o potássio na cana. “Se as usinas tem torta de filtro e outros aditivos, o produtor deve ir atrás de pó de rocha que é uma espécie de fertilizante biológico. Temos recursos naturais para tal projeto e vamos correr atrás”, disparou o pesquisador.

Outro que se colocou à disposição foi o Diretor do Centro de Ciências Agrárias (CCA) na UFPB-Areia, o prof. Manoel Bandeira, que lembrou a parceria com a ASPLAN na ocasião em que a entidade doou mudas de cana para pesquisa na UFPB. “Estamos realizando um mapeamento do Brejo paraibano no sentido de verificar quais as variedades que melhor se adaptam ao nosso clima e solo. Estamos à disposição para auxiliar nesse projeto, com certeza”, adiantou o dirigente.

Para quem se interessar mais pelo tema, vale ressaltar que a palestra “Alternativas de adubação de cana com redução de custos” foi um esboço de uma pesquisa realizada pela Embrapa com o tema “Viabilização de agrominerais alternativos como condicionadores de solo, corretivos e fontes de nutrientes”, que compõe o Portfólio “Suprimento eficiente de nutrientes para a agricultura brasileira” da Embrapa. As pesquisas orientadas pelo Doutor Eder Martins têm a ver com a técnica de “rochagem”, tida como um processo alternativo ou complementar de fertilização e tem sido indicada especialmente para as pequenas propriedades, agricultura familiar e, até mesmo, para agricultura orgânica.

Próximos passos

Em agosto, haverá um novo momento para discutir esse projeto de mapeamento de necessidades do solo e sua revitalização através do uso de pó de rochas na Paraíba, com um encontro que será realizado em Areia, que contará com a participação do professor e geólogo Eder de Souza Martins, com palestras e cursos, a ser realizado em conjunto pela Asplan, Universidades, Faepa, Companhia de Recursos Minerais, entre outras entidades.

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Direção da Miriri se reúne com fornecedores de cana para fortalecer vínculos e definir formas mais eficazes de parceria indústria/produtor

Quem planta cana-de-açúcar em larga escala só tem um único local para escoar a produção: a indústria que processa a matéria-prima. E por isso mesmo a relação do produtor com a indústria precisa ser transparente, harmoniosa e equilibrada para que haja ganhos para ambos os lados. E foi pensando desta forma e para melhorar essa parceria que a direção da Destilaria Miriri promoveu, nesta terça-feira (09), um encontro com diretores da Associação de Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) e produtores na sede da empresa em Santa Rita.

Em pauta, mecanismos que melhorem, cada vez mais, essa relação indústria/fornecedor já que a moagem da próxima safra 2019/2020 já começa em agosto. Nesse contexto, uma das principais deliberações do encontro foi a definição de estipular cotas diárias para cada fornecedor, enquadrando esse quantitativo de acordo com as condições de cada um. “Isso mostra a preocupação da empresa em trabalhar em sintonia com as condições do fornecedor tornando essa parceria ainda mais produtiva”, destaca o vice-diretor técnico da Asplan, Pedro Neto, um dos que participou do encontro.

O Controller da Miriri, Felipe Morais, reforça essa intenção. “Nosso objetivo foi alinhar o fluxo de comunicação entre indústria e fornecedor, que são os elos mais importantes dessa cadeia produtiva e, a partir daí, dar ainda mais transparência e tranquilidade nesse processo de trabalho e parceria durante toda a safra”, destaca Felipe.

De acordo com o presidente da Asplan, José Inácio de Morais, o encontro foi extremamente produtivo, com certeza, fortalecerá ainda mais a relação dos fornecedores com a empresa. “A Miriri está de parabéns pela iniciativa, afinal de contas o equilíbrio das relações entre quem fornece a matéria-prima e quem processa é fundamental para o êxito do negócio que só tem sentido quando todos os envolvidos no processo ficam satisfeitos e saem ganhando”, reitera José Inácio.

Além do dirigente da Asplan, e de Pedro Neto, participaram da reunião os produtores Carlos Heim, Valter Serrano, Fernandinho, Rodrigo Coutinho, José Ivanildo Filho, Celso Morais, Antônio Coutinho e os representantes da Miriri, Felipe Morais e Gabriel Saturnino, além do diretor da Destilaria, José Ivanildo Filho. No final do encontro, cada produtor ganhou de brinde um exemplar de uma cachaça envelhecida produzida pela Miriri.

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Exames admissionais para a safra 2019/2020 começam já neste mês de julho

Com o intuito de evidenciar o estado de saúde físico e mental de um futuro funcionário, o exame admissional é indispensável. Embora seja um exame médico simples, ele é obrigatório e requerido por empresas antes de consolidar a contratação de seus empregados com carteira assinada. Assim, a Associação de Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) também disponibiliza a seus associados o serviço, tendo em vista as contratações temporárias para o corte de cana a ser iniciado agora no segundo semestre do ano, para a safra 2019/2020. A safra na Paraíba, terceiro maior produtor de cana-de-açúcar no Nordeste, deve ser iniciada em agosto.

Os exames admissionais começarão a ser feitos no final de julho. Cerca de 80% desses exames são realizados nas próprias fazendas, visto que o trabalhador geralmente reside nas proximidades da propriedade. Um cronograma de visitas é montado pela Asplan, que organiza os dias e horários para que o médico do trabalho esteja nas propriedades dos associados realizando os exames.

O médico do trabalho, Dr. Tarcísio Campos, é o profissional que está à frente desse serviço na Asplan. Ele destaca que não é só a qualificação profissional que precisa ser levada em consideração na hora da contratação. A saúde do futuro funcionário também precisa ser avaliada e monitorada para garantir a integridade e a qualidade do trabalho realizado. Os exames admissionais, bem como os demissionais, estão estabelecidos na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e funcionam como uma espécie de proteção tanto para empregados como para empregadores.

“Esse é um exame importante porque precisamos verificar se o funcionário está bem para exercer a atividade que ele se propõe. O corte da cana, por exemplo, é uma atividade que demanda força. Se a pessoa tiver hérnia de disco, por exemplo, não se adequa a função. Não podemos contratar pessoas com doenças existentes que possam colocar em risco a saúde dele e comprometer também o trabalho a ser desempenhado”, explicou Dr. Tarcísio Campos.

O médico destacou que no caso do trabalhador rural, em especial o que atua no corte da cana, doenças na coluna ou doenças de pele são muito perigosas. “No caso da doença de pele, um dos riscos da atividade é justamente a irradiação solar. Embora usem Equipamentos de Proteção Individual – EPI, inclusive protetores, o sol no Nordeste é forte e não se pode brincar com isso”, frisou o médico, lembrando também que para funções como tratorista, empilhadistas, entre outras que operam máquinas, exames complementarem podem ser solicitados como a audiometria, exame oftalmológico e eletrocardiograma. Os associados que se interessar, é só procurar a Asplan para incluir a sua propriedade no cronograma de visitas do médico do trabalho. O serviço é gratuito para os produtores associados.

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