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Produção de cana cresce no Centro-Sul do país, mas no Nordeste continua estável em função do clima

producao cana neDados da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar apontam para o crescimento de 17% da oferta de etanol no mercado nacional nesta safra 2013/14 (de abril a março). Sendo confirmadas as estimativas da entidade, as usinas brasileiras devem encerrar o atual ciclo com produção de 27 bilhões de litros, ante 23 bilhões da safra anterior. Mas a boa nova reflete apenas a realidade da produção de cana no Centro-Sul do país, que teve uma safra beneficiada pelo clima favorável à produção. Tanto é que a produção da região deve passar dos cerca de 500 milhões de toneladas, para 590 milhões de toneladas. A região Nordeste, nesse contexto, não teve bons resultados.

Segundo a Unica, a região nordestina, que responde por cerca de 10% da produção nacional, deve ficar estável, em torno de 60 milhões de toneladas de cana. Para o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Murilo Paraíso, esse é o reflexo de uma das maiores secas já vividas pelo Nordeste e que abalou fortemente a produção de cana na região e atingiu diretamente a produção local. “Além das dívidas que muitos produtores nordestinos possuem, ainda fomos atingidos por uma das maiores secas dos últimos 30 anos e isso comprometeu nossa produção. O resultado é esse: não crescemos tanto quanto o resto do país, mas comemoramos o fato de pelo menos sobreviver a esse momento com o atenuante da subvenção”, disse o dirigente.

Representantes da Única também destacaram recentemente em portais de notícias na internet que do total de etanol produzido no Brasil, 24 bilhões de litros são para combustíveis – 11 bilhões de litros de anidro (usado na mistura com a gasolina) e 13 bilhões de hidratado. Os outros três bilhões de litros são destinados a outros fins, como indústria química e de bebidas. De acordo com Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica a expectativa é de que não haja problemas de oferta na entressafra (de janeiro a março).

Ele lembrou que a demanda pelo combustível também cresceu este ano em função da elevação da alíquota de mistura de 20% para 25%, em vigor desde o último mês de maio, e da desoneração do PIS/Cofins, o equivalente a R$ 0,12 por litro, distribuído para toda a cadeia. Embora garantida já a produção de etanol para esta entressafra (janeiro a março), a produção para 2014 continua indefinida, ou seja, no Centro-Sul tudo está indo bem mas ainda depende do clima para a próxima safra. Segundo ele, as usinas da região não estão estimuladas a fazer investimentos na renovação dos canaviais.

“A verdade é que a baixa rentabilidade do setor nos últimos anos tem inibido os investimentos nos canaviais, esteja eles no Nordeste ou no Centro-Sul e o que tem feito à produção prosperar tem sido o clima. Assim, nós aqui do Nordeste com a seca ficamos muito aquém do que deveríamos”, comentou Murilo Paraíso, esperando que o não só o clima favoreça a próxima produção, mas também o Governo Federal modifique sua política de incentivo agrícola e passe a enxergar a situação do setor canavieiro com mais cuidado, principalmente, em relação ao preço e políticas em relação ao etanol.

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Agentes tecnológicos da Asplan se reúnem para avaliar trabalho desenvolvido nas usinas paraibanas

fiscal asplanEstes profissionais foram contratados, exclusivamente, para acompanhar a moagem de cana nas usinas durante toda a safra

Desde o último mês de setembro que os 18 agentes tecnológicos que integram a equipe do Laboratório de Controle de Qualidade da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) estão monitorando o processo de moagem da cana-de-açúcar de fornecedores ligados à entidade, nas oito unidades industriais do Estado. E para acompanhar esse trabalho, o supervisor de fiscalização, Edvam Silva, junto ao consultor e pesquisador da Universidade Federal Rural do Pernambuco (UFRPE), Francisco Dutra Melo, responsáveis também pela capacitação da equipe, realizarão, na próxima segunda-feira (02), às 14h, a primeira reunião de avaliação com os agentes tecnológicos, na sede da Asplan.

Ao longo da reunião, os profissionais contratados para o acompanhamento da moagem da safra 2013/2014 apontarão as intercorrências encontradas nas indústrias que podem afetar à avaliação da qualidade da cana do fornecedor e, consequentemente, à remuneração dessa matéria-prima. Durante toda moagem, que seguirá provavelmente até fevereiro de 2014, esses agentes tecnológicos acompanharão o cumprimento das normas técnicas estabelecidas entre empresas processadoras de cana e fornecedores, a fim de garantir uma avaliação precisa do peso e da qualidade da matéria-prima cana fornecida pelos produtores às indústrias locais.

Segundo Edvam Silva, essa é a primeira reunião de avaliação do grupo de agentes que está desde setembro nas usinas, mas a ideia é fazer um balanço a cada mês, até o fim da moagem. “Esse é um encontro importante para que todos aprendam com as experiências compartilhadas. É um momento também para se tirar dúvidas e de falar sobre os relatórios que são desenvolvidos por eles todo mês”, disse Edvam.

O trabalho dos agentes tecnológicos, chamados também de fiscais, começou no dia 17 de setembro, com o início da moagem na usina Monte Alegre. Segundo o consultor e pesquisador da Universidade Federal Rural do Pernambuco (UFRPE), Francisco Dutra Melo, que também é o químico responsável pelo trabalho desenvolvido durante a safra, as usinas sempre começam a moer cana própria para, depois, processar a cana dos fornecedores associados, momento em que a presença do fiscal é de extrema importância. “O trabalho deles é verificar desde a pesagem da cana-de-açúcar nas balanças de carga e o pagamento da cana de açúcar pela ATR (Açúcar Total Recuperável), até a trituração e a leitura do Brix (teor de sacarose) e da Pol (pureza do caldo extraído) da matéria-prima. Tudo isso está relacionado à qualidade da cana do fornecedor e à remuneração que ele recebe das unidades”, explicou o pesquisador, lembrando que todo esse processo também é acompanhado de pelo supervisor Edvam Silva.

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Cadastro Ambiental é importante, mas deve ser feito com cautela para não prejudicar os produtores

tiberioUm mecanismo criado a partir do Novo Código Florestal que prevê a instalação de um sistema de informação georreferenciada a partir de imagens de satélite que caracterizam o perímetro do imóvel e todos os seus atributos ambientais foi lançado, semana passada, na Paraíba. Trata-se do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR), uma ferramenta eletrônica acessada através do site www.car.gov.br e criada para que o Governo Federal acompanhe as informações de registro das propriedades rurais no Estado. A novidade, embora positiva do ponto de vista da fiscalização das Áreas de Preservação Permanentes (APP), das áreas de Reserva Legal, das florestas e dos remanescentes de vegetação nativa, pode trazer desconforto ao produtor de cana-de-açúcar paraibano, visto que grande parte da classe ainda não se adequou às novas regras ambientais.

Previsto na Lei 12.651/2012, que instituiu o Código Florestal Brasileiro, o Cadastramento Ambiental Rural será um sistema integrado de ajuda do Governo na gestão ambiental rural do país. Pela lei, o cadastro é pré-condição para o ingresso nos processos de regularização ambiental e dele também dependerá, no futuro, o acesso ao crédito rural. Para o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Murilo Paraíso, o mecanismo é interessante para o produtor rural, pois garante certa segurança jurídica aos proprietários de imóveis rurais. No entanto, o sistema pode trazer mais problemas que benefícios ao produtor rural nesse primeiro momento, visto que boa parte dos produtores de cana-de-açúcar na Paraíba ainda não se ajustou às regras por falta de recursos.

 “Com esse sistema os órgãos ambientais poderão identificar com facilidade quais imóveis estão irregulares e quem não tem reserva legal terá que resolver o problema imediatamente. Isso será um problema porque existe grande falta de recursos entre eles e para se recompor uma área de mata, por exemplo, não é nada barato”, disse o dirigente da Asplan, indicando que o Governo tenha mais cautela com o cadastro para que o produtor rural não saia ainda mais prejudicado do que já está com a falta de incentivos para a recuperação de suas terras. “Com o tempo, vamos ter que fazer mesmo o cadastro, mas isso deveria ser feito com algum incentivo. Mas, ao contrário disso, o Governo prefere fazer com que o cadastro seja pré-condição para o acesso ao crédito rural”, lamentou Murilo.

Em relação aos problemas ambientais detectados com a inserção de dados da propriedade rural ao SiCAR, o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Paulo Guilherme Cabral, que apresentou o sistema na Paraíba, no último dia 19, na sede da Superintendência da Administração do Meio Ambiente (Sudema), em João Pessoa, revelou que, ao realizar o cadastro, o proprietário terá a oportunidade de apresentar os problemas e indicar alternativas para recuperar a área sem a necessidade de pagamento de multa.

O Ministério do Meio Ambiente pretende divulgar em todo o país a instrução normativa do cadastro até o mês de dezembro. A partir daí, será concedido o prazo de um ano para inscrição no CAR. Mas,  já é possível baixar a ferramenta para começar o treinamento dos cadastros no site www.car.gov.br. O geotecnológo Thybério Luna participou da reunião na Sudema representando a Asplan.

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