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Governo federal estimula implantação do Plano ABC- Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, mas negligencia com setor sucroenergético

Governo federal estimula implantação do Plano ABC- Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, mas negligencia com setor sucroenergético

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plano agriculturaPlano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono tem o objetivo de envolver os estados brasileiros em ações que reduzam a emissão de gases, reduzindo o efeito estufa

“Enquanto o governo brasileiro estimula os estados a desenvolverem  políticas e ações que promovam a redução e emissão de gases, diminuindo o efeito estufa, inclusive, disponibilizando linhas de crédito especiais, via Banco do Brasil, para o fortalecimento de projetos de agricultura sustentável, negligencia com o setor sucroenergético que produz um combustível limpo e não estimula como deveria o uso do álcool. Isso não deixa de ser uma incoerência”. Esse desabafo foi feita na manhã desta quinta-feira (02), pelo vice-presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Raimundo Nonato Siqueira, durante o seminário que debateu a implantação do Plano ABC – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. O evento foi promovido pela Secretaria Estadual de Agricultura, realizado no auditório da CINEP e contou ainda com a participação do diretor da Asplan, Pedro Jorge e do coordenador do Departamento Técnico da Associação, Vamberto Rocha.

Ainda segundo Nonato, a discussão sobre o Plano ABC foi muito interessante. “A proposta de envolver estados, governos, produtores e a sociedade é bastante louvável, afinal a redução do efeito estuda é interesse da humanidade para uma vida melhor”, destaca o vice-presidente da Asplan. Ele lembra que outro fator interessante é a disponibilidade do Bando do Brasil de oferecer linhas de crédito para produtores que queiram investir em projetos de agricultura sustentável. “Isso não deixa de ser um estímulo a investimentos neste setor”, destaca Nonato.

O vice-presidente da Asplan, no entanto, lamenta o fato do governo federal ainda negligenciar com o setor sucroenergético nacional. “Nos últimos anos, já foram fechadas mais de 80 indústrias no Brasil e isso é reflexo da falta de uma política para o setor e do descaso em relação ao álcool, que é um combustível limpo, 100% nacional e que ao contrário dos combustíveis fósseis não polui o meio ambiente”, destaca Nonato. Ele lembra também que devido a evolução da tecnologia, atualmente, o rendimento do álcool em relação à gasolina chega a 80%. “Pouca gente sabe disso e o governo não divulga e não faz campanhas de estímulo ao uso do álcool. Acho isso uma incoerência, além de negligencia”, afirma Nonato.

O debate sobre a implantação do Plano ABC – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, que começou com esse seminário na Paraíba, deve atingir todos os estados brasileiros, até 2020. Para tanto, o Departamento de Sistemas de Produção e Sustentabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (Depros/SDC/Mapa), está trabalhando em parceria com os Grupos Gestores Estaduais (GGE) formados por representantes do setor agropecuário local, pelas Superintendências Federais de Agricultura (SFA) e coordenado pelas Secretarias Estaduais de Agricultura para que as unidades federativas elaborem seus Planos ABC Estaduais. A Paraíba deu o primeiro passo neste sentido nesta quinta-feira (02).

Os planos ABC, segundo determinação do MAPA, devem conter o cenário agropecuário das localidades, objetivos, metas, estratégias, áreas prioritárias, quantidade de capacitações a serem realizadas e necessidades e oportunidades de cada região. Os estados do Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Bahia, Maranhão e Amazonas já estão colocando em prática seus Planos ABC. Os estados do Pará, Rondônia, Ceará, Piauí, Sergipe e Paraná já estão com os planos prontos, aguardando a publicação oficial para que sejam implementados.