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Presidente da Asplan participa de sessão para instalação de Frente Parlamentar do Biocombustível e fala da falta de políticas para o setor

Representantes do setor canavieiro e sucroalcooleiro da Paraíba marcaram presença em sessão especial da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) para a instalação da Frente Parlamentar de Biocombustíveis e Energias Renováveis, nesta quinta-feira (06). A iniciativa foi do deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB) que defendeu sua propositura mostrando a importância do setor na geração de emprego e renda no estado, bem como a necessidade de se investir em energia limpa como medida de proteção ao meio ambiente. O presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais, também esteve presente e destacou a falta de política públicas para fortalecer a geração do biocombustível no Brasil. Todos acreditam que a sociedade precisa “acordar” para novas e boas práticas.

Incentivar as práticas sustentáveis, tendo em vista que o futuro do país também depende da proteção de seus recursos naturais, além da proteção de todos os trabalhadores que sustentam suas famílias através do emprego e da renda gerados pelo setor na Paraíba foi o norte do lançamento. “Na Paraíba, o setor sucroalcooleiro, que é a principal matriz energética do nosso Estado, fatura em torno de R$ 1 bilhão e gera 44 mil postos de trabalho (diretos e indiretos)”, iniciou Tovar, presidente da nova Frente Parlamentar.

Para o deputado, a Frente deve ser um “palco de debates” para fortalecer práticas de produção e consumo de energias limpas. “Temos inúmeras pesquisas, muitos estudos, não nos faltam matérias-primas, mas precisamos de vontade política, organização e mais consciência ecológica”, afirmou o deputado, acrescentando que é preciso pensar no futuro. “Esse é um tema que sempre trago para a assembleia, até mesmo antes da instauração dessa Frente. É uma pauta mundial. A Alemanha mesmo tem várias ações nesse sentido, por exemplo, e podemos avançar também”, comentou Tovar.

Segundo o presidente da Asplan, José Inácio de Morais, a Paraíba, na década de 1980, chegou a uma safra de 7 milhões de toneladas de cana e mesmo com seca o setor conseguiu manter seus números e produzir um combustível limpo. No entanto, depois vieram outros governos que reduziram a sua importância, valorizando o petróleo. “Das três grandes culturas desse estado, o algodão, o sisal, migraram para a Bahia. A cana ficou gerando emprego, renda e produzindo o combustível limpo. Eu lembro da criação da Agência Nacional do Petróleo. Ali houve uma discriminação. A agência era para ser Agência Nacional de Combustíveis. Dai, temos ela que manda no petróleo, no etanol, em tudo, com um nome já direcionado ao petróleo”, frisou José Inácio, elogiando a ação do deputado Tovar, em criar a Frente Parlamentar para defender o biocombustível.

“A gente tem que falar de combustíveis renováveis sim, em biomassa, na energia solar, futuro do Brasil e preservar, cada vez mais, o emprego de milhares de trabalhadores e incentivar o uso do combustível limpo. Aqui estamos unidos, é uma parceria, fornecedor, produtor independente, trabalhador, usineiros, para fortalecer um setor que gera emprego e renda, faz uma agricultura sustentável, ambientalmente correta e socialmente justa”, continuou o dirigente da Asplan.

Aumento do consumo de etanol

O presidente do Sindicato da Indústria e Fabricação do Álcool – Sindálcool, Edmundo Barbosa, também apresentou dados importantes a respeito das usinas e do consumo de etanol na Paraíba. Segundo o dirigente, o consumo de etanol na Paraíba está 70% maior do que no ano passado. “Precisamos incentivar esse consumo, porque ele tem que ser uma mudança de hábito. O setor é protagonista em diversas frentes. É uma atividade intensa em recursos naturais, intensa intelectualmente, intensa na geração de emprego e renda. Enquanto que a gasolina só é prejudicial”, destacou Edmundo, acrescentando o malefício do combustível fóssil, inclusive à saúde.

“Nele deveria incidir, inclusive, mais impostos, visto que possui benzeno em sua formula, que é cancerígeno e também aumenta a temperatura no nosso planeta. Com o incentivo do consumo de etanol, cerca de 413 milhões de partículas de CO2 podem deixar de ir para a atmosfera”, comentou. Durante sua exposição, Edmundo também agradeceu ao Governador João Azevedo pela isenção de ICMS para a produção de Biogás para a geração de energia elétrica e também entregou ao presidente da frente Parlamentar, o deputado Tovar, o Marco Regulatório do Biogás.

A União

O representante da Federação dos Trabalhadores da Agricultura – Fetag, João Alves, citou a parceria entre trabalhador e empregador no setor sucroalcooleiro. “O trabalhador que atua na cana recebe em média um salário e meio. Tem carteira assinada, décimo terceiro salário, tudo direitinho. Usa EPI, tem almoço, transporte. Ou seja, o setor está organizado. Ninguém vive sem o trabalhador. Aliás, nenhum trabalhador vive sem seu empregador e nenhum empregador sem seu trabalhador”, esclareceu João Alves, apoiando as falas dos fornecedores de cana e também dos usineiros, representados pelo Sindalcool.

O deputado Walber Virgolino, que também acompanhou a sessão, elogiou a iniciativa de Tovar e ressaltou que é preciso a união de esforços que contribuam com o tema e a vida das pessoas. “Nós estamos cumprindo o nosso trabalho e as exigências da população. O estado da Paraíba precisa crescer, mas só crescerá com a união do parlamento com a população e com a classe empresarial. Para que possamos melhorar a vida do povo temos que gerar emprego e renda e não vejo outra saída se não for abraçando as tecnologias renováveis e preservando o meio ambiente”, disse Walber.

Ao final, Tovar agradeceu a presença de todos e declarou aberta a Frente Parlamentar do Biocombustível e Energias Renováveis. “Espero que agora tenhamos um espaço amplo para o debate de soluções para o setor”, disse o deputado, confiante no novo passo que a ALPB acaba de dar rumo ao futuro e à proteção de um dos segmentos que mais emprega no estado.

Além do presidente da Asplan, José Inácio de Morais, também representaram a Asplan, os diretores financeiros e ex-presidentes da entidade, Murilo Paraíso e Oscar de Gouvêa. No setor industrial, estiveram presentes, além do dirigente do Sindálcool, os empresários Clodoaldo de Oliveira, da Usina Monte Alegre, e Bruno Tavares, da Giasa. Além deles, também enriqueceram o debate o professor Euler Macedo, vice-presidente do Centro de Energias Alternativas e Renováveis da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, que falou sobre o potencial da Paraíba para a produção de energia solar, e Aristeu Chaves, Coordenador do Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Cariri, Seridó e Curimataú (Procase), do Governo do Estado, além dos deputados Cabo Gilberto, Estela Bezerra, Moacir Rodrigues, Camila Toscano e Ricardo Barbosa.

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Balanço final da safra 2018/19 de cana-de-açúcar mostra que a Paraíba manteve média de produção

A produção de cana-de-açúcar na Paraíba na safra 2018/2019 manteve a média das três últimas safras e apresentou indicadores positivos. A safra que começou em agosto de 2018 e só foi completamente encerrada em maio último, contabilizou um resultado final de 5.675.107,870 milhões de toneladas de cana. Esses dados são referentes ao somatório de cana de fornecedores ligados a Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), que responderam por um volume de 3.109.896,00 milhões de toneladas, ao montante de cana das oito indústrias locais. A média das últimas três safras ficou em torno de 5 milhões de toneladas.

Das 5.675.107,870 milhões de toneladas de cana processada na atual safra, nas oito indústrias da Paraíba, os fornecedores ligados a Asplan responderam pelo volume de 3.109.896.00 milhões de toneladas, sendo o restante da produção correspondente a cana de acionistas ( 408.431,726), a cana própria de usinas (1.833.566,580) e ainda a cana de outras origens (19.015,790) toneladas.

Todas as oito unidades industriais – São João, Agroval, Japungu, Miriri, Monte Alegre, Giasa, Tabu e Pemel- moeram cana de fornecedores ligados a Asplan. Outras unidades industriais fora da Paraíba também absorveram a produção estadual que foram a Olho D’água, em Camutanga (PE), a Baia Formosa, em Baia Formosa (RN) e a Cooperativa do Agronegócio dos Fornecedores de Cana de Açúcar (Coaf) – antiga usina Cruangi, em Timbaúba (PE).

“A Paraíba, a exemplo de outras regiões produtoras do Nordeste, registrou sensível queda em sua produção, haja vista que houve uma sensível redução da área plantada, mas, mantemos a média de produção de anos anteriores”, argumenta o presidente da Asplan, José Inácio de Morais. O dirigente canavieiro lembra que a destinação de cana produzida na Paraíba para usinas de PE e RN não foram contabilizadas como safra na Paraíba, o que evidencia que a produção no estado pode ter sido ligeiramente maior que os dados apresentados.

José Inácio chama atenção ainda para a redução do lucro da atividade na atual safra que compromete a rentabilidade da cultura, resultando em frustração de expectativa da classe produtiva. “A remuneração paga pela tonelada da cana não cobre os custos de produção que por hectare custa, em média, R$ 120,00, enquanto que a remuneração, atualmente, é de R$ 95,00”, reitera o dirigente da Asplan.

Classificação do produtor canavieiro

Para efeito de classificação do produtor canavieiro, denomina-se como micro produtor quem produz até 1000 toneladas/safra. Os pequenos produzem entre 1000 e 5 mil toneladas. Os médios se classificam entre quem produz de 5 a 10 mil toneladas, enquanto que é considerado grande produtor quem fornece acima de 10 mil toneladas. Na Paraíba, quase 72,53% dos fornecedores de cana são considerados micro produtores e 19,80% são pequenos produtores. Os médios representam 3,73%, enquanto os grandes contabilizam apenas 3,07% do universo de fornecedores de cana.

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Produtores de cana ampliam conhecimentos sobre como combater melhor os fungos que atacam suas plantações

Os produtores de cana paraibanos conheceram, na manhã desta terça-feira (28), um pouco mais sobre os desafios de manter suas plantações longe de fungos como o Puccinia kuehnii, causador da ferrugem alaranjada, e o Thielaviopsis paradoxa, causador da podridão abacaxi na cana-de-açúcar. O encontro, promovido pela Centro de Treinamento da Adama – CTA e a Agromape, aconteceu no auditório da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), foi aberto pelo presidente da Asplan, José Inácio de Morais, e contou com uma palestra técnica de Álvaro Sanguino, Doutor em Fitopatologia pela Esalq – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,  e que possui mais de 50 anos de atuação no campo. Ele destacou a observação de sintomas na planta, o tempo e a aplicação certas para a primeira ação como formas importantes de lidar com as doenças.

Na oportunidade, o palestrante explicou como os fungos encontram as condições ideais para se instalar na planta e como eles atuam inibindo o desenvolvimento da cana, principalmente, a ferrugem alaranjada. “Não existe produto curativo. Temos que observar a planta para que ela receba o produto no momento certo e com as condições certas para acertar seu foco. No caso do fungicida, ele vai atuar na inibição da germinação dos esporos que pode acontecer em temperaturas amenas, mas também numa faixa muito ampla que pode ir até os 34 graus”, disse ele, destacando que isso deve ser feito logo no aparecimento dos primeiros sintomas nas folhas da cana.

“Os primeiros sintomas são pequenas pontuações amareladas que evoluem gradativamente para pústulas salientes, de cor laranja ou marrom. O ponto que mais aparece é e na superfície da folha e no ponto de inserção da folha ao colmo, afinal, é nesse ponto que se acumula água”, afirmou o doutor, mostrando uma tabela de evolução da doença na planta e que o segundo estágio já era recomendado o fungicida.

O principal agente de disseminação da ferrugem alaranjada é o vento. Assim, Álvaro também lembrou que a plantação em níveis é uma forma de controle. “Plantas em encostas mais altas que outras é uma forma de prevenção. Na parte mais alta, os ventos são mais fortes do que as que estão mais abaixo, sendo assim, as mais baixas, mais suscetíveis”, disse, apresentando imagens de cana em São Paulo com nítida diferença de coloração das folhas. “A mais alta está mais verde do que a parte mais baixa”, comentou.

Para finalizar, o palestrante deixou o que os produtores avaliassem se o custo de um fungicida valia a pena em suas plantações. “O fungo destrói a sacarose da cana. Ele ataca a parte mais rica da planta. Isso é importante vocês saberem para que vocês vejam o custo com base no prejuízo que podem ter”, frisou, salientando, porém, que o mais importante é não perder tempo quando observarem os primeiros sinais da ferrugem na planta. “O time é o que importa para não ter que fazer várias aplicações. Uma aplicação bem feita, estende o tempo para a próxima até 60 dias, mas isso deve ser feito até 10 dias de se notar os sintomas”, enfatizou.

Pesquisas para o NE

O engenheiro agrônomo Benon Barreto, que possui também anos de atividade e ampla experiência nos campos nordestinos, falou na ocasião, salientando que o Nordeste precisa de pesquisa específica, tendo em vista que em se tratando de fungos, as condições de temperatura, principalmente, são muito diferentes das encontradas no Centro-sul do pais. “Sou muito cético quando ao tratamento foliar no Nordeste.  A bainha sempre foi determinante na absorção foliar na região. Aqui temos temperatura, umidade diferente de outras regiões. Em pleno inverno mesmo, temos veranico de 20 dias”, argumentou Benon, acrescentando que existe, na verdade “dois Brasis”.

“Não podemos comparar nossas plantações com as do centro-sul. Temos que fazer nossas próprias pesquisas. Existe um enxame de produtos novos, mas é uma incoerência colocar aqui um fungicida sendo que o solo aqui das 11h às 14h a gente não aguenta no solado do sapato, de tão quente”, comentou o engenheiro, abrindo uma reflexão para o produtor de cana paraibano.

Azimut

Depois da palestra, a Adama apresentou o  Azimut, que já é um produto reconhecido no mercado pelo seu amplo espectro – usado em cerca de 20 culturas – no centro-sul do pais. Na ocasião, O engenheiro agrônomo Fábio Amaral, do setor de desenvolvimento de mercado para a cana da Adama, apresentou os resultados do Azimut em campo.  Vale destacar que a podridão abacaxi da cana-de-açúcar, causada pelo fungo Thielaviopsis paradoxa, pode causar quedas de até 50% na brotação e de 42% na produtividade de colmos. Já o Puccinia kuehnii, que causa a Ferrugem Alaranjada, interfere bastante na fotossíntese das folhas, comprometendo todo o desenvolvimento e produtividade da planta.

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