2 de julho de 2015

Governo federal estimula implantação do Plano ABC- Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, mas negligencia com setor sucroenergético

plano agriculturaPlano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono tem o objetivo de envolver os estados brasileiros em ações que reduzam a emissão de gases, reduzindo o efeito estufa

“Enquanto o governo brasileiro estimula os estados a desenvolverem  políticas e ações que promovam a redução e emissão de gases, diminuindo o efeito estufa, inclusive, disponibilizando linhas de crédito especiais, via Banco do Brasil, para o fortalecimento de projetos de agricultura sustentável, negligencia com o setor sucroenergético que produz um combustível limpo e não estimula como deveria o uso do álcool. Isso não deixa de ser uma incoerência”. Esse desabafo foi feita na manhã desta quinta-feira (02), pelo vice-presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Raimundo Nonato Siqueira, durante o seminário que debateu a implantação do Plano ABC – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. O evento foi promovido pela Secretaria Estadual de Agricultura, realizado no auditório da CINEP e contou ainda com a participação do diretor da Asplan, Pedro Jorge e do coordenador do Departamento Técnico da Associação, Vamberto Rocha.

Ainda segundo Nonato, a discussão sobre o Plano ABC foi muito interessante. “A proposta de envolver estados, governos, produtores e a sociedade é bastante louvável, afinal a redução do efeito estuda é interesse da humanidade para uma vida melhor”, destaca o vice-presidente da Asplan. Ele lembra que outro fator interessante é a disponibilidade do Bando do Brasil de oferecer linhas de crédito para produtores que queiram investir em projetos de agricultura sustentável. “Isso não deixa de ser um estímulo a investimentos neste setor”, destaca Nonato.

O vice-presidente da Asplan, no entanto, lamenta o fato do governo federal ainda negligenciar com o setor sucroenergético nacional. “Nos últimos anos, já foram fechadas mais de 80 indústrias no Brasil e isso é reflexo da falta de uma política para o setor e do descaso em relação ao álcool, que é um combustível limpo, 100% nacional e que ao contrário dos combustíveis fósseis não polui o meio ambiente”, destaca Nonato. Ele lembra também que devido a evolução da tecnologia, atualmente, o rendimento do álcool em relação à gasolina chega a 80%. “Pouca gente sabe disso e o governo não divulga e não faz campanhas de estímulo ao uso do álcool. Acho isso uma incoerência, além de negligencia”, afirma Nonato.

O debate sobre a implantação do Plano ABC – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, que começou com esse seminário na Paraíba, deve atingir todos os estados brasileiros, até 2020. Para tanto, o Departamento de Sistemas de Produção e Sustentabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (Depros/SDC/Mapa), está trabalhando em parceria com os Grupos Gestores Estaduais (GGE) formados por representantes do setor agropecuário local, pelas Superintendências Federais de Agricultura (SFA) e coordenado pelas Secretarias Estaduais de Agricultura para que as unidades federativas elaborem seus Planos ABC Estaduais. A Paraíba deu o primeiro passo neste sentido nesta quinta-feira (02).

Os planos ABC, segundo determinação do MAPA, devem conter o cenário agropecuário das localidades, objetivos, metas, estratégias, áreas prioritárias, quantidade de capacitações a serem realizadas e necessidades e oportunidades de cada região. Os estados do Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Bahia, Maranhão e Amazonas já estão colocando em prática seus Planos ABC. Os estados do Pará, Rondônia, Ceará, Piauí, Sergipe e Paraná já estão com os planos prontos, aguardando a publicação oficial para que sejam implementados.

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Produtores apoiam criação do cadastro nacional de imóveis rurais

incraA nova base de dados do cadastro nacional de imóveis rurais deve facilitar a vida dos produtores rurais, que deixarão de declarar mais de uma vez as mesmas informações. Além disso, o novo sistema identificará a estrutura das propriedades rurais em todo o país e proporcionará maior segurança jurídica à compra e à venda de terrenos.

O presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Aslpan), Murilo Paraíso, apoia a iniciativa que também trará outras facilidades ao produtor rural, a exemplo de reduzir a necessidade de atendimento presencial nas unidades da Receita, permitindo que uma série de problemas seja resolvida pela internet. “Tudo o que vier para organizar melhor o setor e facilitar o dia a dia dos produtores terá nosso apoio”, argumenta o dirigente da Asplan.

O acordo que vai assegurar a implantação do cadastro foi firmado entre a Secretaria da Receita Federal do Brasil e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)  e assinado pelo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, e a presidenta do Incra, Maria Lúcia de Oliveira Falcón. A iniciativa vai ajudar o planejamento e a execução de políticas fundiárias, fiscais e ambientais em nível nacional. A nova base de dados será permanentemente atualizada e compartilhada com instituições públicas federais e estaduais.

Desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados, Serpro, o Portal Cadastro Rural será lançado nos próximos dias e possibilitará aos produtores rurais e aos agricultores familiares o acesso a informações e a serviços de diferentes órgãos. Os dados declarados pelos produtores no portal servirão de base para a implementação do cadastro nacional, com a adoção de identificação única para as propriedades.

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Encontro sobre cana-de-açúcar mostra que a produtividade do canavial está diretamente ligada ao tipo de variedade utilizada

consultor benonEvento promovido pela Asplan aconteceu na manhã de hoje (01) e reuniu estudiosos, pesquisadores, associados, produtores e industriais da Paraíba

“A variedade de cana usada no plantio influencia, diretamente, na produtividade do canavial. Se o produtor usar, por exemplo, a RB 92579 que é a quarta variedade mais plantada no Brasil, ele terá um ganho de produtividade de cerca de 30% em relação às demais variedades”, afirmou na manhã desta quarta-feira (01), o pesquisador da Ridesa/Ufal, Antônio José Rosário de Sousa. Ele foi um dos palestrantes do ‘Encontro sobre variedades de cana’ promovido pela Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan).

O evento, que aconteceu no auditório da associação, foi aberto pelo presidente da Asplan, Murilo Paraíso, que deu as boas-vindas aos participantes e falou da importância de se promover esses debates para os associados. “Todos os meses, o nosso departamento técnico trabalha um tema que seja do interesse do produtor canavieiro e esse de hoje  diz respeito diretamente a nossa atividade”, disse Murilo. Na ocasião, ele também fez um breve relato sobre como andam as negociações para o pagamento da subvenção e disse que até o final do ano, os produtores poderão ter novidades em relação a ação 4870 que tramita na |Justiça há mais de dez anos. O coordenador do departamento técnico, Vamberto Rocha, falou em seguida, apresentando os palestrantes do evento.

Além da escolha da variedade influenciar na produtividade, o pesquisador da Ridesa/UFRPE, Luiz José Oliveira Tavares de Melo, lembrou que o manejo, o ambiente, a época do plantio, a adubação, a disponibilidade hídrica e também o apoio técnico são fatores que também influenciam no aumento de produtividade. Segundo ele,  além da RB 92579, a opção pela RB 867515 e outras que já saíram da fase de experimento e estão sendo validadas, como a RB 992506 e RB 002754, também influenciam no aumento da produtividade da lavoura. No entanto, gráficos apresentados por ele, atestaram a supremacia da RB 92579 na Paraíba e no Rio Grande do Norte. Na safra 2014/2015, no plantio de verão neste dois estado, o uso da RB 92579 atingiu 82%, enquanto que no plantio de inverno a variedade respondeu por 67% das plantações.

A RB 92579, segundo Antônio José Rosário de Sousa da Ridesa/Ufal, foi desenvolvida na usina Coruripe (AL) e há treze safras apresenta resultados animadores. “Enquanto com outras variedades a colheita por hectare gira em torno de 60 a 65 toneladas, com a RB 92579 esse valor sobre para 84 toneladas. A quantidade obtida de açúcar por hectare também é bem diferente. Com a RB 92579, contabilizamos 11 mil kg, enquanto que com as demais variedades esse patamar fica em torno de 8 mil kg”, atesta o pesquisador.

Após as palestras, houve um debate que foi conduzido pelo consultor, Benon José Barros Barreto, o gerente da usina Monte Alegre, José Pereira Valões e pelo engenheiro agrônomo e produtor rural, José Inácio de Morais Andrade. A plateia também se manifestou com perguntas e outras informações. “Foi um evento muito produtivo, eu diria até muito esclarecedor. Tenho certeza de que muitas dúvidas foram tiradas e que saímos hoje daqui como muito mais conhecimento de causa sobre esse assunto”, finalizou o coordenador do departamento técnico da Asplan, engenheiro Vamberto Rocha.

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