Professor Dr. Emídio Cantídio Almeida, do DEPA/UFRPE, proferiu palestra, nesta quarta-feira (19), para produtores de cana da Paraíba, na sede da Asplan
Para atingir a eficiência na aplicação dos nutrientes, é necessária a análise do solo e análise foliar a fim de detectar e corrigir as deficiências apresentadas pela cultivar. Sem a devida correção, não haverá eficácia na adubação. Essa afirmativa feita pelo professor Dr. Emídio Cantídio Almeida, do DEPA/UFRPE, durante a palestra “Correção do Solo e Manejo Nutricional da Cana-de-açúcar cultivada nos solos da Paraíba’’, realizada nesta quarta-feira (19), na sede da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), parece óbvia, mas, nem sempre é seguida à risca pelos produtores rurais, o que causa perdas de produtividade, além de desperdício de recursos.
“A análise e correção do solo são etapas fundamentais para um bom plantio porque, só assim se terá uma melhor resposta da adubação e, consequentemente, do desenvolvimento da planta”, disse o professor Emídio, lembrando que os solos onde se planta cana na Paraíba têm deficiência de fósforo e baixo PH sendo, portanto, necessário, a correção com calcário, fósforo e magnésio. Durante sua palestra, Dr. Emídio mostrou através de fotografias e gráficos, várias experiências nutricionais, de diversos experimentos, que demonstraram a diferença da evolução da planta e, consequentemente, de sua produtividade, quando acontece uma adubação adequada, no tempo certo.
O professor destacou a importância da escolha dos produtos a serem utilizados na correção e adubação do solo, lembrando que o produto pode ser excelente, mas colocado em quantidade insuficiente ou desnecessariamente vai prejudicar a planta ao invés de contribuir para sua produtividade. “O gesso, por exemplo, se for colocado em excesso pode ocasionar perdas para a planta”, disse ele.
O produtor Neto Siqueira apresentou, na ocasião, resultados de um experimento na fazenda Maracanã, em Santa Rita, de propriedade de sua família, que comprova tudo o que o professor Emídio colocou como fundamental em qualquer cultivo e que aumenta a produtividade quando a correção do solo e feita de forma correta. “Em nossa propriedade conseguimos aumentar de 58 toneladas por hectare, em 2014, para 76, em 2015”, disse o produtor, enfatizando que a ‘pseudo economia’ que o produtor pensa fazer restringindo no uso do fertilizante, termina por reverter em perca de produtividade por hectare. Na Maracanã, eles obtiveram um ganho de R$ 1.200,00 por hectare neste experimento, mesmo enfrentando um déficit hídrico no período. “Não vale a pena essa economia. No final, ela se reverte em prejuízo”, complementou o produtor Raimundo Nonato, vice-presidente da Asplan e proprietário da Fazenda Maracanã.
O produtor José Inácio lembrou, na ocasião, que o cultivo do abacaxi nas áreas de renovação dos canaviais ajuda também na recuperação dos solos, que absorvem os resíduos da matéria orgânica acumulada durante o ciclo produtivo da fruta e que ela é uma boa alternativa já que se adapta muito bem no tabuleiro costeiro do Nordeste.
Depois da palestra e das explanações, o presidente da Asplan, Murilo Paraíso, fez o encerramento do evento, que fez parte de um ciclo de palestras realizado pelo Departamento Técnico da entidade (DETEC), agradecendo a palestra de Dr. Emídio, enaltecendo-a como ‘extremamente esclarecedora e oportuna para melhor orientação dos plantadores de cana da Paraíba’. “Esse tema de correção e nutrição de solo é muito importante e precisa estar sempre em pauta na Asplan”, disse ele, já convidando o professor para outro evento, em breve.