Como entidade apartidária, a Asplan se manteve neutra em todo o processo eleitoral
Como uma entidade apartidária, que congrega cerca de 1.800 produtores de cana-de-açúcar, 90% deles de pequeno e médio porte, a Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) não tem preferências de candidaturas, nem de partidos políticos. Por isso, em nível local, como a entidade mantém boas relações com o atual governador Ricardo Coutinho, a vitória do socialista foi recebida com naturalidade e tranquilidade pela diretoria da Asplan. “Com o governo Ricardo, assim como o de Cássio, mantivemos diálogo e parcerias produtivas, de forma que a Paraíba reelegeu Ricardo e temos que parabenizá-lo pela vitória, renovando o nosso compromisso de unir forças com o governo para o crescimento e desenvolvimento do setor canavieiro do Estado”, destaca o presidente da entidade, Murilo Paraíso, que também foi reeleito para novo mandato recentemente e cuja posse acontece nesta terça-feira (28).
Murilo lembra que como entidade apartidária, a Asplan, no período de campanha, se reuniu com os dois principais candidatos ao governo do estado para expôr a situação do setor e elencar as medidas que o fortaleceriam. “Entregamos tanto a Ricardo, em reunião na Granja, quanto a Cássio, em nossa sede, documentos que retratam a realidade dos produtores de cana, atualmente, e nossas demandas para que o setor se fortaleça e volte a crescer em nosso Estado, de forma que Ricardo tem subsídios para fazer um segundo mandado ainda mais promissor para o setor canavieiro porque já conhece de perto a nossa realidade e reconhece a nossa importância”, destaca Murilo. Ele se disse esperançoso em novas parcerias com o Estado, a exemplo da distribuição da cana-semente, da possibilidade de trazer uma misturadora para a PB, da parceria para revitalização de estradas, etc.
Em relação à vitória de Dilma, a diretoria da Asplan espera que no segundo mandato a presidenta tenha um olhar mais cauteloso e direcionado para o setor sucroenergético nacional e retome as discussões sobre a adoção de uma política permanente de proteção ao setor que não teve a devida atenção por parte do governo federal nos últimos anos. “Cerca de 70 indústrias fecharam as portas nos últimos dez anos e cerca de 60 mil empregos deixaram de existir por causa disso. A política energética nacional privilegiou a gasolina em detrimento do álcool, um combustível limpo e 100% nacional, e isso precisa ser revisto urgentemente antes que seja tarde demais”, afirma Murilo.
O presidente da Asplan disse ainda que os produtores do Nordeste esperam também que a presidenta assine logo a autorização para o pagamento da subvenção, referente à safra 2012/2013. “Essa é uma ajuda emergencial, mas de suma importância para o equilíbrio da atividade em nossa região cujo baixo preço pago pela matéria-prima, atualmente, não cobre sequer os custos de produção”, disse Murilo, lembrando que os produtores também vão pleitear junto ao governo a efetivação do pagamento da subvenção como uma política pública permanente, ou seja, com lei específica e rubrica definida, para enfim equalizar o setor Nordeste com o Sudeste.