Notícias

Presidente da Asplan fala sobre uso de defensivos na agricultura brasileira e diz que ainda há muita desinformação a esse respeito

“O Brasil virou celeiro do mundo, já lidera a exportação mundial de sete alimentos e com três safras/ano também é o maior mercado consumidor de defensivos agrícolas, mas, essa posição se dá por conta do volume, já que o Brasil tem duas ou três safras/ano, enquanto que nos outros países, a exemplo dos Estados Unidos, União Europeia, Rússia, China, Índia entre outros, só têm uma safra/ano. Então, o Brasil só é o maior mercado de defensivos quando se medir por esse critério do volume que se usa por safra, nunca e em nenhuma hipótese, por uso indiscriminado. Aliás, não há uso desnecessário de defensivos numa agricultura técnica e de precisão”, esclarece o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais. Para ele, “ainda há muita desinformação ou informação de má fé quando se trata deste assunto e é preciso combater isso”.

Segundo José Inácio, que é Engenheiro Agrônomo, produtor e já está na quarta geração de produtores canavieiros da família, a questão do uso de defensivos no Brasil virou um problema mais ideológico de que de defesa do meio ambiente e da saúde das pessoas. “É preciso lembrar que a agricultura de larga escala, aquela que alimenta de fato as pessoas, que coloca os produtos na mesa do consumidor, não tem substituto para os defensivos numa produção de larga escala. Então, não se deve falar mal sem ter conhecimento”, afirma ele. José Inácio lembra, no entanto, que existem estudos e pesquisas em andamento por empresas do setor para ampliação de produção de insumos biológicos que hoje só cobrem apenas 5% do mercado.

O dirigente canavieiro reitera que o discurso de que os agroquímicos deveriam ser substituídos por insumos biológicos ainda não se sustenta na atualidade. “A agricultura tropical precisa de defesa vegetal química e o Brasil não usa produtos que não são aprovados em outros países por transgressão, mas, porque a Europa, por exemplo, já aprovou produtos novos que são mais eficazes e o Brasil não consegue aprovar por que o IBAMA e a ANVISA resistem à aprovação de novas moléculas e fórmulas então o produtor brasileiro não tem outra saída a não ser usar os produtos antigos que estão no mercado”, reitera José Inácio. Ele frisa que muitos produtos aprovados na Europa não são aprovados aqui, ou vice-versa, porque o produto para o qual ele é usado não é necessário, a exemplo da Soja que usa fungicida para ferrugem. “Para que a Europa usar algo que combate a ferrugem na soja se ela não tem essa cultura?”, questiona ele.

“Não adianta sair falando mal da agricultura brasileira sem conhecimento, porque além de uma injustiça com a classe produtiva, isso demonstra uma completa ignorância sobre a realidade do setor produtivo. A indústria de defensivos no Brasil é uma indústria séria, que tem muita tecnologia envolvida, emprega muita gente, tem muito investimento, fábricas, etc e os produtores não são irresponsáveis. Se há problemas em relação aos defensivos no Brasil, isso se deve a questão regulatória que não aprova novos produtos e não no setor produtivo que precisa usar defensivos agrícolas para garantir a comida na mesa dos brasileiros e de muita gente no mundo. A segurança alimentar da população depende de uma agricultura responsável e profissional e isso passa, necessariamente, pelo uso de defensivos porque a praga chega primeiro a cultura e precisa ser combatida adequada e eficientemente”, reforça José Inácio lembrando que o Brasil é referência no recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos com a logística reversa.

Presidente da Asplan fala sobre uso de defensivos na agricultura brasileira e diz que ainda há muita desinformação a esse respeito Read More »

Parceria Asplan/BB possibilitou que palestras técnicas fossem realizadas no local da Expofeira Paraíba Agronegócios 2024

O Circuito de Negócios Agro BB na Expofeira Paraíba Agronegócios 2024, que acontece de 15 a 22 de setembro, no Parque de Exposições Henrique Vieira de Melo, em João Pessoa, teve como uma das atrações, nesta quarta-feira (18), a participação de integrantes do Departamento Técnico da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) que fizeram apresentações sobre ações desenvolvidas pela entidade canavieira. O geotecnólogo, Thybério Luna, falou sobre o uso de drones e o agrônomo, Luis Augusto, abordou Safra, Projeto Campo Futuro, Renovabio e Preço de Cana. As apresentações dos Profissionais da Asplan aconteceram na Carreta Agro do BB, uma às 15h e a outra às 16h. Acompanharam o evento produtores canavieiros e profissionais do banco.

A apresentação do geotecnólogo focou na importância, agilidade e vantagens do uso do drone para identificar falhas no campo, manchas, matas, mapear áreas de APPs, etc. “O uso do drone agiliza muito a identificação de questões importantes numa propriedade propiciando ganhos para quem o utiliza”, disse Thybério. Ele lembrou que muitas vezes o proprietário anda no canavial, vê um paredão muito bonito de cana, mas quando se faz o voo com drone se identifica que há falhas ou manchas no talhão e isso tem um impacto significativo na produtividade.

A Asplan, explicou Thybério, começou a mapear áreas com GPS em 2005  e de lá para cá evoluiu esse trabalho de geoprocessamento com a aquisição de drones e outros programas. O primeiro drone da associação tem capacidade para mapear 50 hectares por voo. Já o segundo equipamento, que é bem mais sofisticado e detém melhores recursos tecnológicos, faz de 120 a 130 hectares por voo. Cada voo demora, em média, 15 minutos.

A apresentação de Luis Augusto iniciou com uma breve apresentação histórica da Asplan, que tem mais de 60 anos de atuação na defesa dos produtores canavieiros paraibanos, com cerca de 1.300 associados, sendo a maioria de pequenos e médios produtores. Ele lembrou ainda que houve na safra 2023/24 um recorde de produção, mas, também uma queda de ATR, com cerca de 10 kg de perda por tonelada de cana, fato que ele atribuiu a interferência climática, mas também a falhas na colheita que termina destinando muitas impurezas junto da matéria-prima. “E isso se deveu muito pela dificuldade de disponibilidade de mão de obra, fato que vem se agravando safra a safra”, afirmou ele.

Sobre a previsão de moagem da safra atual, ele disse que não houve precipitações que estavam sendo esperadas e que o cuidado agora é para a cana não perder tanto peso. “O recorde de safra que a gente esperava alcançar novamente, de 7,6 milhões de toneladas na safra passada, não deverá se concretizar e trabalhamos com a estimativa de perca de 10% a 15% em relação à safra anterior, caso esse verão se prolongue mais”, disse Luis. Em seguida, ele falou da metodologia desenvolvida pela PECEGE que, anualmente, levanta junto a Asplan os dados de produção para elaboração dos resultados da safra. Na apresentação, ele mostrou a simulação de como os dados são tabulados e fixados os custos operacionais do produtor. “A melhoria da produtividade, com o uso de tecnologia, de irrigação, a renovação de canaviais, etc, impacta diretamente nos resultados”, enfatizou o agrônomo que também abordou as vantagens do Programa Renovabio.

O diretor do Departamento Técnico da Asplan, Neto Siqueira, teve uma participação no evento, destacando o uso dos bioinsumos produzidos pela Asplan pelos produtores canavieiros paraibanos. “Os bioinsumos, aliados às tecnologias disponíveis no mercado, o uso de drones e pulverizadores, de adubos foliares, também  impactam na produtividade, tendo produtores conseguindo chegar até 70 toneladas por hectare, conseguindo também aumentar seu ATR”, disse Neto, lembrando que hoje o produtor não vende mais tonelada de cana por hectare, mas açúcar por hectare. Neto destacou ainda a disponibilidade do DETEC para ajudar o produtor associado nas suas  mais variadas demandas no campo. “Estamos à disposição”, finalizou Neto Siqueira.

A produtora canavieira Ana Cláudia Tavares, que participou do evento junto com seu esposo, também produtor, Marcos Américo, elogiou a iniciativa das palestras e  destacou a importância do evento ter sido realizado no espaço da carreta Agro do Banco do Brasil. “A gente sabe que o Banco do Brasil é a maior instituição quando se fala em fomento ao agronegócio e sem os recursos para financiamento de compra de insumos e equipamentos e aquisição de novas tecnologias, nós, produtores não teríamos condição de ter acesso a todos esse bens, então foi importante esse evento ter sido realizado em parceria com o BB porque fortalece os vínculos da instituição com a Asplan e, consequentemente, isso traz benefícios para os associados”, disse ele.

E por falar em benefícios, há uma parceria em andamento entre a Asplan e o BB que vai mudar as regras de operações de crédito entre as duas instituições, com ganhos muito significativos para os produtores associados à Asplan. “Em breve, vamos divulgar essa novidade”, afirma a Assistente Técnica da Asplan, Fernanda Vasconcelos, que também estava presente ao evento da Expofeira, junto com o Engenheiro de Segurança do Trabalho da Asplan, Alfredo Nogueira Neto. O segundo vice-presidente, Raimundo Nonato, e o diretor tesoureiro da Associação, Oscar de Gouvêa, também acompanharam as apresentações.

Parceria Asplan/BB possibilitou que palestras técnicas fossem realizadas no local da Expofeira Paraíba Agronegócios 2024 Read More »

Asplan desenvolve projeto piloto junto com acadêmicos de Medicina para orientar trabalhadores sobre uso de EPIs e Primeiros Socorros

Os trabalhadores que atuam em propriedades rurais de produtores ligados à Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) estão tendo a oportunidade de assistir palestras sobre uso de EPIs e receber orientações de como agir em situações de Primeiros Socorros. Esse trabalho, em forma de projeto piloto, começou a ser desenvolvido pelo Departamento Médico da entidade agora em setembro, em parceria com estudantes de Medicina, e já passou por duas fazendas. A primeira palestra foi na Fazenda Gurugy dos Paus Ferros, em Alhandra, no dia 09 de setembro, e a segundo na Fazenda Santana do Camarço, em João Pessoa, no dia 13. As atividades são coordenadas pelo Médico do Trabalho da Associação, Dr. Tarcísio Campos.

Ele explica que a ideia surgiu da acadêmica de Medicina, Mariana Tavares, que é filha do casal de produtores, Marcos Américo e Ana Cláudia, que sugeriu a formação de um grupo de estudantes que acompanhassem o trabalho do médico no campo e além do atendimento, pudesse ser feita as apresentações educativas. “Eu achei a ideia interessante, pois ela leva mais informação ao trabalhador e amplia o serviço médico ofertado ao associado para seus trabalhadores. A direção aprovou a ideia e já realizamos dois encontros”, destaca Dr. Tarcisio.

E como se dá essa dinâmica e abordagem, explica o médico: “O grupo de acadêmicos prepara uma apresentação sobre uso de EPIs e Primeiros Socorros, onde são visto abordagens de como se comportar diante de uma parada cardiorrespiratória, de como proceder diante de uma fratura exposta, o que fazer quando acontecer hemorragias, intoxicação por veneno ou por picada de animais, como atuar em engasgos. A parte teórica é feita pelos acadêmicos e as demonstrações práticas, de como executar as manobras, são feitas por mim”, destaca Dr. Tarcísio, lembrando que a atividade ainda está acontecendo como um projeto piloto que deve ser implantado no calendário de Saúde Ocupacional da Asplan a partir de 2025 para que ela aconteça rotineiramente.

A estudante de Medicina e autora da ideia, Mariana Américo Santana Tavares, estuda na Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba-AFYA, e destaca que a ação é de grande relevância para os trabalhadores e também para os estudantes. “É importante não apenas para quem vai assistir, mas também para nós alunos que ministramos a palestra, porque na medida em que preparamos o material e apresentamos e falamos sobre os casos, agregamos mais conhecimento as nossas experiências porque alinhamos a teoria à prática e aprimoramos nossa técnica em lidar com essas situações de Primeiros Socorros, além disso impactamos positivamente a vida destes trabalhadores ao capacitá-los e orientá-los tornando o ambiente de trabalho ainda mais seguro. É uma experiência única e muito válida, inclusive, por poder contar com um profissional como Dr. Tarcísio. Isso é muito enriquecedor para nosso aprendizado e conhecimento”, destaca Mariana que é filha da associada da Asplan, a produtora Ana Cláudia. Além dela fazem parte do projeto os estudantes Lara Melo e Ryan Carreiro.

Para o presidente da Asplan, José Inácio de Morais, a iniciativa amplia os serviços prestados pela entidade aos seus associados, ao mesmo tempo em que prepara melhor esses futuros médicos para atuarem com uma assistência mais assertiva. “Todos ganham com essa ação. Nossos associados que têm seu quadro de pessoal melhor treinado tanto em relação ao uso de EPIs, quanto em como se comportar em situações em que os primeiros socorros são importantes e os estudantes que além da visão acadêmica têm a oportunidade de vivenciar a prática e o exercício da Medicina nestes atendimentos emergenciais”, finaliza o dirigente canavieiro que analisa junto a diretoria a efetivação do projeto a partir de 2025.

Asplan desenvolve projeto piloto junto com acadêmicos de Medicina para orientar trabalhadores sobre uso de EPIs e Primeiros Socorros Read More »